sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Rússia invade Ucrânia: o que sabemos até agora sobre principais acontecimentos

A Rússia iniciou na quinta-feira (24/2) um ataque militar em larga escala contra a Ucrânia, país vizinho ao sul, por ordem do presidente russo, Vladimir Putin.

Há relatos de ataques à infraestrutura militar ucraniana em todo o país e de comboios russos chegando de todas as direções.

Ao menos 137 ucranianos foram mortos como resultado da invasão russa, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e mais de 300 ficaram feridos.

No início de sexta-feira (25/2), novas explosões foram ouvidas na capital ucraniana, Kiev, onde as tropas russas já chegaram.

Os acontecimentos mais recentes são:

O presidente norte-americano Joe Biden e o ucraniano Volodymyr Zelensky conversaram nesta sexta por 40 minutos e discutiram sanções contra a Rússia e ajuda militar dos EUA

O Reino Unido anunciou sanções contra o presidente russo Vladimir Putin e seu chanceler Sergei Lavrov

A Otan informou que vai posicionar mais tropas da aliança no Leste Europeu

O governo ucraniano disse que tropas russas estão logo ao norte de Kiev e tomaram posse do aeroporto Hostomel, que fica nas proximidades da capital

Para contraria rumores de que havia fugido de Kiev, o presidente Zelensky postou um vídeo na cidade ao lado do primeiro-ministro

A Rússia afirmou que a entrada da Finlândia ou da Suécia na Otan detonaria uma séria resposta de Moscou

O Kremlin disse que a Rússia está pronta para negociações com a Ucrânia. O foco seria a Ucrânia se declarar "neutra", que incluiria a "desmilitarização", mas não há evidências de que a Ucrânia concordaria com esses termos.

Putin exortou os militares ucranianos a assumir o poder.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia instou a comunidade internacional a "mostrar solidariedade" impondo mais sanções à Rússia - e cortando relações com Moscou.

Fortes explosões e sirenes de alerta são ouvidas nesta sexta-feira no centro de Kiev, onde vivem 2,8 milhões de pessoas. Relatos apontam que as tropas russas já dominam partes da cidade e de seus arredores. Há diversas imagens de prédios residenciais destruídos em ataques.

Veículos militares ucranianos entraram em Kiev para defender a cidade contra a aproximação de tropas russas.

Desde o início da invasão, a Ucrânia vem tentando se defender da invasão russa a partir de três grandes frentes diferentes: norte, sul e leste, este palco dos combates mais violentos.

O Ministério do Interior disse que 18 mil armas foram entregues a voluntários, juntamente com instruções para fazer coquetéis molotov.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, divulgou um novo vídeo nesta sexta-feira em que dizia: "Estamos defendendo a Ucrânia sozinhos", visivelmente decepcionado com a reação da comunidade internacional.

A União Europeia, a Austrália e o Japão anunciaram na sexta-feira novas sanções que miram bancos, empresas e oligarcas russos. Elas se somam às sanções anunciadas na quinta-feira (24/2) pelo presidente americano, Joe Biden, que seguem a mesma linha.

Muitos dos habitantes da capital ucraniana e Kharkiv se refugiaram em estações de metrô e abrigos subterrâneos (bunkers) por medo de ataques aéreos russos.

Zelensky informou ao fim do primeiro dia de guerra que pelo menos 137 cidadãos ucranianos — entre soldados e civis — foram mortos no primeiro dia do ataque militar russo. Mais de 300 pessoas ficaram feridas.

Há um êxodo em massa em curso na Ucrânia. Mais de 100 mil pessoas fugiram de suas casas e dezenas de milhares fugiram da Ucrânia desde o início da ofensiva russa, segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

O presidente francês, Emmanuel Macron, ligou para o colega Putin para pedir que ele interrompesse o ataque, numa conversa "franca, direta, curta".

