Depois de oito meses de tramitação no Congresso
Nacional, o Plenário do Senado concluiu, no início da tarde de hoje (23), a
votação em segundo turno da proposta de emenda à Constituição (PEC) que reforma
a Previdência. O texto principal havia
sido aprovado ontem (22) à noite. Os dois primeiros destaques foram rejeitados, mas a
votação do último destaque ficou para esta quarta-feira.
O texto será promulgado nos próximos dias, com os
pontos aprovados pelo Senado e pela Câmara. Uma PEC paralela, com modificações
sugeridas pelos senadores, ainda precisa ser aprovada pelo Senado, antes de
voltar à Câmara.
O fatiamento ocorreu para evitar que a reforma
inteira retornasse para a Câmara dos Deputados. Segundo o Senado, o texto
aprovado em segundo turno vai resultar em economia de R$ 800,2 bilhões nos
próximos dez anos. O valor é inferior à proposta original do governo, que
pretendia economizar R$ 1,236 trilhão em uma década, e à proposta aprovada na
Câmara, que previa economia de R$ 933,5 bilhões no mesmo período.
O relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-SP)
previa impacto fiscal positivo de R$ 876,6 bilhões. No entanto, a aprovação de
um destaque, durante a votação em primeiro turno, retirou as restrições
ao pagamento do abono salarial e
desidratou a reforma em mais R$ 76,4 bilhões.
A PEC paralela, no entanto, prevê a recomposição de
parte do impacto fiscal da reforma da Previdência por meio do fim de isenções
para setores da economia e da criação de contribuições de micro e pequenas
empresas, que renderiam R$ 155 bilhões ao governo nos próximos dez anos. O
texto paralelo também prevê a geração de economia de R$ 350 bilhões a
prefeituras e governos estaduais, ao reincluir os estados e os municípios na
reforma.
Confira a versão final da reforma
da Previdência e o que foi para a PEC paralela
Trabalhador urbano
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: idade mínima de 62 anos para mulheres e 65
anos para homens após o período de transição, com tempo mínimo de contribuição
de 15 anos para mulheres e 15 anos para homens que já contribuem para o
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Trabalhadores homens da iniciativa
privada que ainda não entraram no mercado de trabalho terão de contribuir por
pelo menos 20 anos.
PEC paralela: homens que ainda não entraram no mercado de trabalho também
continuarão contribuindo por 15 anos.
Impacto fiscal da PEC paralela: relatório não prevê impacto
Servidor público federal
Proposta do governo aprovada pela
Câmara e pelo Senado: idade mínima de 62 anos
para mulheres e de 65 anos para homens após o período de transição, com tempo
mínimo de contribuição de 25 anos para ambos os sexos e idades mínimas de
aposentadorias para o serviço público federal. As idades mínimas continuarão
fixadas na Constituição, com demais parâmetros definidos por lei complementar a
partir da promulgação da reforma.
Alíquotas progressivas
Proposta do governo aprovada pela
Câmara e pelo Senado: unificar as alíquotas da
contribuição para a Previdência dos trabalhadores da iniciativa privada e para
os servidores públicos. Contribuição passará a incidir sobre faixas salariais,
com alíquotas menores para quem ganha menos e alíquotas maiores para quem ganha
mais. Quem recebe um salário mínimo na ativa pagará 7,5%, contra 8% atualmente.
Quem ganha de R$ 998,01 a R$ 2 mil pagará de 7,5% a 8,25% de alíquota efetiva.
Trabalhadores da iniciativa privada que contribuem sobre o teto do INSS pagarão
alíquota efetiva máxima de 11,68%. Para os servidores federais, as alíquotas
efetivas sobem ainda mais. O servidor que recebe R$ 39 mil contribuirá com
alíquota efetiva de 16,79%.
