sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

POUCAS E BOAS - artemisiodacosta@hotmail.com (Do Jornal Correio da Semana - Sobral-CE - Sábado - 20.01.18)

Cabeção: Gol de letra, gol de placa...
É deveras louvável procurar identificar quem realmente faz algo de bom por uma cidade, estado ou país. Como também comprovar e reconhecer essas ações para homenagear tais pessoas. Antes disso, constitui-se num autêntico exercício do dever de justiça. Por essas razões deduzo que a concessão de um Título de Cidadania deveria exigir um processo mais criterioso, consultando-se mais a população, e uma análise mais aprofundada a respeito dos nomes indicados.

Tratando-se de municípios, essa atribuição está consignada no Regimento das Câmaras. No caso de Sobral, o Título I, Capítulo IX da Resolução Nº 17, de 04.12.1990, Art. 38, parágrafo XV, cita como atribuições do Plenário: “Conceder título de cidadania honorário, qualquer outra honraria ou homenagem à pessoa que reconhecidamente tenha prestado serviços ao Município”.

Lamentavelmente, em alguns locais do País muitos legisladores fazem mau uso dessa prerrogativa. E, às ocultas, utilizam esse direito que lhes é conferido para se locupletar, para barganhar em interesse próprio ou, simplesmente, para angariar simpatias de quem tem boa situação financeira e que depois lhes possam ser “útei$”. 

Outra falha imperdoável, e que possivelmente ocorre por causa do que citei antes, é a pouca ou quase nenhuma atenção dispensada aos componentes da camada mais pobre e humilde da sociedade. É o olhar vesgo, e até discriminador, dirigido àqueles ‘que também fazem, mas não têm (recursos)’que lhes permitam ser “útei$” a quem os indicou ou a quem votou na aprovação do título. No caso de Sobral, tirem suas conclusões: quantas dessas pessoas a quem me referi já foram agraciadas com Título de Cidadania?

Quer um exemplo? Pois lá vai! A maioria dos sobralenses não sabe quem é Raimundo Silva Ferreira, 77 anos, que nasceu em Lagoa Grande - Massapê-CE, mas que cedo se transferiu para Sobral, aqui constitui família, fez uma bela história e ainda vive. Agora, quase todo sobralense, ou quem mora nesta cidade há muito tempo, vai imediatamente lembrar-se dele e declarar a ele sua gratidão quando digo que Raimundo Silva Ferreira é o jogador CABEÇÃO (foto). Trata-se de um cidadão pobre, humilde, de pouco estudo, mas que levou longe o nome de Sobral. Atuou principalmente no Guarany e na Seleção Sobralense, sendo o maior goleador do Cacique do Vale em toda sua história.
Guarany Sportin Club

Dentre esses sobralenses que não sabem quem é Raimundo Silva Ferreira destaco os ilustres vereadores, não apenas os atuais componentes da Câmara, mas também os de legislaturas passadas. Agora, pasmem! Nunca tiveram a lembrança de conceder o Título de Cidadania ao valoroso e célebre massapeense da Lagoa Grande. 

Sobre a causa disso, apenas reforço o que mencionei antes: a causa é a pouca ou quase nenhuma atenção dispensada aos componentes da camada mais pobre e humilde da sociedade. É a maneira vesga de olhar, inclusive com discriminação, para aqueles ‘que também fazem, mas não têm (recursos)’que lhes permitam ser “útei$” a quem os indicou ou a quem votou na aprovação do título.

Os vereadores não sabiam da naturalidade de Cabeção? Eu também não, mas pesquisei. Não sabiam se ele já havia recebido ou não Título de Cidadania? Eu também não sabia, mas descobri em conversa com seu colega Antônio Manoel Ferreira (Fefeu) e depois confirmei com o próprio Cabeção.
Seleção Sobralense de 1965
Sem medo de errar, atrevo-me a dizer que Cabeção é bem mais merecedor de tal honraria que muitos dos que já foram agraciados. Para ele, isso pode nem ter tanta importância, mas para a família, sim. Tem mais: o sentimento de gratidão e o dever de ser justo estão bem acima disso.

Mas nem tudo está perdido. Nesta semana tomei conhecimento de que em breve, por sugestão de Fefeu, o estreante vereador Romário Araújo (SD) estará pleiteando a concessão do Título de Cidadania para o ex-jogador do Guarany de Sobral.

Torço para que com novas idéias na cabeça Romário marque um belíssimo gol digno de Cabeção. Seria, na política, um tento como foram, no futebol, aqueles gols de placa ou de letra marcados por nosso querido Cabeção. Vamos acompanhar! Estamos na torcida!

DOMINGO NA EDUCADORA (www.radioeducadora950.com.br)
Neste domingo, no Programa Artemísio da Costa na Educadora AM 950. Notícias, reportagens, curiosidades, música de boa qualidade. Destaque: Entrevista, ao vivo, com os ex-jogadores Antônio Ferreira Torres (Antônio Leão) e Raimundo Silva Ferreira (CABEÇÃO). Participe: 3611-1550 // 3611-2496 // WhatsApp (88) 99618-9555  // Facebook: Artemísio da Costa.
 Antônio Leão                                      Cabeção
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Um comentário:

  1. Cabeçao deixou saudades quando jogou no caiçara de campo maior,assim como outros que vieram do futebol de sobral.
    Zé meu,lambreta,PELADO,radiê,cafuringa,DIM,sao apenas alguns dentre muitos outros.

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