quarta-feira, 23 de março de 2022

Presidente da Frente Parlamentar da Educação quer CPI para investigar propina no MEC

O deputado Professor Israel Batista (PV-DF) apresentou nessa terça-feira (22) um pedido de abertura de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso para investigar a atuação do gabinete paralelo de pastores no Ministério da Educação (MEC). O caso foi revelado pelo Estadão.

De acordo com o parlamentar, que preside a Frente Parlamentar Mista da Educação, o objetivo da CPMI seria investigar, no prazo de 120 dias, prorrogáveis por mais 60, possíveis crimes de tráfico de influência, emprego irregular de verbas públicas, advocacia administrativa, corrupção ativa e passiva, usurpação de função pública e crimes de responsabilidade.

Como revelou o Estadão, a atuação do titular do MEC, Milton Ribeiro, tem sido "dirigida" por um grupo de religiosos sem nenhum vínculo com o MEC ou o tema Educação. Capitaneado pelos pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura, o "gabinete paralelo" age para facilitar a liberação de recursos, permitir o acesso de outras pessoas ao ministro e interferir na gestão da Pasta.

Em nota divulgada na tarde dessa terça, Ribeiro disse que Bolsonaro não ordenou "atendimento preferencial a ninguém", ao contrário do que mostrou áudio divulgado pela Folha de São Paulo. Ele também negou favorecer determinados grupos em detrimento de outros.

Para a abertura de uma CPMI são necessárias as assinaturas de 27 senadores e 171 deputados. “É um problema garantir o foco em pleno ano eleitoral, mas os fatos são graves”, disse ao Broadcast Político o senador Alessandro Vieira (PSDB-CE), membro da Frente Parlamentar Mista da Educação.

Vieira e outros parlamentares entraram com representação hoje na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Ribeiro, por improbidade administrativa. “Deveriam ser vias com menor contaminação pelo cenário político eleitoral”, afirmou.

O líder do Novo na Câmara, Tiago Mitraud (MG), que também integra a Frente da Educação, disse ao Broadcast Político que “certamente há o que se investigar”. “Sempre mais difícil. Mas dada a gravidade das revelações, não é impossível”, disse o parlamentar, ao ser questionado sobre a possibilidade de uma CPMI avançar em ano de eleição. (JB/Ag. Estado)

 

 

 

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