Certa
feita, um político palmense foi visitar o Governador Raul Barbosa (foto, 1911-1975) - em Fortaleza,
no Palácio da Luz. O palácio tinha uma fachada que dava para a famosa Praça dos
Leões, arborizada com oitizeiros, que no momento se encontravam de frutos
carregados.
Por
baixo dos oitizeiros, já naquele tempo era comum, o político conservador viu conversando
representantes do embrionário Partido do Arco-íris, que depois teria por líder
inconteste o famoso chefe Zé-Tatá.
No
dia da visita, o Governador usava um terno de linho branco e uma bela gravata
italiana, azul escuro, com desenhos geométricos, formando com o terno um belo e
harmonioso contraste. Como se não bastasse, o governador estava perfumado, com
um caro perfume francês.
O
céu estava escuro, relampejava parecendo que fosse chover, quando, de repente,
o governador vai à janela, tentando fugir da bajulação do político, da baba
asquerosa e vil da sua servilidade, é acompanhado por ele, quando diz: A
atmosfera está carregada.
Polidamente insinuando ao político que era hora de ele encerrar a visita, antes
da chuva começar.
O político palmense, olhando para os oitizeiros, assim falou: O senhor tem toda
razão, nobre e bom governador. Tão mesmos carregados, tão quase “lascando os
gaios”...
De volta à terra natal, impressionado com o governador e a riqueza do palácio, afirmou aos seus eleitores que embora não tendo conseguido nada do que pleiteara, a visita havia sido proveitosa. E para eles assim se expressou:
De volta à terra natal, impressionado com o governador e a riqueza do palácio, afirmou aos seus eleitores que embora não tendo conseguido nada do que pleiteara, a visita havia sido proveitosa. E para eles assim se expressou:
Meus
distintos eleitores, que lindo é o Palácio da Luz, que luxo, que encanto, que
homem importante e cheiroso é o nosso governador. Depois dessa visita eu
desejaria ser pelo menos a gravata do Dr. Raul Barbosa.
Frente
à explicação, na Palma “gravata do raul” virou um neologismo pejorativo. E
muito lá se ouvia: tu és ou tu não passas de um “gravata do Raul”.
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