Regra de transição
Proposta do governo: no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que abrange os
trabalhadores do setor privado, a proposta de emenda à Constituição (PEC) prevê
quatro regras de transição para o setor privado: sistema de pontos por tempo de
contribuição e por idade; aposentadoria por tempo de contribuição para quem tem
pelo menos 35 anos de contribuição (homens) e 30 anos (mulheres); tempo menor
de contribuição para quem alcançar a aposentadoria por idade pelas regras
atuais; e pedágio de 50% sobre o tempo faltante pelas regras atuais, desde que
restem menos de dois anos para a aposentadoria.
Para o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), dos servidores públicos, o texto estipula um sistema de pontuação que permitiria a aposentadoria a partir dos 61 anos para homens e 56 anos para mulheres. A partir de 2022, as idades mínimas subiriam para 62 anos (homens) e 57 anos (mulheres). Nesse caso, no entanto, os servidores receberiam um valor mais baixo. Os trabalhadores públicos que entraram até 2003 precisariam trabalhar até 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres) para terem direito à integralidade (último salário da ativa) e paridade (mesmos reajustes salariais dos ativos).
Para o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), dos servidores públicos, o texto estipula um sistema de pontuação que permitiria a aposentadoria a partir dos 61 anos para homens e 56 anos para mulheres. A partir de 2022, as idades mínimas subiriam para 62 anos (homens) e 57 anos (mulheres). Nesse caso, no entanto, os servidores receberiam um valor mais baixo. Os trabalhadores públicos que entraram até 2003 precisariam trabalhar até 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres) para terem direito à integralidade (último salário da ativa) e paridade (mesmos reajustes salariais dos ativos).
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: acréscimo de regra de transição que valerá
tanto para o serviço público como para a iniciativa privada. Os trabalhadores a
mais de dois anos da aposentadoria terão um pedágio de 100% sobre o tempo
faltante para ter direito ao benefício, desde que tenham 60 anos (homens) e 57
anos (mulheres) e 35 anos de contribuição (homens) e 30 anos de contribuição
(mulheres). No caso dos servidores públicos que entraram antes de 2003, o
pedágio dará direito à integralidade e à paridade.
Gatilho na idade mínima
Proposta do governo: Constituição definiria um gatilho automático que elevaria as
idades mínimas de quatro em quatro anos, conforme o aumento da expectativa de
vida.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: retirado o mecanismo de ajuste. Novas
alterações das idades mínimas terão de exigir mudança na Constituição.
Aposentadoria rural
Proposta do governo: idade mínima de 60 anos para a aposentadoria de homens e mulheres,
com 20 anos de tempo de contribuição para ambos os sexos.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: tema retirado na comissão especial da Câmara.
Mantidas as regras atuais, com 55 anos para mulheres e 60 anos para homens,
incluindo garimpeiros e pescadores artesanais. Apenas o tempo mínimo de
contribuição para homens sobe para 20 anos, com a manutenção de 15 anos para
mulheres.
PEC paralela: manutenção do tempo mínimo de contribuição de 15 anos para
trabalhadores rurais homens.
Impacto fiscal da PEC paralela: não divulgado.
Professores
Proposta do governo: idade mínima de 60 anos de idade para a aposentadoria de homens e
mulheres, com 30 anos de tempo de contribuição.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: idade mínima de aposentadoria reduzida para
55 anos (homens) e 52 anos (mulheres), com cumprimento do pedágio de 100%.
Benefício vale para professores federais, da iniciativa privada e dos municípios
sem regime próprio de Previdência.
Capitalização
Proposta do governo: Constituição viria com autorização para lei complementar que
institui o regime de capitalização.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: tema retirado.
Benefício de Prestação Continuada
(BPC)
Proposta do governo: idosos de baixa renda receberiam R$ 400 a partir dos 60 anos,
alcançando um salário mínimo somente a partir dos 70.
Proposta aprovada pela Câmara: retirada da limitação de R$ 400 para quem tem menos de 70 anos;
inclusão de medida para combater fraudes no BPC, com especificação na
Constituição de renda familiar per capita de até um quarto do
salário mínimo (R$ 249,50 em valores atuais) a partir dos 65 anos para ter
direito ao benefício.
