segunda-feira, 29 de outubro de 2012

LEONARDO BOFF: Crise originária, mensalão e STF


Coloquemo-nos, por um momento, na pele dos ministros e ministras do Supremo Tribunal Federal. Tiveram que se confrontar com um processo de 60 mil páginas: a Ação Penal 470, chamado também de mensalão. Enfrentaram uma tarefa hercúlea. 

Após leitura e meditação do volumoso acervo, impõe-se à Suprema Corte a primeira e desafiadora tarefa: formar convicção sobre a condenação ou não dos incriminados e o tipo de pena a ser cominada. Mas quando se trata de tirar o dom mais precioso de um cidadão depois da vida – a liberdade – especialmente de políticos que ocupavam altos cargos de governo e que em suas biografias ostentam marcas de prisões, torturas e exílios por conta da reconquista da democracia, sequestrada pela ditadura militar, devem prevalecer rigorosamente a isenção e a independência; devem falar mais alto as provas nos autos que os meros indícios, ilações, a pressão da mídia e o jogo político. Para conferir ordem à argumentação fez-se mister criar uma narrativa coerente que, fundada nos autos, sustentasse uma decisão convincente e justa. Continue lendo:





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