Somente o Brasil e a Rússia, em uma lista de mais de 40 países, deverão
ter queda do PIB em 2015, nas previsões da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgadas nesta terça-feira. Segundo o
relatório Perspectivas Econômicas da OCDE, o PIB brasileiro deve sofrer
retração de 0,8% neste ano. Em 2016, a estimativa é de retorno ao crescimento,
com alta de 1,1%.
No documento, a
OCDE piora novamente suas perspectivas para o Brasil. No relatório anterior,
divulgado em março, a organização havia projetado queda de 0,5% do PIB
brasileiro em 2015, e já havia revisado para baixo as perspectivas de
crescimento de 1,5% neste ano, que constavam no estudo de novembro passado.
Apenas a Rússia,
em uma lista que inclui 42 países mais a zona do euro, deverá ter desempenho
abaixo do Brasil. O PIB russo deve cair 3,1% neste ano e ter crescimento de
0,8% em 2016, segundo o relatório.
A estimativa da
OCDE em relação à queda de 0,8% do PIB brasileiro em 2015 é, no entanto, mais
otimista do que a de analistas no Brasil, cujas previsões indicam que a
economia contrairá 1,27%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central, que
recolhe pesquisas com 100 economistas de entidades financeiras.
O Fundo Monetário
Internacional (FMI) prevê queda de 1% da economia brasileira em 2015. "A economia
brasileira será afetada negativamente em 2015 pelo baixo nível de confiança,
menores investimentos no setor de petróleo e pelos ventos contrários da
política econômica de aperto", diz o estudo da OCDE.
"A
performance fiscal do Brasil se deteriorou e a inflação subiu
consideravelmente. Por consequência, restaurar a confiança nas políticas
macroeconômicas continua uma prioridade", afirma o relatório.
A OCDE destaca
também o baixo nível de investimentos no Brasil, inferior a 20% do PIB,
"tradicionalmente baixo se comparado a padrões internacionais e
latino-americanos".
"Nos últimos
quatro anos, a tendência é de baixa nos investimentos no Brasil em razão das
incertezas das políticas e da falta de confiança", diz o documento.
"Esses
fatores foram recentemente agravados pelas alegações de corrupção na
Petrobras", afirma a OCDE, que prevê que os investimentos privados devem
ser retomados no país em 2016, quando a atividade econômica voltar a acelerar.
Economia mundial
- A OCDE prevê que a economia mundial irá crescer 3,1% neste ano e 3,8% em
2016. "A retomada
econômica após a crise financeira e econômica global que estourou em 2008 tem
sido extraordinariamente fraca", diz a OCDE. "O
crescimento global tem sido consistentemente mais baixo do que a média dos 12
anos anteriores à crise financeira."
A organização
aponta que o primeiro trimestre de 2015 registrou o crescimento global mais
fraco desde a crise. "Os Estados
Unidos tiveram uma redução acentuada (no ritmo de crescimento), mas outras
economias avançadas também encolheram durante esse primeiro trimestre e o
crescimento na China desacelerou mais do que o previsto", segundo o
documento.
A OCDE prevê que
a economia americana irá crescer 2% neste ano (após 2,4% em 2014) e 2,8% em
2016. O PIB da China,
estima a organização, deverá ter expansão de 6,8% em 2015 e continuar
desacelerando em 2016, com alta de 6,7%.
A zona do euro
mantém sua retomada econômica: a OCDE estima aumento de 1,4% neste ano e de
2,1% em 2016 no bloco dos países da moeda única europeia. (BBC)
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