Segundo
a entidade, em alguns locais do país, o tempo de espera por uma mamografia na
rede pública pode chegar a 80 dias. O exame, quando realizado em tempo hábil,
permite a detecção precoce de alterações mamárias, aumentando as chances de
tratamento bem-sucedido e reduzindo a necessidade de intervenções invasivas e
onerosas. "Os números revelam parte da sobrecarga no SUS e devem ser
levados em conta, especialmente pelos recém-eleitos nas eleições municipais, na
formulação e manutenção de políticas de saúde pública", avaliou o CBR.
Subnotificação
Em
nota, o Colégio Brasileiro de Radiologia alerta que a fila de espera por
mamografias no SUS pode ser ainda mais longa do que o indicado oficialmente.
"Isso porque o SISREG [Sistema de Regulação] do Ministério da Saúde,
plataforma que deveria registrar em uma fila única as demandas por cirurgias
eletivas no país, depende de dados fornecidos voluntariamente pelas secretarias
de saúde estaduais e municipais."
"Um
exemplo dessa discrepância pode ser observado no Distrito Federal, onde o
sistema nacional informa uma fila de espera de 306 pacientes aguardando pelo
exame. No entanto, dados divulgados pela imprensa local, baseados no Mapa
Social do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPTDF), apontam
que o número real de mulheres à espera de uma mamografia é dez vezes maior,
alcançando 3,6 mil."
Para
o CBR, a disparidade entre regiões e o tempo médio de espera também figuram
como preocupações no contexto da realização de mamografias no Brasil. A
entidade aponta "necessidade urgente de intervenções eficazes e de
políticas públicas capazes de reduzir as filas e garantir acesso equitativo ao
diagnóstico".
Relatório
recente publicado pelo Instituo Nacional de Câncer (INCA) sobre o controle do
câncer de mama no Brasil aponta que longos períodos entre a solicitação do
médico e a emissão do laudo podem dificultar a adesão da população ao
rastreamento da doença. Em 2023, 48,8% das mamografias de rastreamento tiveram
laudos liberados em até 30 dias após a solicitação do exame. Cerca de 36% dos
laudos, entretanto, foram liberados com mais de 60 dias. (Por
Paula Laboissière – Do JB/Ag. Brasil)
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