Zequinha
Freitas
Neste domingo, 17, familiares e amigos lembrarão os
seis anos do falecimento deste músico que muito alegrou a região norte com seu
piston. José de Sena Freitas nasceu em Sobral (CE) em 12 de dezembro de 1926,
sendo seus pais Luiz Gonzaga Sena e Joana Portela de Sena.
Devido à carência de escola em sua época, estudou com
professora particular apenas o equivalente até o antigo 5º Ano Primário. Para
ajudar no sustento do lar chegou a trabalhar como pintor de paredes ao lado do
pai e, à noite, se aprimorava na música. Mas já a trazia no sangue, talento
herdado do pai e estimulado por seus irmãos. Desde menino demonstrou forte
vocação para instrumento de sopro, mais especificamente para trompete,
popularmente conhecido como piston.
Sem muito demorar, em pouco tempo o pequeno Zequinha
já espantava a todos com a facilidade com que executava algumas canções da
época. Com sua inteligência e com o rápido desenvolvimento as notas fluíam de
forma espontânea e ordenada. Isso chamou a atenção de músicos adultos, que
imediatamente o introduziram na Banda de Música de Sobral, onde já trabalhavam
o pai e três irmãos.
Apesar de existir desde o século retrasado, a Banda de Música de Sobral
só foi oficialmente fundada em 26 de julho 1936. Poucos anos depois disso
Zequinha Freitas passou a ser o seu mais fiel guardião. Durante muitos anos, principalmente
em períodos de situação difícil para o grupo, o pistonista sustentou a Banda.
Fez tudo o que pode para evitar sua extinção, exercendo por vários períodos
várias funções: regente, instrumentista, estimulador, empresário, etc.
Afastou-se somente em 1995, quando da chegada do Maestro Wanderley Costa.
Além do seu trabalho na Banda de Música de Sobral, mantinha um grupo
musical chamado Zequinha Freitas e seu Conjunto. Com ele fez a alegria dos
sobralenses e de moradores de cidades vizinhas, tocando nos principais clubes
sociais da época, como Palace, AABB, Derby, Country, Cube dos Vinte, Artístico
Sobralense, dentre outros. Levou, ainda, sua música para locais de freqüência “pouco
aconselhada” pelos puritanos. Também ajudou a embalar a paixão dos jovens que desejavam
cortejar suas amadas com serestas. E, ao lado de diversos companheiros, também ajudou
políticos em campanhas memoráveis, unindo o som do seu piston ao dos demais instrumentos
e vozes das famosas charangas sobralenses.
Segundo seus familiares, o músico sempre
foi um excelente esposo e pai, nunca deixando faltar nada para família. Concomitantemente
ao trabalho com a música, também atuou como Auxiliar de Serviços na Secretaria
de Saúde do Estado, onde conseguiu aposentar-se.
Muito educado
e atencioso, Zequinha Freitas tinha como lema de vida ajudar as pessoas e, de
modo especial, colegas músicos em situação difícil. Além da sua paixão por
futebol, gostava muito de freqüentar o Beco do Cotovelo. De forma equilibrada, tinha
o hábito de temperar com uma cervejinha o bate-papo com os companheiros, como
Tio dos Reis, Maestro Wanderley Costa, Sargento Alves, Rubens Silva, dentre
outros.
José de Sena Freitas - o Maestro
Zequinha Freitas - faleceu no dia 17 de
dezembro de 2008, aos 82 anos, no Hospital do
Coração de Sobral, em decorrência de edema pulmonar. Marcou sua passagem pela terra
semeando o bem, incentivando a paz, a cultura e alegrando a todos com sua
música.
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A Banda de Música de Sobral, à
qual Zequinha Freitas dedicou quase toda sua existência, realizou seu último
desejo: acompanhou-o, tocando suas músicas prediletas, até o Cemitério São Francisco desta cidade, onde se acha sepultado.
Em reconhecimento ao seu
contributo à cultura da região, em 1998 o Centro Cultural Dom José concedeu-lhe
o Troféu José Maria Soares. Em 2002, a mesma instituição criou o Troféu
Zequinha Freitas, comenda que tem como finalidade reconhecer e homenagear os
que se destacam na música em Sobral e região. Seu nome também é lembrado pela
Banda Zequinha Freitas que, a exemplo do seu patrono, vem trazendo alegria
através da boa música a Sobral e região.
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