O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira (17) uma medida provisória que destina R$ 20 bilhões para o plano nacional de vacinação contra a Covid-19.
A MP entra em vigor ao ser publicada no
"Diário Oficial da União" e precisa ser aprovada por Câmara e Senado para
não perder a validade. Até o momento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa)
não liberou o uso de nenhuma vacina no Brasil.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na
semana passada que uma eventual campanha de vacinação em massa custaria cerca
de R$ 20 bilhões à União. A declaração foi dada à comissão externa do Congresso
que acompanha as ações de combate ao coronavírus, e Guedes não fez referência à
MP.
"Só para os senhores terem uma ideia, se
formos partir para uma campanha de vacinação em massa, devem ser mais ou menos
uns 20 bilhões. Realmente o choque inicial, que foi o distanciamento, foi um
impacto tremendo na pandemia", disse.
Antes, o governo já havia destinado R$ 1,99 bilhão ao Ministério da Saúde para
viabilizar, produzir e disponibilizar a "vacina de Oxford", desenvolvida pelo laboratório
AstraZeneca em parceria com a Universidade
de Oxford, do Reino Unido.
O governo firmou um acordo com a AstraZeneca que
prevê a transferência de tecnologia para que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
possa produzir essa vacina.
O montante de R$ 1,99 bilhão também foi liberado
por medida provisória, assinada em agosto por Bolsonaro e aprovada em definitivo pelo Senado no início deste mês.
A União editou ainda em setembro outra MP que liberou R$ 2,5 bilhões a fim de bancar a
participação do Brasil na Covax Facility, programa coordenado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) para impulsionar o desenvolvimento e garantir a
compra de vacinas contra a Covid-19.
O governo Jair Bolsonaro lida com a pressão de governadores e prefeitos para
iniciar a vacinação o quanto antes. O governo de São Paulo pretende iniciar
a vacinação em 25 de janeiro pela vacina CoronaVac,
desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
O Reino Unido, por exemplo, começou nesta semana a vacinação com o imunizante
desenvolvido pela Pfizer, que deverá receber autorização da agência
norte-americana (FDA) que realiza trabalho similar ao da Anvisa.
Após afirmar a governadores que a Anvisa precisa de
60 dias para conceder o registro efetivo de uma vacina, o que deixaria a
vacinação para fevereiro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou que
poderá haver vacinação no Brasil ainda neste mês de dezembro, ou no início de
janeiro de 2021.
Para que seja possível iniciar a vacinação neste
mês, a farmacêutica Pfizer terá de conseguir uma autorização emergencial junto
à Anvisa e "adiantar" uma entrega de doses acordadas com o governo
federal. (G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário