sexta-feira, 9 de novembro de 2018

DE OLHO NA LÍNGUA - Prof. Antônio da Costa (Do Jornal Correio da Semana - Sobral-CE - Sábado - 10.11.18)

Aracaju
Capital de Sergipe. É um dos poucos nomes de cidades que admitem o uso do artigo. Podemos usar, portanto, indiferentemente: Morei em (ou no) Aracaju; Já estive em (ou no) Aracaju; Acabei de chegar de (ou do) Aracaju. Mesmo assim, o povo prefere o emprego desse nome sem o artigo. Quem nasce em Aracaju é aracajuano ou aracajuense. Aracaju é nome de origem tupi e significa: viveiro de papagaio. Não existe acento agudo por ser oxítona terminada em “u”.

Ele esqueceu a data da prova / Ele se esqueceu da data da prova
O verbo esquecer integra o grupo daqueles que são transitivos diretos quando não vêm acompanhados de pronome, sendo transitivos indiretos somente quando usados pronominalmente. Exs.: Ele esqueceu a data da prova; Ele se esqueceu da data da prova.
Em tempo: O verbo lembrar segue a mesma orientação. Admite, ainda, outra construção, em que o sujeito é aquilo que se esquece ou lembra. Exs.: Esqueceu ao aluno o dia da prova; Neste instante, lembra-me o nome dele; Esqueceu ao aluno trazer as apostilas; Não lembrou ao aluno pedir ajuda ao professor.

“O resultado da pesquisa foi número assustador” ou “O resultado da pesquisa foram números assustadores”?
Entre o singular e o plural, a concordância do verbo “ser” deve ser feita preferencialmente no plural.
1) Se o sujeito estiver no singular e o predicativo no plural, a concordância do verbo ser se faz de preferência no plural: Tudo são hipóteses; O problema eram as chuvas; O resultado da pesquisa foram números assustadores.

2) Se o sujeito estiver no plural e o predicativo singular, a concordância do verbo ser se faz de preferência no plural: Esses dados são partes de um relatório elaborado pela comissão especial do Senado; As cadernetas de poupança eram a melhor garantia para o futuro; Estas providências foram a salvação da empresa.

NOTA: Estamos falando de concordância do verbo “ser”, que é um verbo especial. Observe que falamos de preferência, isto quer dizer que tanto podemos usar o plural como singular, Lembremo-nos do insigne poeta maranhense, Gonçalves Dias, que escreveu: Tudo são flores no passado

Aquela manhã / Naquela manhã
Expressões que indicam tempo podem ser usadas com a preposição “em” ou sem ela, indiferentemente: Aquela noite/naquela noite; aquela semana/naquela semana; aquela tarde/naquela tarde; aquele ano/naquele ano; aquele dia/ naquele dia; aquela manhã ou naquela manhã; aquele mês (ou naquele mês) a empresa quase vai à falência.

Agamênon / Agamêmnon
As duas formas são corretas. Mas o povão escolheu uma que não existe: Agamenom (oxítona). Na mitologia grega, rei lendário de Micenas, irmão de Menelau e chefe supremo dos gregos, na guerra de Tróia.

Alevantar ou levantar?
Ambas corretas: levantar/alevantar; lembrar/alembrar; sentar/assentar. São formas variantes. O “a” é protético. Veja: mostrar/amostrar; soalho/assoalho; regaçar (ou arregaçar) as mangas da camisa.

 

(*) Graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, funcionário do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral (CE). Contatos: (88) 99762-2542 e (88) 98141-2183.


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