terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Supersalários de magistrados no Rio variam de R$ 40 mil a R$ 150 mil


“Folha de pagamentos do Tribunal de Justiça revela que remuneração de R$ 24.117,62 é hipertrofiada por inúmeras 'vantagens eventuais'” (O Estado de São Paulo – 24.01.12)

Não se pode negar que os senhores juízes precisam ter tranqüilidade, segurança e salários dignos. Mas, a exemplo deles que necessitam dessas condições para bem desempenharem suas funções, as demais categorias profissionais também têm direito ao mesmo tratamento.  Se aos magistrados é concedido o direito e aos demais profissionais não, configura-se prova incontestável de que está havendo dois pesos e duas medidas. Agora, quando há excessos e esbanjamentos, seja de que lado for, trata-se de abuso que deve ser repudiado e combatido por todos. E quando há beneficiamento em favor de uma categoria e falta de valorização de outra, não tem como evitar desgastes e revoltas.

No caso abaixo, denunciado do pelo jornal paulista desta terça-feira, 24, sem sombra de dúvidas os juízes envolvidos resgatarão aquela antiga denominação de “marajás” do tempo de Collor de Melo. Já os que se sentem desvalorizados, num gesto de autopiedade se rotularão de “descamisados” para simbolizar sua revolva. Entre esses extremos deverão emergir os que ainda têm consciência e bons propósitos neste País. Só eles poderão resolver essa difícil equação. Acompanhe a matéria da Folha. (A ilustração é do blog: a4demaio.blogspot.com)
Os pagamentos milionários a magistrados estaduais de São Paulo se reproduzem no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A folha de subsídios do TJ-RJ mostra que desembargadores e juízes, mesmo aqueles que acabaram de ingressar na carreira, chegam a ganhar mensalmente de R$ 40 mil a R$ 150 mil.
A remuneração de R$ 24.117,62 é hipertrofiada por “vantagens eventuais”. Alguns desembargadores receberam, ao longo de apenas um ano, R$ 400 mil, cada, somente em penduricalhos.

A folha de pagamentos, que o próprio TJ divulgou em obediência à Resolução 102 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – norma que impõe transparência aos tribunais –, revela que em dezembro de 2010 o mais abastado dos desembargadores recebeu R$ 511.739,23.

Outro magistrado recebeu naquele mês depósitos em sua conta que somaram R$ 462 mil, além do salário. Um terceiro desembargador recebeu R$ 349 mil. No total, 72 desembargadores receberam mais de R$ 100 mil, sendo que 6 tiveram rendimentos superiores a R$ 200 mil.

Os supercontracheques da toga fluminense, ao contrário do que ocorre no Tribunal de Justiça de São Paulo, não são incomuns. Os dados mais recentes publicados pela corte do Rio, referentes a novembro de 2011, mostram que 107 dos 178 desembargadores receberam valores que superam com folga a casa dos R$ 50 mil. Desses, quatro ganharam mais de R$ 100 mil cada – um recebeu R$ 152.972,29.

Em setembro de 2011, 120 desembargadores receberam mais de R$ 40 mil e 23 foram contemplados com mais de R$ 50 mil. Um deles ganhou R$ 642.962,66; outro recebeu R$ 81.796,65. Há ainda dezenas de contracheques superiores a R$ 80 mil e casos em que os valores superam R$ 100 mil. Em maio de 2010, a remuneração bruta de 112 desembargadores superou os R$ 100 mil. Nove receberam mais de R$ 150 mil.

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