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Para a imunologista e gerente médica de
vacinas da farmacêutica GSK, Ana Medina, isso mostra como o calendário
vacinal do Brasil é robusto, mas pode confundir os responsáveis. Por isso,
momentos de preparação para novos ciclos, como a volta às aulas, são uma boa
oportunidade de conferir a carteira de vacinação.
"A gente fica num período de férias,
naquele ambiente mais familiar, com possibilidade menor de contágio e
depois passa para aquele ambiente escolar que, por mais seguro que
seja, tem aglomeração, muitas vezes é uma sala fechada, com ar
condicionado e tudo isso favorece transmissão de doenças infecciosas de uma
forma geral. E a gente tem ainda o compartilhamento de objetos: a criança
pequena pega o brinquedo, coloca na boca, outra criança pega e coloca na boca
também, um adolescente empresta um batom, um copo. E eles voltam com aquela
saudade né? Então querem abraçar, beijar", alerta a especialista.
A diretora da SBIm, Isabella Ballalai,
destaca algumas doenças infeciosas que podem ter desfechos graves em crianças,
mas são preveníveis por vacinas: "30% dos infectados por meningite
pneumocócica morrem e 20% dos que tem meningite meningocócica morrem. E dos que
sobrevivem, um em cada cinco vai ter sequela grave como amputação dos membros,
entre outras, para o resto da vida". Essas doenças são causadas por
bactérias do tipo pneumococo e meningococo, mas o SUS oferece as vacinas
Pneumo-10, Meningo C e Meningo ACWY que protegem contra os sorotipos mais
prevalentes.
Ela também cita a coqueluche, infecção
respiratória causada por bactéria, que atinge principalmente os bebês e têm
causado surtos em diversos locais. Em 2024, o Brasil registrou mais de 6.700
casos da doença, 31 vezes mais do que em 2023, e 28 mortes. A vacina Penta,
aplicada nas crianças, protege contra a coqueluche e também contra difteria,
tétano, hepatite B e infecções por Haemophilus influenzae B, mas é
essencial que as mulheres grávidas recebam o imunizante dTpa em todas as
gestações, para que o bebê já nasça com anticorpos.
Isabela lembra a covid-19: "A
pandemia está numa situação muitíssimo melhor, mas a gente ainda tem muitos
casos e muitas mortes. E o segundo grupo que mais morre de covid-19 no Brasil é
de crianças menores de 1 ano que não estão vacinadas". Desde o ano
passado, a vacina contra a covid-19 faz parte do calendário básico do SUS e
todas as crianças de 6 meses a menos de 5 anos devem receber duas ou
três doses, dependendo do imunizante. Mas, de acordo com o painel de
cobertura vacinal do Ministério da Saúde, só 32,4% do público-alvo de até 4
anos tomaram pelo menos duas doses.
A diretora da SBIm também ressalta que a
vacinação de crianças e adolescentes ajuda a prevenir o adoecimento da
população em geral, porque eles são grandes vetores de agentes infecciosos:
"A literatura mostra que a primeira onda de casos de influenza na
sazonalidade ocorre entre as crianças. Então, no ambiente coletivo como a
escola, os surtos são mais do que comuns: essas crianças se infectam, adoecem e
transmitem a influenza". É também por essa razão que as
crianças de seis meses até menores de 6 anos devem ser imunizadas nas campanhas
anuais. Crianças e adolescente também são os maiores transmissores de
pneumococos e meningococos.
Para que essa cadeia de transmissão seja
interrompida, ela recomenda que estudantes com sintomas como febre, tosse e
coriza fiquem em casa enquanto estiverem doentes e pelo menos mais 24 horas,
depois que os sintomas cessarem. Outra medida essencial é a vacinação dos
profissionais das escolas, para que eles não se contaminem e não transmitam
doenças aos alunos.
A imunologista Ana Medina complementa que as
escolas precisam ser aliadas da vacinação, promovendo educação em saúde, mas
ressalta: "Tem que buscar fontes corretas de informação. A gente tem
o site do Ministério da Saúde,
com uma série de informações adequadas sobre atualização de carteira de
vacinação, tem o site da Sociedade Brasileira de
Imunizações, que inclusive tem uma parte voltada para o público
leigo falando sobre as diferentes doenças. Educação com fontes confiáveis: esse
é o primeiro ponto."
Ela também reforça que os responsáveis não
devem ter medo de vacinar seus filhos, porque todos os imunizantes
autorizados para uso na rede pública ou privada passam por rigorosos
testes de segurança: "E os estudos de segurança nunca param. Depois que a
vacina é lançada no mercado, a gente tem o que chama de estudo de fase 4,
que são os estudos de farmacovigilância. Essa segurança é acompanhada ao longo
da utilização da vacina. E quando você olha todos os estudos, as principais
reações adversas geralmente são locais, aquela dor no local da aplicação,
um inchaço, um avermelhamento. Isso é esperado de boa parte das vacinas, mas
são reações aceitáveis, especialmente quando a gente compara com a gravidade
das doenças que elas previnem."
(Ag. Brasil)
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