Proposta aprovada pelo Senado: retirada da medida antifraude, permitindo que pessoas com renda
familiar per capita maior continuem tendo acesso ao benefício,
que continuaria a ser de um salário mínimo a partir dos 60 anos. Texto não
volta para a Câmara.
Impacto fiscal da mudança no
Senado: -R$ 22 bilhões em dez anos.
Pensão por morte
Proposta do governo: pensão por morte começaria em 60% do salário de contribuição,
aumentando 10 pontos percentuais por dependente até chegar a 100% para cinco ou
mais dependentes. Retirada da pensão de 100% para dependentes com deficiências
intelectuais ou mentais. Apenas dependentes com deficiências físicas receberiam
o valor máximo.
Proposta aprovada pela Câmara: pensão de pelo menos um salário mínimo para beneficiários sem
outra fonte de renda, sem exigência de comprovação de renda dos demais membros
da família.
Pagamento de 100% para beneficiários com dependentes inválidos (deficiência física, intelectual ou mental) e para dependentes de policiais e agentes penitenciários da União mortos por agressões em serviço e qualquer circunstância relacionada ao trabalho, como acidentes de trânsito e doenças ocupacionais.
Pagamento de 100% para beneficiários com dependentes inválidos (deficiência física, intelectual ou mental) e para dependentes de policiais e agentes penitenciários da União mortos por agressões em serviço e qualquer circunstância relacionada ao trabalho, como acidentes de trânsito e doenças ocupacionais.
Proposta aprovada pelo Senado: nenhuma pensão poderá ser menor que um salário mínimo, em qualquer
circunstância. Essa parte do texto não volta para a Câmara
PEC paralela: cota dobrada, de 20 pontos percentuais, na pensão por morte para
os dependentes de até 18 anos de idade. Dessa forma, a pensão será de 100%, por
exemplo, no caso de uma mãe com dois filhos menores de idade. Possibilidade de
acúmulo de pensões em caso de dependente com deficiência intelectual, mental ou
grave.
Impacto fiscal das mudanças no
texto principal: -R$ 32 bilhões em dez anos
com piso universal de um salário mínimo.
Impacto fiscal da PEC paralela: -R$ 8 bilhões com cota dobrada para dependentes menores de idade;
-R$ 2 bilhões a -R$ 3 bilhões com acúmulo de pensões
Aposentadoria por invalidez
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: Aposentadoria por invalidez passa a ser de
60% da média salarial mais 2% por ano de contribuição que exceder 20 anos, como
no cálculo do valor das aposentadorias em geral.
PEC paralela: acréscimo de 10% na aposentadoria por invalidez em caso de
acidente de trabalho. Aposentadoria de 100% do valor em caso de doença
neurodegenerativa ou incapacidade que gere deficiência.
Impacto fiscal da PEC
paralela: -R$ 7 bilhões em dez anos por
acréscimo de 10% para acidentes de trabalho e –R$ 5 bilhões por aposentadoria
por doenças neurodegenerativas e deficiências.
Aposentadoria especial para
expostos a agentes nocivos
Proposta aprovada pela
Câmara: aposentadoria quando soma da
idade, do tempo de contribuição e do tempo de efetiva exposição a agentes
nocivos atingir 66 pontos e 15 anos de efetiva exposição, 76 pontos e 20 anos
de efetiva exposição e 86 pontos e 25 anos de efetiva exposição. Com acréscimo
de um ponto por ano a partir de 2020.
Proposta aprovada pelo Senado: retira a regra de elevação dos pontos. Texto não volta para a
Câmara.
Impacto fiscal da mudança no
Senado: -R$ 6 bilhões em dez anos
Aposentadoria especial por
periculosidade
Proposta do governo aprovada pela
Câmara: texto vedava expressamente
aposentadoria especial para atividades enquadradas por periculosidade, como
vigilantes. Segundo governo, direito não é garantido na legislação atual, mas a
equipe econômica queria explicitar a proibição na Constituição.
Proposta aprovada em segundo
turno pelo Senado: retira proibição expressa,
sob condição de o governo enviar um projeto de lei para regulamentar o tema e
evitar a judicialização (onda de ações na Justiça) do tema.
