Os dados da
pesquisa mais recente do Instituto Datafolha, divulgados na quinta-feira
(1º/09), mostram um crescimento acima da margem de erro na somatória dos
candidatos da chamada terceira via. O levantamento é o primeiro do instituto
depois do início do horário eleitoral gratuito de rádio e TV, das sabatinas com
candidatos à Presidência da República realizadas pelo Jornal Nacional, da Rede
Globo, e do primeiro debate entre presidenciáveis promovido por um grupo de
veículos de comunicação, no domingo (28/08).
Apesar disso, a
pesquisa continua mostrando relativa estabilidade entre os líderes. O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece na liderança com 45% das
intenções de voto (antes estava com 47%), seguido pelo presidente e candidato à
reeleição, Jair Bolsonaro (PL), com 32% (antes também com 32%).
Os dados também
mostram movimentações nas intenções de voto importantes como a aparente redução
da vantagem de Lula na região Sudeste, o avanço do petista na região
Centro-Oeste e a estabilidade da diferença entre o petista e Bolsonaro entre
eleitores evangélicos.
A pesquisa
entrevistou 5.734 pessoas em 285 municípios entre os dias 30 de agosto e 1º de
setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Confira cinco
dados de destaque da nova pesquisa do Instituto Datafolha:
1. Terceira via cresce e vitória do PT no primeiro turno parece mais longe
Os dados do
Datafolha mostram que houve um crescimento acima da margem de erro na soma dos
candidatos que vêm logo atrás de Lula e Bolsonaro. Na última pesquisa, eles
somavam 10% das intenções de voto. Agora, somam 17%.
O candidato mais
bem posicionado do grupo é Ciro Gomes (PDT). Em agosto, ele aparecia com 7% das
intenções de voto. Agora, ele oscilou dois pontos percentuais para cima (dentro
da margem de erro) e apresenta 9%.
Simone Tebet
(MDB), apontada pelo Datafolha como a candidata com melhor desempenho durante o
debate promovido por um grupo de veículos de imprensa no domingo (28/8), saiu
de 2% para 5%, variação acima da margem de erro.
Soraya Thronicke
(União Brasil), Felipe D'Ávila (Novo) e Pablo Marçal (Pros) têm 1% cada um.
Ao mesmo tempo em
que esse grupo de candidatos viu suas intenções de voto subir, Lula, que vem
liderando as pesquisas há meses, teve uma oscilação negativa dentro da margem.
Na última pesquisa, ele aparecia com 47%. Agora, têm 45%.
Bolsonaro, por sua
vez, se manteve estável com os mesmos 32% de intenções de voto registrados na
última pesquisa.
O crescimento das
intenções de voto da chamada terceira via tornou ainda mais improvável a
possibilidade de que Lula vença no primeiro turno.
Analisadas apenas
as intenções de votos válidos (excluídos os brancos e nulos), Lula teria,
agora, 48%. Para vencer no primeiro turno, ele precisaria ter mais de 50%. Na
última pesquisa, Lula aparecia com 51%.
A disputa em um
eventual segundo turno também teve oscilação dentro da margem de erro. Lula
aparece na pesquisa mais recente com 53% dos votos e Bolsonaro, com 38%. E
meados de agosto, Lula tinha 54% e Bolsonaro, 37%. Em julho, Lula tinha 55% e
Bolsonaro, 35%.
2. Vantagem de Lula no Sudeste cai
Outro dado
negativo para a campanha de Lula trazido pela pesquisa Datafolha é a aparente
redução da sua vantagem em relação a Bolsonaro na região Sudeste. A vantagem de
Lula caiu pela metade.
A liderança na
região é estratégica porque ela concentra 66 milhões de eleitores e eleitoras,
o equivalente a 42% de todos os votos do país.
Na última
pesquisa, a distância entre Lula e Bolsonaro era de 12 pontos percentuais. O
petista tinha 44% e o presidente tinha 32%. Agora, Lula aparece com 41% e
Bolsonaro com 35%, uma diferença de seis pontos percentuais.
3. Lula avança em reduto agro
Se por um lado,
Lula vê sua liderança diminuindo no Sudeste, por outro sua campanha parece
estar revertendo uma tendência em um reduto importante para a base
bolsonarista: o Centro-Oeste. A região é o principal polo do agronegócio do
país e, nos últimos anos, vinha apontando consistente apoio ao presidente.
Os dados do
Datafolha, no entanto, mostram uma tendência de alta nas intenções de voto de
Lula na região. Na última pesquisa, Bolsonaro liderava com 42% contra 36% de
Lula. Agora, Lula aparece com 39% contra 37% de Bolsonaro.
De acordo com o
instituto, no entanto, a margem de erro nessa região é de sete pontos
percentuais para mais ou para menos.
4. Evangélicos: diferença entre Lula e Bolsonaro fica estável
Os dados da
pesquisa mais recente do Datafolha mostram estabilidade na diferença das
intenções de voto entre Bolsonaro e Lula no segmento evangélico.
No levantamento
divulgado no dia 18 de agosto, Bolsonaro tinha uma vantagem de 17 pontos
percentuais em relação a Lula. Ele aparecia com 49% e o petista tinha 32%. Na
pesquisa divulgada ontem, Bolsonaro aparece com 48% e Lula tem os mesmos 32%.
Neste segmento, a
margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Entre os
católicos, Lula segue na liderança, com 51% das intenções de voto contra 28% de
Bolsonaro. Na comparação com o último levantamento, a diferença entre os dois
oscilou dois pontos percentuais para menos. No dia 18 de agosto, Lula tinha 52%
contra 27% de Bolsonaro.
5. Lula mantém liderança entre mulheres
Os dados da
pesquisa apontam ainda que Lula se mantém na liderança entre o eleitorado
feminino em relação a Bolsonaro. No levantamento divulgado ontem, Lula aparece
com 48% das intenções de voto contra 28% de Bolsonaro, uma diferença de 20
pontos percentuais. Em relação à pesquisa anterior, Lula oscilou um ponto
percentual para cima e Bolsonaro um ponto percentual para baixo.
No público
masculino, a diferença entre os dois se reduziu.
Lula tem 43%
contra 37% de Bolsonaro. Uma diferença de seis pontos percentuais. Na pesquisa
anterior, essa diferença era de onze pontos percentuais, quando Lula tinha 46%
e Bolsonaro 35%.
A manutenção da
liderança de Lula entre as mulheres é considerada estratégica para a campanha
do petista, uma vez que as mulheres representam 52,6% do eleitorado total. (BBC)
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