Nas cidades russas, milhares de pessoas protestaram contra a decisão do presidente Putin de ir à guerra contra a Ucrânia; centenas de manifestantes foram presos.

O objetivo da Rússia seria, segundo o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, derrubar o governo do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e colocar um aliado no comando do país.

A mídia ucraniana divulgou como seria o suposto plano da Rússia para tomar a capital Kiev. Segundo fontes de contrainteligência ouvidas por jornalistas locais, a ofensiva prevê dominar pistas de pouso na cidade para desembarcar mais de 10 mil combatentes, causar pânico generalizado com sabotagem nas redes elétricas e de comunicação, forçar autoridades a assinar acordos nos termos exigidos pela Rússia e até a possibilidade de dividir o país em dois, como ocorreu no caso da Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental.

A seguir, confira o que sabemos até agora com mais detalhes.

Putin ordena ataque

Em pronunciamento televisionado às 05h55 (horário de Moscou) do dia 24/2, Putin anunciou uma "operação militar" na região de Donbas, no leste da Ucrânia.

Esta área abriga muitos ucranianos de língua russa. Partes dela foram ocupadas e administradas por rebeldes apoiados pela Rússia desde 2014.

Putin disse que a Rússia estava intervindo como um ato de legítima defesa. A

Rússia não queria ocupar a Ucrânia, segundo ele, mas iria desmilitarizar e "desnazificar" o país.

Ele pediu aos soldados ucranianos na zona de combate que baixem suas armas e voltem para casa, mas disse que os confrontos são inevitáveis ​​e "apenas uma questão de tempo".

E acrescentou que qualquer intervenção de potências externas de resistência ao ataque russo seria recebida com uma resposta "instantânea".

Explosões ouvidas em todo o país

Já nas primeiras horas de quinta-feira, correspondentes da BBC escutaram estrondos na capital Kiev, assim como em Kramatorsk, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia. Explosões também foram ouvidas na cidade portuária de Odessa, no sul.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que a Rússia realizou ataques com mísseis à infraestrutura da Ucrânia e guardas de fronteira.

O Ministério da Defesa da Rússia negou ter atacado cidades ucranianas — dizendo que estava mirando infraestrutura militar, defesa aérea e forças aéreas com "armas de alta precisão".

Zelensky voltou a falar com o povo da Ucrânia pela tarde, trocando seu terno escuro por um uniforme militar.

Em seu discurso, ele comparou o conflito ao "som da nova cortina de ferro que está caindo e isolando a Rússia do mundo civilizado", acrescentando que "nossa tarefa é que essa cortina não caia em território ucraniano".

Tanques e tropas entram na Ucrânia

Tanques e tropas invadiram a Ucrânia em trechos ao longo de sua fronteira ao leste, sul e norte, diz a Ucrânia.

Comboios militares russos cruzaram de Belarus para a região de Chernihiv, no norte da Ucrânia, e da Rússia para a região de Sumy, que também fica ao norte, segundo o serviço de guarda de fronteira da Ucrânia (DPSU).

Belarus é um aliado de longa data da Rússia. Analistas descrevem o pequeno país como o "estado-satélite" da Rússia.

Os comboios também entraram nas regiões ao leste de Luhansk e Kharkiv e se deslocaram para a região de Kherson a partir da Crimeia — território que a Rússia anexou da Ucrânia em 2014.

A ofensiva russa foi precedida por disparos da artilharia, e guardas de fronteira ficaram feridos, informou o DPSU.

Também houve relatos de tropas desembarcando por mar nas cidades portuárias de Mariupol e Odessa, no sul.

Uma forte explosão foi ouvida no centro da cidade de Odessa, e um residente britânico disse à BBC que muitas pessoas estavam indo embora.

Mariupol está sob fogo pesado, com relatos de centenas de explosões, disse uma fonte diplomática à agência de notícias Reuters.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA CLICANDO ABAIXO:

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60506882

 

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