Impacto fiscal da mudança no
Senado: nenhum, porque acordo evitará onda de ações
judiciais que provocariam impacto de até -R$23,2 bilhões e porque conta da
reforma divulgada pelo governo nunca considerou a economia com a proibição
expressa
Abono salarial
Proposta do governo: pagamento restrito aos trabalhadores formais que ganham um salário
mínimo, contra dois salários mínimos pagos atualmente.
Proposta aprovada pela Câmara: pagamento aos trabalhadores de baixa renda (até R$ 1.364,43 em
valores atuais).
Proposta aprovada em primeiro
turno pelo Senado: retirada da restrição ao
abono salarial, que continuará a ser pago aos trabalhadores de carteira
assinada que ganham até dois mínimos.
Impacto fiscal da mudança no
Senado: -R$ 76,4 bilhões em dez anos
Salário-família e
auxílio-reclusão
Proposta do governo: pagamento restrito a beneficiários com renda de um salário mínimo.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: pagamento a pessoas de baixa renda (até R$
1.364,43 em valores atuais).
Cálculo de benefícios
Proposta do governo: benefício equivalente a 60% da média de contribuições em toda a
vida ativa, mais dois pontos percentuais por ano que exceder os 20 anos de
contribuição.
Comissão especial da Câmara: inclusão de parágrafo no Artigo 27 para eliminar falha que faria
trabalhador que tenha contribuído por mais de 20 anos, porém com salário menor
a partir do 21º ano, conquistar aposentadoria menor do que segurado que tenha
contribuído por apenas 20 anos.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: valor da aposentadoria de mulheres da
iniciativa privada começará a subir dois pontos percentuais por ano que exceder
15 anos de contribuição. Aposentadoria de homens só começará a subir depois de
20 anos de contribuição. Mudança permite a mulheres receber aposentadoria de
100% do salário médio com 35 anos de contribuição – cinco anos antes dos
homens.
Reajuste de benefícios
Proposta do governo: eliminava trecho da Constituição que preservava a reposição das
perdas da inflação.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: manutenção do reajuste dos benefícios pela
inflação.
Contagem de tempo
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: parágrafo que impede a contagem de tempo sem
o pagamento das contribuições. Recentemente, o Tribunal de Contas da União
(TCU) decidiu que os juízes podem considerar, no tempo de contribuição, os anos
em que exerciam a advocacia e não contribuíam para a Previdência.
Incorporação de adicionais
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: extensão aos estados e municípios da
proibição de incorporar adicionais por cargo de confiança ou em comissão ao
salário dos servidores, vedação que existe em nível federal.
Acúmulo de benefícios
Proposta do governo: limite para acúmulo de benefícios a 100% do benefício de maior
valor, somado a um percentual da soma dos demais, começando em adicional de 80%
para um salário mínimo e caindo para 0% acima de benefícios de mais de quatro
salários mínimos. Médicos, professores, aposentadorias do RPPS ou das Forças
Armadas ficam fora do limite por terem exceções estabelecidas em lei.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: altera para 10% adicional para benefícios
acima de quatro salários mínimos, mantendo os demais pontos.
PEC paralela: possibilidade de acúmulo de pensões em caso de dependente com
deficiência intelectual, mental ou grave.
Impacto fiscal da PEC paralela: -R$ 2 bilhões a -R$ 3 bilhões em dez anos.
Previdência complementar
Proposta aprovada pela Câmara: não prevê que servidores federais optem pelo sistema de
previdência complementar, administrado pela Fundação de Previdência
Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp). Prazo acabou em 29 de
março deste ano.
PEC paralela: reabertura, por seis meses a partir da promulgação da reforma, do
prazo para migração para o regime de previdência complementar dos servidores
federais, com pagamento de contrapartida do governo federal.
Impacto fiscal da PEC paralela: -R$ 20 bilhões em dez anos.
