terça-feira, 15 de setembro de 2015
Alunos brasileiros estão na lanterna em ranking de habilidades digitais, diz OCDE
Os alunos
brasileiros estão nas últimas posições em um ranking de 31 países que avaliou a
habilidade de navegar em sites e compreender leituras na internet elaborado
pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O relatório Estudantes, Computadores e
Aprendizado: Fazendo a Conexão,realizado no âmbito do Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) da OCDE de 2012, resultou do
primeiro estudo da organização que analisa as competências de alunos na área
digital.
Computador na escola - Os resultados desses países (ou cidades) refletem
os que foram obtidos no PISA de 2012 para avaliação de leitura em papel,
"o que parece indicar que um bom número de habilidades úteis para navegar
na internet pode também ser ensinada e adquirida por meio de técnicas de
leitura clássicas", diz a OCDE.
O estudo sugere que o acesso e uso de computador importa menos no
desenvolvimento da capacidade de navegação e leitura online do que um bom
preparo básico. Sugere também que a habilidade para navegar na internet pode
ser ensinada e adquirida com a ajuda de pedagogias e ferramentas tradicionais.
Os dois primeiros do ranking, os alunos de Cingapura e da Coreia do Sul,
utilizam menos computadores na escola - apenas 70% dos alunos usam computador,
no caso de Cingapura, e 42% na Coreia do Sul - do que a média dos países da
OCDE - de 72%. Não há esse dado sobre o Brasil no estudo.
Segundo a organização, "o fato de assegurar que cada aluno atinja um
nível de competências de base em leitura e matemática contribuirá mais para a
igualdade em um mundo digital do que o simples fato de ampliar ou subvencionar
o acesso a serviços e aparelhos de alta tecnologia".
"A leitura online solicita as mesmas competências que a leitura em
papel. No entanto, é preciso acrescentar uma capacidade suplementar, que não é
das menores: a de saber navegar entre páginas de texto e discernir as fontes
pertinentes e dignas de confiança entre um número de informações aparentemente
infinito", afirma o estudo.
Navegação - Para avaliar as habilidades na internet, os alunos - de 15 anos - tiveram
de navegar por textos online através de links, atalhos e comandos de navegação
para ter acesso à informação solicitada, além de criar um gráfico a partir de
dados ou utilizar calculadoras na tela do computador.
Os pesquisadores analisaram o número de etapas para buscar informações e
também a capacidade para navegar de maneira focada na busca por determinados
assuntos (clicando corretamente, por exemplo, na sequência de páginas que
permitiam realizar a tarefa solicitada).
O documento revela que mesmo os países que investiram consideravelmente
nas tecnologias da informação no sistema educacional não tiveram nenhuma
melhoria notável dos resultados nas avaliações de compreensão da escrita,
matemáticas e ciências do PISA.
"Os sistemas escolares devem encontrar soluções mais eficazes para
integrar as novas tecnologias no ensino e no aprendizado", afirma Andreas
Schleicher, da direção de educação e competências da OCDE. (BBC)
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