Mais de
70 chefes de estado se reuníram neste domingo (11) em cerimônia para lembrar os
100 anos do armistício da Primeira Guerra Mundial (1914-1918),
conflito que levou à reconfiguração de toda a Europa e por impor uma
série de derrotas aos alemães – que, 21 anos mais tarde, invadiriam a
Polônia e iniciariam o genocídio nazista da Segunda Guerra.
O
presidente francês, Emmanuel Macron, foi o anfitrião da solenidade, realizada
no Arco do Triunfo em Paris, na França. Durante seu discurso, ele defendeu o
"legado de paz" deixado pelo encerramento da Primeira Guerra Mundial pregou a união
internacional contra a ignorância, a fome, o aquecimento global e o
"obscurantismo contemporâneo".
"A
lição da Grande Guerra não pode ser a de rancor de um povo contra outro. [...]
O patriotismo é exatamente o contrário do nacionalismo e do
egoísmo. Somemos nossas esperanças no lugar de colocarmos nosso medo uns
aos outros", disse Macron.
Também
estavam presentes à cerimônia a premiê alemã, Angela Merkel; o presidente da
Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker; o presidente norte-americano, Donald Trump; e o russo Vladimir Putin.
Ainda
neste domingo, o papa Francisco também relembrou o armistício
da Primeira Guerra em missa celebrada no Vaticano,
afirmando que o episódio faz uma "severa chamada a rejeitar a cultura de
guerra e a buscar todos os meios legítimos para pôr fim a conflitos".
Nesse
sábado (10), Trump teve reunião particular com Macron e também se encontrou com o presidente da
Turquia, Recep Tayyip Erdogan. A portas fechadas, os dois conversaram por
45 minutos e discutiram uma reação conjunta pela morte do jornalista Jamal Khashoggi , assassinado
dentro de embaixada da Arábia Saudita.
Antes
da cerimônia em memória ao armistício, ao menos duas manifestantes do
grupo Femen conseguiram burlar a barreira policial e protestar em frente ao
carro que transportava Donald Trump na avenida Champs-Élysées. As
mulheres, com os seios nus, exibiam inscrições como "falsos
pacificadores", "criminosos de guerra" e "parada da
hipocrisia", em críticas às lideranças mundiais.
O
fim da Primeira Guerra Mundial - A
Primeira Guerra foi oficialmente encerrada no dia 11 de novembro de 1918,
quando o Exército da Alemanha concordou com um armísticio dias depois de o
Império Austro-Húngaro, seu parceiro na Tríplice Aliança, fazer o mesmo, no dia
4, garantindo a vitória dos Aliados – representados principalmente pela
França e pelo Império Britânico. Os EUA entraram no conflito em 1917, mesmo ano
em que a Rússia o abandonou como resultado da Revolução de Outubro, que
culminaria com o início do período soviético no país.
Além do
desenvolvimento de armamentos pesados até então inexistentes, entre as
consequências da Primeira Guerra Mundial houve a
desintegração dos impérios Otomano e Austro-Húngaro, o fortalecimento dos EUA
no cenário mundial e a assinatura do Tratado de Versalhes, em 1919, que impôs
uma série de penalidades à Alemanha – entre elas a perda de colônias como
Alsácia e Lorena, entregues à França – que colaborariam para reforçar o
revanchismo no país e levá-lo a iniciar o conflito seguinte, no qual mais de 70
milhões perderiam suas vidas. (Fonte: Último Segundo, com informações e reportagem da Ansa)
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