Aposentados de estatais
Proposta do governo: servidores públicos federais e empregados de estatais que
continuem a trabalhar depois de se aposentarem deverão escolher receber o
salário ou a aposentadoria, ressalvados os casos permitidos pela Constituição.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: servidores públicos federais terão de optar
por aposentadoria ou salário, mas empregados de estatais deverão ser desligados
automaticamente ao se aposentarem. Aposentados atuais podem continuar
trabalhando nas empresas públicas.
Encargos trabalhistas
Proposta do governo: possibilidade de incidir desconto para a Previdência sobre
vale-alimentação, vale-transporte e outros benefícios trabalhistas.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: tema retirado.
Policiais que servem à União
Proposta do governo: a categoria (que abrange policiais federais, policiais rodoviários
federais, policiais legislativos e agentes penitenciários federais, entre outros)
se aposentará aos 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos de
exercício efetivo na carreira, independentemente de distinção de sexo.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: idade mínima de 53 anos para homens e 52 anos
para mulheres para o policial que cumprir 100% do pedágio sobre o tempo que
falta para se aposentar pelas regras atuais.
Policiais militares e bombeiros
Proposta do governo: a categoria teria as mesmas regras das Forças Armadas, com 35 anos
de contribuição, com contagem de tempo no RGPS e possibilidade de policiais e
bombeiros na reserva trabalharem em atividades civis.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: policiais militares e bombeiros continuam
fora da reforma.
Judicialização
Proposta do governo: concentração na Justiça Federal em Brasília de ações judiciais
contra a reforma da Previdência.
Proposta aprovada pela Câmara e
no Senado: autorização, por meio de lei federal, de
julgamentos na Justiça estadual quando não houver vara federal no domicílio do
segurado.
Aposentadoria de juízes
Proposta do governo: PEC não abordava o assunto.
Proposta aprovada na Câmara e no
Senado: retirada da Constituição da possibilidade de
pena disciplinar de aposentadoria compulsória para juízes e parágrafo que
impede contagem de tempo de contribuição para juízes que não contribuíram com a
Previdência enquanto exerceram a advocacia.
Anistiados políticos
Proposta do governo: anistiados passariam a contribuir para a seguridade social nos
mesmos termos da contribuição do aposentado e pensionista do INSS.
Proposta aprovada pelo Senado: retira desconto da contribuição para anistiados. Segundo relator,
conceder tratamento previdenciário a indenizações, com pagamento de tributos,
motivaria ações judiciais contra a reforma. Texto não precisa voltar à Câmara.
Impacto fiscal da mudança no
Senado:: -R$ 830 milhões em dez anos.
Benefício universal para crianças
Proposta aprovada na Câmara e no
Senado:: não trata do tema.
PEC paralela:: sugestão para criar benefício universal para crianças em situação de
pobreza.
Impacto fiscal da PEC paralela: -R$ 10 bilhões em dez anos.
Medidas para aumentar a economia
da reforma
Estados e municípios
Proposta do governo: PEC valeria automaticamente para servidores dos estados e dos
municípios, sem necessidade de aprovação pelos legislativos locais.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: retirada do tema. Todos os pontos da reforma
da Previdência precisarão ser aprovados pelos legislativos locais
PEC paralela: reinclusão dos estados e dos municípios na reforma da Previdência.
Governos locais podem adotar integralmente novas regras mediante aprovação de
lei ordinária. Caso estado aprove reforma, adoção para municípios do estado
será automática, mas prefeito poderá aprovar lei em até um ano para desfazer as
mudanças.
Impacto da PEC paralela: +R$ 350 bilhões de economia nos governos locais nos próximos dez
anos.
Aposentadorias e pensões acima do
teto
Proposta aprovada pela Câmara: retirada de trecho da Constituição que permite contribuição sobre
aposentadorias e pensões acima do teto do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), R$ 5.839,45 em valores atuais.
Proposta aprovada pelo
Senado: contribuições vão incidir sobre
aposentadorias e pensões que superem o teto do INSS. Por se tratar de
supressão, texto não volta para a Câmara.
