PEDRO MARIANO O caráter social em declínio: Solidariedade ou egocentrismo?

Em tempos passados, as comunidades primitivas eram sustentadas por fortes laços de solidariedade, fraternidade e união, onde o bem comum e a igualdade social imperavam sobre os interesses individuais. 

Os povos tradicionais valorizavam intrinsecamente a cooperação, a ajuda mútua e a responsabilidade coletiva, elementos essenciais para a sobrevivência e o bem-estar comunal.

Na contemporaneidade, é evidente uma enorme disruptura coletiva, onde, infelizmente, os interesses pessoais são prevalecidos por sentimentos arrogantes, orgulhosos e repugnantes. Lastimavelmente, a crescente urbanização, a industrialização e as mudanças nas estruturas familiares contribuíram significativamente para o aumento do egocentrismo, enfraquecendo os vínculos sentimentais, fraternais e sociais, e promovendo uma cultura centrada no eu.

A ética e a moral são indispensáveis e necessários na construção e manutenção de um caráter positivo, harmonioso, decente e honroso.

Observamos perceptivelmente indivíduos odiosos e furiosos escondidos em máscaras "fingidas", residindo em uma monstruosa hipocrisia. Esses indivíduos que moram na falsidade, que fingem virtudes, ideias, sentimentos e crenças talvez não saibam, mas estão sendo cruelmente fragilizados pelo seu próprio ser, sendo objeto de estudo de sua própria mente.

Em síntese, a involução do caráter social, demonstrada pela crescente prevalência do egocentrismo em detrimento do altruísmo, é um reflexo humilhante das mudanças das prioridades e dos valores da sociedade atual. Reverter esse cenário não é difícil, basta superar as adversidades consigo mesmo e desenvolver sua própria mente com valores morais e éticos. Resgatando e fortalecendo esses valores primordiais, será possível reerguer uma sociedade mais justa, coesa e solidária.

(*) Pedro Mariano - Membro Imortal da Academia Massapeense de Letras e Artes (AMLA), Acadêmico de Contabilidade, Pesquisador, Crítico Literário e Escritor de Artigos.