quarta-feira, 4 de março de 2015

Britânicos projetam lagoas artificiais geradoras de energia

A companhia quer cobrar 168 libras (cerca de R$ 735) por MWh pela eletricidade gerada em Swansea, reduzindo o preço para entre 90 e 95 por MWh por uma segunda e mais eficiente lagoa em outra cidade do País de Gales, Cardiff. "Ainda não posso tomar uma decisão a respeito porque as discussões ainda estão em curso. Mas estou muito animado pela perspectiva de tirar energia das marés", afirmou o ministro Ed Davey à BBC.


"Temos algumas das maiores amplitudades de maré do mundo e seria muito útil se pudéssemos usar parte desta energia limpa."

Como funciona?As lagoas operam um sistema parecido com comportas para alterar o nível da água dos dois lados do muro construído no mar.

Quando a maré começa a subir, portões no muro são fechados e a água se acumula do lado de fora da lagoa.

Quando a maré está cheia do lado de fora da lagoa, os portões são abertos e a água entra, passando pelas turbinas, para encher a lagoa.

Quando a maré vira, os portões são fechados para manter a água dentro da lagoa.

Assim que a maré fica baixa do lado de fora do muro, os portões são abertos para gerar energia novamente enquanto a água flui da lagoa.

Esse esquema interessa às companhias geradoras de energia pois, ao contrário da energia solar e da energia eólica, é possível prever a mudança das marés.

As turbinas capturam energia de duas marés que entram e duas marés que saem da lagoa por dia e devem permanecer ativas por uma média de 14 horas diárias.

"Temos uma oportunidade maravilhosa de criar energia a partir da dança entre a Lua e a Terra. Admitimos que, no começo, é caro, mas, com o passar do tempo os custos serão cobertos e vai se transformar em algo incrivelmente barato", afirmou Mark Shorrock, presidente da companhia Tidal Lagoon Power.

ProtestosUm projeto anterior que previa o aproveitamento das marés de um rio britânico, o Severn, foi rejeitado depois de protestos de ambientalistas, que afirmavam que as lagoas iriam prejudicar o habitat de aves locais.

O projeto da lagoa em Swansea é mais aceito pois não obstrui estuários e permite que as marés fluam normalmente, apesar de atrasá-las por manter a água dentro da lagoa por algumas horas.

Gareth Clubb, diretor da organização Amigos da Terra Cymru, afirmou que o grupo é favor da lagoa em Swansea.

"Não é aprovação absoluta - queremos ter certeza de que o impacto ambiental pode ser gerenciado", disse. "Mas, se nos ajudar a fechar a usina de Aberthaw - uma das mais poluentes do mundo -, será bom."

Mas, os pescadores da região temem que o projeto tenha impacto na migração dos peixes em rios locais, que estão se recuperando da poluição.

Phil Jones, que pesca em um dos rios da região, afirmou que o projeto foi questionado de forma insuficiente.

"Somos contra qualquer plano para esta e outras lagoas na costa sul do País de Gales", afirmou.


A companhia responsável pelo projeto admite que alguns peixes migratórios vão acabar indo para as turbinas, mas estima que em número pequeno, e afirma que o novo muro no mar vai beneficiar os peixes criando um habitat de recifes. (BBC)

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