Bocado comido...
Costumeiramente, as pessoas falecidas são mais lembradas nas duas datas que delimitam sua passagem pela terra: a do nascimento e a da morte. Isso ocorre, em tese, porque na prática até mesmo quem fez muito por um povo, quem marcou a história, com o tempo começa a descambar para o esquecimento.
É óbvio que a memória dos mortos não pode continuar a ocupar todo o tempo dos vivos; nem os vivos podem esquecer completamente seus mortos e deixar de reverenciá-los, o que seria uma cruel ingratidão. O equilíbrio entre essas duas situações é a saída. Agora, relegar a memória dos mortos ao esquecimento torna-se ainda mais cruel quando isso advém de quem conviveu com o desaparecido ou por ele foi fartamente beneficiado direta ou indiretamente.
Amanhã (domingo, 10) comemoraremos o 141º aniversário de nascimento de Dom José Tupinambá da
Frota (1882-1959) e segunda-feira (25/09) lembraremos os 64 anos da sua morte. Assim
sendo, que tal um questionamento a respeito do que exposto acima tendo como enfoque
nosso primeiro bispo e outros vultos históricos sobralenses?
Dom José, o grande antístite sobralense, é, indubitavelmente, o maior benfeitor
de todos os tempos deste município, sendo autor de inúmeras obras de pedras e
cal e disseminador intransigente da Palavra de Deus. Mas, a exemplo de Padre
Ibiapina, Domingos Olímpio, Maria Tomázia, Visconde Saboia, Mons. Aloísio
Pinto, Mons. Sabino Loiola e outros sobralenses ilustres, indago:
- Dom José também estará começando a cair no esquecimento até mesmo nas duas principais datas de sua passagem pela Terra?
- Será que seus sucessores, colaboradores e os que dirigem as obras por ele
construídas também se fizeram/fazem essa indagação?
- Enfim, será que o primeiro bispo da Diocese de Sobral está sendo relembrado e
reverenciado como merece?
Vale ressaltar que essas perguntas não têm como alvo algumas pessoas e entidades de Sobral e da região. Refiro-me àquelas cujo proceder comprovam sua admiração e seu respeito à figura de Dom José e desenvolvem incansável luta para preservar a memória dele. Essas pessoas, sim, justificam o pensamento de Cícero, que disse: “A gratidão não é somente a maior das virtudes; é também mãe de todas as outras”.
A propósito, certa vez o saudoso amigo maestro José Wilson Brasil me contou que, no velório de Dom José, lá pela madrugada, havia apenas três ou quatro pessoas na igreja Menino Deus. E é porque a maioria dos ausentes confessavam ser grandes amigos e admiradores do bispo morto e a ele juravam estar em sua companhia até o momento final.
Na realidade, ocorrências dessa natureza não diz nada a quem se despede da vida e nem os atinge mais. Serve, sim, de instrumento para avaliar o quão são falhos e, às vezes, falsos os juramentos de amizade, dedicação e respeito a que estamos passíveis no que se refere a relações interpessoais.
Diante disso, pergunto a você, meu caro leitor: Seus admiradores se dizem amigos de todas as horas? E quando chegar ‘seu dia’ será que o número deles se iguala ao dos que velavam Dom José?
Se se iguala, não se iluda: você não será velado como um grande vulto. Será,
sim, mais um que começa a ser esquecido antes mesmo de ir para debaixo do
chão.
Isso o incomoda ou o entristece? Fique frio!
Ou acha que não dá pra ficar frio ao pensar em tamanha ingratidão?
Relaxe!
Isso pouco importa nesse momento, pois a parada daí pra frente será entre você e Deus.
E uma coisa lhe garanto: no “seu grande dia” você estará friinho, friinho. E para sempre!
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De novo!
Com tristeza,
novamente presenciei um aluno da Escola Dr. João Ribeiro Ramos tentando
convencer outro de que Visconde de Saboia teria sido um personagem de seriado
de televisão. Certamente o associou ao Visconde de Sabugosa, personagem de
André Valli no Sítio do Pica-pau Amarelo, obra de Monteiro Lobato. Pior:
imediatamente o outro se convenceu.
Abrindo a boca
Educadamente e com carinho paternal desmenti tudo na hora. Falei também sobre nosso Visconde de Saboia para os coleguinhas, pois fiz meu antigo Primário por lá. É por essas e outras que insisto: A história de cada município tem de entrar na grade curricular das escolas.
Ele merece mais!
E não seria demais Visconde de Saboia tornar-se o símbolo da classe
médica em sua terra. Vicente Cândido Figueira de Saboia nasceu em Sobral-CE
a 13.04.1836 e
morreu em Petrópolis-RJ a 18.03.1909. Médico (obstetra)
da Corte, Diretor, Professor, Implantador de Cursos e Reformador da
Universidade do Rio de Janeiro, ele também escreveu obras ligadas à Medicina e
à Filosofia. Uma delas, da área médica, escrita em francês e com mais de 600
páginas, tornou-se livro didático da Faculdade de Montpellier, na França, por
muitos anos. Enfim, o notável sobralense foi a figura mais importante da
Medicina do Brasil na segunda metade do século transato. A prefeitura de
Sobral prestou-lhe homenagem dando seu nome à Escola de Formação em Saúde da
Família.
DOMINGO NA EDUCADORA FM 107,5 - SOBRAL-CE
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Artemísio da Costa na Educadora FM 107,5, das 10h30 às 12h30. O Programa
oferece muitas notícias, reportagens, curiosidades e música de boa qualidade.
DESTAQUE: 141º aniversário de Dom José Tupinambá da Frota. Participe: 3611-1550
// 3611-2496.
UM ABENÇOADO E DIVERTIDO DOMINGO!
LEIA, CRITIQUE E SUGIRA
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