A companhia quer cobrar 168 libras
(cerca de R$ 735) por MWh pela eletricidade gerada em Swansea, reduzindo o
preço para entre 90 e 95 por MWh por uma segunda e mais eficiente lagoa em
outra cidade do País de Gales, Cardiff. "Ainda não posso tomar uma decisão
a respeito porque as discussões ainda estão em curso. Mas estou muito animado
pela perspectiva de tirar energia das marés", afirmou o ministro Ed Davey
à BBC.
"Temos algumas das maiores
amplitudades de maré do mundo e seria muito útil se pudéssemos usar parte desta
energia limpa."
Como funciona? - As lagoas operam um sistema parecido com
comportas para alterar o nível da água dos dois lados do muro construído no
mar.
Quando a maré começa a subir, portões no
muro são fechados e a água se acumula do lado de fora da lagoa.
Quando a maré está cheia do lado de fora
da lagoa, os portões são abertos e a água entra, passando pelas turbinas, para
encher a lagoa.
Quando a maré vira, os portões são
fechados para manter a água dentro da lagoa.
Assim que a maré fica baixa do lado de
fora do muro, os portões são abertos para gerar energia novamente enquanto a
água flui da lagoa.
Esse esquema interessa às companhias
geradoras de energia pois, ao contrário da energia solar e da energia eólica, é
possível prever a mudança das marés.
As turbinas capturam energia de duas
marés que entram e duas marés que saem da lagoa por dia e devem permanecer
ativas por uma média de 14 horas diárias.
"Temos uma oportunidade maravilhosa
de criar energia a partir da dança entre a Lua e a Terra. Admitimos que, no
começo, é caro, mas, com o passar do tempo os custos serão cobertos e vai se
transformar em algo incrivelmente barato", afirmou Mark Shorrock,
presidente da companhia Tidal Lagoon Power.
Protestos - Um projeto anterior que previa o
aproveitamento das marés de um rio britânico, o Severn, foi rejeitado depois de
protestos de ambientalistas, que afirmavam que as lagoas iriam prejudicar o
habitat de aves locais.
O projeto da lagoa em Swansea é mais
aceito pois não obstrui estuários e permite que as marés fluam normalmente,
apesar de atrasá-las por manter a água dentro da lagoa por algumas horas.
Gareth Clubb, diretor da organização
Amigos da Terra Cymru, afirmou que o grupo é favor da lagoa em Swansea.
"Não é aprovação absoluta -
queremos ter certeza de que o impacto ambiental pode ser gerenciado",
disse. "Mas, se nos ajudar a fechar a usina de Aberthaw - uma das mais
poluentes do mundo -, será bom."
Mas, os pescadores da região temem que o
projeto tenha impacto na migração dos peixes em rios locais, que estão se
recuperando da poluição.
Phil Jones, que pesca em um dos rios da
região, afirmou que o projeto foi questionado de forma insuficiente.
"Somos contra qualquer plano para
esta e outras lagoas na costa sul do País de Gales", afirmou.
A companhia responsável pelo projeto
admite que alguns peixes migratórios vão acabar indo para as turbinas, mas
estima que em número pequeno, e afirma que o novo muro no mar vai beneficiar os
peixes criando um habitat de recifes. (BBC)
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