O consórcio formado pela Tim, Vivo e Claro arrematou, na tarde desta segunda-feira (14), os ativos da rede móvel da operadora Oi por R$ 16,5 bilhões. O leilão foi realizado pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e faz parte do plano de recuperação judicial da companhia, iniciado em 2018.
Com o resultado do leilão, a Oi
deve desaparecer do mercado de telefonia móvel brasileiro. Agora, ela detém
apenas os ativos de infraestrutura e fibra, que ainda deverão ser parcialmente
vendidos.
Com a Oi deixando de operar, as
três gigantes telefônicas vão aumentar ainda mais a sua participação no mercado
de telefonia móvel do Brasil, que passa a ser ainda mais concentrado.
Este foi o segundo leilão de
ativos da Oi para quitar as suas dívidas. O primeiro foi realizado no dia 26 de
novembro e atraiu poucos interessados. Nele, foram vendidas as torres de
telefonia e data centers da companhia por cerca de R$ 1,4 bilhão.
A Highline do Brasil, do grupo
norte-americano de private equity Digital Colony, comprou a unidade de torres
por R$ 1,067 bilhão - foi a única oferta apresentada para este ativo. Já a
unidade de data centers foi arrematada pela Titan Venture Capital por R$ 325
milhões de reais, também única apresentada no leilão.
O plano de vender os seus ativos
foi anunciado pela Oi no dia 15 de junho deste ano. Na ocasião, a companhia
informou que iria dividir a empresa em quatro áreas para
poder vendê-las. Na divisão, os ativos foram reunidos em Unidades
Produtivas Isoladas (UPIs): Ativos Móveis, Torres, Data Center e InfraCo.
A UPI InfraCo reúne os ativos de
infraestrutura e fibras e ainda deverá ser parcialmente vendida em leilão, ao
preço mínimo de R$ 6,5 bilhões. No plano anunciado pela Oi em junho, a
companhia disse que o futuro comprador ficará com 51% do capital votante.
Mais de R$ 12,2 bilhões de
prejuízo em 9 meses
Entre janeiro e setembro deste
ano, a Oi acumulou prejuízo de cerca de R$ 12,2 bilhões - foram três trimestres
seguidos de queda. A expectativa é que a companhia encerre o 4º trimestre
também com prejuízos.
O maior prejuízo foi registrado
no 1º trimestre do ano, de R$ 6,25 bilhões. No 2º trimestre, o
prejuízo foi de R$ 3,4 bilhões. Já no 3º trimestre, ele
foi de R$ 2,6 bilhões.
Conforme o último relatório dos
resultados financeiros, a Oi encerrou o 3º trimestre com uma dívida líquida de
R$ 21.243 milhões.
Parte da dívida da companhia foi
reduzida no dia 27 de novembro, logo após o primeiro leilão de ativos. Ela
recebeu um desconto de 50% na dívida de cerca de R$ 14 bilhões devida à União.
O desconto foi aplicado graças à
uma modificação aprovada pelo Senado na lei de falências, que permitiu que
empresas em recuperação judicial possam quitar suas dívidas com descontos de
até 50% e parcelamento em até 84 meses. (G1)
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