"Quero
fazer um registro da gravidade dessa situação que nós enfrentamos ontem. Que
apontam que esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de
maneira enérgica. Não só a Polícia Federal, mas todo o sistema da Justiça
Federal. Entendemos que o episódio de ontem não é um fato isolado, mas
conectado com várias outras ações", disse.
A
Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) devem assumir as
investigações – a cargo, inicialmente, da Polícia Civil do Distrito Federal.
"Determinei
a instauração do inquérito policial e o encaminhamento para a Suprema Corte em
razão das hipóteses iniciais de atos que atentam contra o Estado Democrático de
Direito. E também, de atos terroristas. Estamos tratando o caso sob essas duas
vertentes", informou Andrei.
🔎 Francisco Wanderley Luiz,
de 59 anos, disparou uma série de artefatos na área em frente ao Supremo
Tribunal Federal (STF) – e morreu no local, em seguida, após ser atingido por
uma das explosões.
🔎 O corpo só foi retirado do
local na manhã desta quinta, 13 horas após as detonações. Até o fim da manhã,
policiais ainda detonavam artefatos e pacotes suspeitos encontrados em um
trailer próximo à Esplanada dos Ministérios e na casa alugada pelo homem no DF.
Planejamento
de longo prazo e fabricação 'artesanal'
As
primeiras informações da investigação indicam, segundo Andrei Rodrigues, que
houve um "planejamento de longo prazo" de Francisco Wanderley.
"Essa
pessoa já esteve em outras oportunidades em Brasília. Inclusive, segundo
relatos de familiares, estava aqui em Brasília no começo do ano de 2023. Ainda
é cedo dizer se houve participação direta nos atos de 8 de janeiro, isso a
investigação vai mostrar", disse.
O
homem, morador de Santa Catarina, estava já há alguns meses em uma casa alugada
em Ceilândia, no Distrito Federal.
Andrei
Rodrigues afirmou que a PF está analisando os materiais encontrados durante a
investigação e, sem dar detalhes, disse que foi encontrada uma
"caixa" durante a apuração.
Segundo
o diretor da PF, as bombas eram de fabricação artesanal, mas de "alto
grau de lesividade".
Andrei
afirmou que Francisco Wanderley portava um extintor carregado com
gasolina, simulando um lança-chamas. "Reitera a gravidade da situação que
encontramos", afirmou.
No
porta-malas do veículo de Francisco, havia vários fogos de artifício
montados sobre uma estrutura de tijolos com o objetivo de
"canalizar" a explosão para uma única direção.
Também
foi localizado um trailer que teria sido alugado há alguns meses e estava
estacionado nas proximidades do STF, o que, na avaliação dos investigadores,
aponta que a ação foi planejada em médio ou longo prazo.
Gaveta
explodiu ao ser aberta por robô em casa
Andrei
Rodrigues relatou ainda que, já na manhã desta quinta, uma gaveta na casa
alugada em Ceilândia explodiu ao ser aberta por um robô antibombas da Polícia
Federal.
"Felizmente,
utilizamos a boa doutrina da nossa instituição e da Polícia Militar também para
fazer entrada nesse tipo de ambiente. E entramos com o robô, nosso robô
antibombas. Entramos na residência, o robô entrou na residência e a ato
contínuo ao abrir uma graveta para fazer a busca, houve uma explosão, uma
explosão gravíssima. Salvou a vida de alguns policiais que se tivessem
ingressado na residência, certamente não sobreviveriam àquela intensidade da
explosão", disse.
"Então,
na residência encontramos também outros artefatos. Muitos, até pela
sensibilidade, têm que ser destruídos. E outros materiais que coletamos, eu
diria que de muita relevância", prosseguiu.
(g1)
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