No
Dia Mundial de combate ao AVC, lembrado neste domingo (29), a entidade destaca
que a doença é uma das maiores causas de morte e incapacidade no mundo, pode
acontecer com qualquer um em qualquer idade, e é algo que afeta a todos:
sobreviventes, familiares e amigos, além de ambientes de trabalho e
comunidades.
A
estimativa é que mais de 12 milhões de pessoas no mundo tenham um AVC este ano
e que 6,5 milhões morram como resultado. Os dados mostram ainda que mais de 110
milhões de pessoas vivem com sequelas de um AVC. A incidência aumenta
significativamente com a idade – mais de 60% dos casos acontece em
pessoas com menos de 70 anos e 16%, em pessoas com menos de 50 anos.
"Mais
da metade das pessoas que sofrem um derrame morrerão como resultado. Para os sobreviventes,
o impacto pode ser devastador, afetando a mobilidade física, a alimentação, a
fala e a linguagem, as emoções e os processos de pensamento. Essas necessidades
complexas podem resultar em desafios financeiros e cuidados para o indivíduo e
para os seus cuidadores", alerta a organização.
Entenda
De
acordo com o neurologista e coordenador do serviço de AVC do Hospital Albert
Einstein, Marco Túlio Araújo Pedatella, o AVC acontece quando há uma obstrução
do fluxo de sangue pro cérebro. Ele pode ser isquêmico (quando há obstrução de
vasos sanguíneos) ou hemorrágico (quando os vasos se rompem). Em ambos os
casos, células do cérebro podem ser lesionadas ou morrer.
"Os
principais fatores de risco que temos hoje pro AVC são pressão alta, diabetes,
colesterol elevado, sedentarismo, fumo, uso excessivo de bebida alcoólica, além
de outros fatores que a gente não consegue interferir muito, como idade, já que
acaba sendo mais comum em pacientes mais idosos, sexo masculino, pessoas da
raça negra e orientais e histórico familiar, que também é um fator de risco
importante."
Jovens
Apesar
de o AVC ser mais frequente entre a população acima de 60 anos, os relatos de
casos entre jovens têm se tornado cada vez mais comuns. Pedatella lembra que,
nesses casos, os impactos são enormes, uma vez que a doença pode gerar
incapacidades importantes a depender do local e do tamanho da lesão no cérebro.
"Acometendo
um paciente jovem, uma pessoa que, muitas vezes, vai deixar de trabalhar, vai
precisar fazer reabilitação, gerando enorme gastos. Em vários casos, dependendo
da sequela, esse paciente precisa de ajuda até pra andar, então, vai tirar um
familiar do trabalho pra poder auxiliar. Então acaba aumentando muitos os
gastos de seguridade social, além dos gastos com tratamento e
reabilitação."
"Infelizmente,
a gente não tem um remédio que trate, que cure essas lesões. Os pacientes
melhoram com a reabilitação, mas dependendo da lesão, do tamanho, da
localização, podem ficar com alguma sequela mais incapacitantes."
Reconhecendo sinais
O
especialista explica que reconhecer os sinais de um AVC e buscar tratamento
rapidamente não apenas salva a vida do paciente, mas amplia suas chances de
recuperação. "O AVC é um quadro repentino, súbito. Acontece de uma
vez."
"A
pessoa tem perda de força ou de sensibilidade de um ou de ambos os lados do
corpo; perda da visão de um ou de ambos os olhos; visão dupla; desequilíbrio ou
incoordenação motora; vertigem muito intensa; alteração na fala, seja uma
dificuldade para falar, para articular palavras, para se fazer ser compreendido
ou compreender; além de uma dor de cabeça muito intensa e diferente do padrão
habitual".
"É
recomendado que, na presença de qualquer um desses sinais, entre em contato com
o serviço de urgência para que o paciente possa ser avaliado por um médico e
afastar a possibilidade de um AVC. A gente tem uma janela muito estreita, no
AVC isquêmico, pra poder tratar esse paciente e evitar sequelas
incapacitantes – até quatro horas e meia com tratamento medicamentoso
e até seis horas com procedimento endovascular." (JB/Ag. Brasil)
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