“Desde
o início do ano, o governo federal tem trabalhado com a mensagem de união e de
reconstrução do país, e esta campanha é parte desse trabalho”, diz a Secom. A
trilha das peças publicitárias conta com artistas como Sandra de Sá, Jorge
Vercillo, Manno Góes, que canta axé, e o pastor Kleber Lucas, com música
gospel. O Planalto tem tentado se aproximar do público evangélico, que apoiou
de forma majoritária a tentativa fracassada de reeleição do ex-presidente Jair
Bolsonaro.
De
acordo com o governo, o objetivo também é passar mensagens de combate ao
“negacionismo” e à “intolerância”. Os programas para a TV mostram pessoas
beneficiadas por programas sociais do governo, como Bolsa Família, Minha Casa
Minha Vida, ProUni, Farmácia Popular, Plano Safra, programa de vacinação e o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “As peças valorizam conceitos como
família e cidadania e sentimentos como solidariedade e amizade”, afirma a
Secom, comandada pelo ministro Paulo Pimenta.
Na
abertura da Conferência Eleitoral do PT na sexta-feira, 8, Lula disse que a
disputa municipal de 2024 será polarizada e defendeu o diálogo com os
evangélicos. “Acho que nessa eleição vai acontecer um fenômeno. Vai ser outra
vez Lula e Bolsonaro disputando as eleições nos municípios”, disse o presidente.
“Nós sabemos que (vocês) não podem aceitar provocações, não podem ficar com
medo, não podem enfiar o rabo no meio das pernas. Quando um cachorro late para
a gente, a gente late também”, emendou.
O
tom dos discursos no evento foi, em geral, de polarização com o bolsonarismo.
Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) reforçou neste sábado, 9,
que o País estará dividido em 2024 por causa das eleições. “O Lula deu o tom
ontem à noite (sexta-feira). Vai ser a disputa entre Lula e Bolsonaro de novo.
E precisamos preparar o PT. Para isso, precisamos nos mobilizar em cada
cidade”, disse o deputado. “Temos que fazer a disputa programática e ideológica
com o bolsonarismo em todas as cidades do País”, emendou.
O
ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela
articulação política do governo com o Congresso, foi na mesma linha em seu
discurso e disse que algumas candidaturas às prefeituras em 2024 são “puro suco
de bolsonarismo”. “Temos que fazer essa disputa e consolidar a vitória sobre
eles nas eleições municipais”, afirmou.
“Temos
que derrotar em cada cidade aquelas candidaturas que são a expressão do
bolsonarismo golpista”, continuou o ministro da articulação política. Padilha
também mencionou os atos golpistas que ocorreram uma semana após a posse de
Lula, quando extremistas invadiram o Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal
Federal (STF). “E nós não vamos descansar enquanto a gente não apurar e
condenar todos aqueles que planejaram, financiaram e executaram o golpe do dia
8 de janeiro.”
Padilha
ainda citou a revanche do PT contra a Operação Lava Jato e o hoje senador
Sérgio Moro (União Brasil-PR), que determinou a prisão de Lula em 2018 por
acusações de corrupção. Após a vitória eleitoral de Bolsonaro naquele ano, o
ex-juiz virou ministro da Justiça do novo governo. As condenações de Lula foram
posteriormente anuladas pelo STF, e Moro foi considerado “parcial” pela Corte.
“O
presidente Lula vai terminar o ano tendo indicado o ex-advogado dele que
enfrentou o Moro na Lava Jato como ministro do Supremo Tribunal Federal e tendo
indicado o ministro da Justiça que passou em primeiro lugar no concurso do
Moro”, declarou o ministro das Relações Institucionais, em referência,
respectivamente, a Cristiano Zanin e Flávio Dino, escolhidos por Lula para
vagas na mais alta instância do Judiciário brasileiro neste ano.
(JB
- Iander Porcella)
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