“A sociedade precisa armar-se do seu voto, consciência política,
sentimento de justiça, coexistencialidade”, disse. A declaração foi feita em
palestra no instituto internacional Wilson Center, nos EUA. Fachin também não
poupou nos recados aos comandantes das Forças Armadas. O presidente do TSE
voltou a frisar que os militares devem atuar em defesa dos interesses do
Estado. “Quando chamada à arena pública, (as Forças Armadas) são chamadas para
defender as instituições e garantir segurança institucional, não o contrário”,
afirmou.
O TSE vem sendo questionado de forma recorrente pelo ministro da Defesa,
Paulo Sérgio Nogueira, e pelo alto comando das Forças Armadas. Em um ato
inédito no processo eleitoral, Nogueira enviou ofício a Fachin para avisar que
nomearia oficiais militares para fiscalizar as eleições. O ministro da Justiça,
Anderson Torres, seguiu o colega de governo e prometeu indicar agentes da
Polícia Federal (PF) para atuar junto ao tribunal.
Fachin ainda garantiu que deve pautar para agosto, último mês da sua
gestão, um “número expressivo” de representações sobre moticiatas. Novamente
sem fazer menção a Bolsonaro, o ministro disse os pedidos de julgamentos no TSE
tratam da postura de “determinado candidato que realiza locomoção em veículo de
duas rodas”.
Diante das investidas do governo, Fachin frisou na palestra desta
quarta-feira, 6, que “o Judiciário brasileiro não vai se vergar a quem quer que
seja”. “Cada uma das instituições brasileiras precisa cumprir o seu papel nos
limites que a Constituição atribui”, afirmou. “Instituições de estado respondem
a interesses permanentes e duradouros de estado”, completou.
Ao discursar, Fachin apresentou o receituário das ações que a Justiça
Eleitoral deve adotar para garantir a lisura das eleições. O presidente do TSE
frisou a importância de contar com o apoio do Congresso em caso de contestação
do resultado da disputa em outubro, como vem ameaçando Bolsonaro.
Segundo o ministro, diante de um cenário de crise, os parlamentares
deveriam deixar de lado as divergências ideológicas para defender o Judiciário
e o sistema eletrônico de votação. “Se houver a dissolução de um dos poderes, o
perigo poderá ir para o outro lado da rua”, afirmou.
Fachin também disse ser importante que a população demonstre
publicamente “seus anseios de viver numa sociedade democrática”, caso a crise
entre os Poderes se agrave. Outros atores convocados a manter a normalidade no
País foram as forças de segurança estaduais e federais, que, segundo o
ministro, devem proteger o Estado. O presidente do TSE também cobrou o apoio da
comunidade internacional no reconhecimento do resultado das eleições. (JB)
Nenhum comentário:
Postar um comentário