Impacto fiscal da mudança no
Senado: não divulgado, mas positivo.
Aposentadoria de políticos
Proposta do governo aprovada pela
Câmara: fim da aposentadoria especial para futuros
parlamentares – em nível federal, estadual e municipal. Os eleitos a partir das
eleições municipais de 2020 passarão para o Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS). Haverá uma regra de transição para parlamentares atuais.
Proposta aprovada pelo Senado: esclarece que ex-parlamentares que integram plano de aposentadoria
dos congressistas precisarão seguir a mesma regra de transição para os atuais
congressistas: idades mínimas de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens,
com pedágio de 30% sobre o tempo que falta hoje para a aposentadoria. Por se
tratar de emenda de redação, texto não precisa voltar à Câmara.
Impacto fiscal da mudança no
Senado: não divulgado, mas positivo.
Trabalho informal
Proposta do governo e aprovada
pela Câmara: não trata sobre o tema.
Proposta aprovada pelo Senado: trabalhadores informais terão direito a um sistema especial de
inclusão previdenciária, com alíquota menor que as cobradas no INSS. Mudança
pretende beneficiar microempreendedores individuais (MEI). Por se tratar de
emenda de redação, texto não precisa voltar à Câmara.
Impacto fiscal da mudança no
Senado:: não especificado, mas, segundo relator, deve ser
positivo por ampliar a cobertura previdenciária.
Contribuições extraordinárias
Proposta aprovada pela Câmara: contribuições extras dos servidores públicos, aposentados e
pensionistas sobre o valor dos benefícios que superem um salário mínimo quando
houver déficit atuarial (insuficiência de recursos para aposentadorias futuras)
dos regimes próprios.
Proposta aprovada pelo Senado: retira expressão “no âmbito da União” para autorizar estados e
municípios a instituir contribuição extraordinária em caso de déficit atuarial,
evitando interpretações de que contribuição só poderia ser cobrada pela União.
Texto não volta para a Câmara.
Impacto fiscal da mudança no
Senado: nenhum em nível federal, impacto em nível
local não divulgado, mas positivo.
Tributo para bancos
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
Proposta aprovada pela Câmara e
pelo Senado: Câmara incluiu aumento, de 15% para 20% da
alíquota de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para bancos médios
e grandes. As demais instituições financeiras continuarão a pagar 15% de CSLL.
B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo) continuará pagando 9%.
Impacto fiscal da mudança na
Câmara: +R$ 50 bilhões em dez anos.
Fim de isenção para exportadores
rurais
Proposta do governo: PEC não abordava assunto.
Proposta aprovada pela Câmara: Comissão especial tentou acabar com isenção da contribuição
previdenciária de 2,6% sobre a comercialização da produção agrícola de
exportadores rurais. Mudança renderia R$ 83,9 bilhões em uma década. Medida foi
derrubada ainda na comissão, antes de ir para o Plenário.
PEC paralela: relator no Senado incluiu cobrança gradual, em cinco anos, de
contribuições previdenciárias do agronegócio exportador.
Impacto fiscal da PEC paralela: +R$ 60 bilhões em dez anos.
Fim de isenção para entidades
filantrópicas
Proposta do governo e aprovada
pela Câmara: PEC não abordava assunto.
PEC paralela: relator no Senado incluiu cobrança gradual, em cinco anos, de
contribuições previdenciárias de entidades educacionais ou de saúde enquadradas
como filantrópicas, mas com capacidade financeira. Entidades de assistência e
santas casas de misericórdia continuariam com isenção.
Impacto fiscal da PEC paralela: +R$ 60 bilhões em dez anos.
Nova contribuição no Simples
Nacional
Proposta do governo e aprovada
pela Câmara: PEC não abordava assunto.
PEC paralela: relator no Senado incluiu cobrança no Simples para incentivar
micro e pequenas empresas a investir em prevenção de acidentes de trabalho e
proteção do trabalhador contra exposição a agentes nocivos.
Impacto fiscal da PEC paralela: +R$ 35 bilhões em dez anos.
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