A segunda edição da análise intitulada
“Pesquisa Diversidade Jovem 2023” visa mapear as percepções de adolescentes e
jovens brasileiros sobre os desafios relacionados a temas como raça/etnia,
orientação sexual e identidade de gênero. Além disso, a diversidade vivenciada
pelos jovens no mercado de trabalho, nos ambientes de ensino e em espaços
públicos também foi alvo da pesquisa.
A amostragem revela que seis a cada dez
adolescentes e jovens já sentiram ou presenciaram situações de preconceito
dentro do ambiente familiar. Para 77% dos respondentes, locais como o
transporte público, consultórios médicos, restaurantes, lojas ou eventos também
já foram palco de episódios de preconceito.
O ambiente de trabalho foi o único
espaço em que mais da metade dos adolescentes e jovens negros ouvidos pelo
estudo (59%), afirmaram nunca sentir ou presenciar preconceito. Diante deste
cenário, Alessandro Saade, superintendente-executivo do Espro, observa, em nota
à imprensa, que o ambiente profissional está abraçando a diversidade.
“A nova edição da pesquisa mostra que o
trabalho é o local onde a maioria dos adolescentes e jovens negros (68%) nunca
se sentiu coagido a esconder ou omitir sua diversidade, seja ela religiosa,
étnica, relacionada à sexualidade ou condição social. Mesmo sendo ainda um
grande desafio o acolhimento da diversidade em locais públicos, os ambientes
corporativos caminharam mais rapidamente nessa direção”, diz.
No entanto, apesar deste dado, o
sentimento de 37% dos jovens entrevistados é de que, em algum momento da vida
profissional, eles já foram desclassificados de uma vaga de emprego por conta
de atributos fenotípicos ou étnicos. Além disso, o índice de 37% também está
presente nos relatos de exclusão de grupos sociais no trabalho e 36% dizem não
ter recebido mérito algum por uma ideia que tiveram.
Quando questionados sobre o debate
acerca da diversidade presente nestes locais, 61% dos adolescentes e jovens
negros afirmaram conversar com frequência sobre o tema nas escolas ou
faculdades.
Para 79% dos entrevistados negros, o ambiente familiar é utilizado para conversas sobre diversidade, enquanto momentos de lazer e passeios são usados para conversar sobre o assunto por 76% dos jovens. No trabalho, 61% afirmam conversar sobre o tema e 44% se sentem seguros em fazê-lo em espaços religiosos.
(MARIANE
BARBOSA - Jornal do Brasil)
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