

“O êxodo da
juventude rural coloca em risco a sucessão geracional da agricultura familiar,
com implicações diretas sobre a segurança e soberania alimentar, hídrica e
energética do país. Por isso, a necessidade de políticas públicas voltadas à
promoção da vida e da dignidade dos jovens e das jovens do campo, das florestas
e das águas não está ligada somente aos direitos desse segmento, mas tem
implicações mais gerais para toda a sociedade”, justificou Ananias.
Pelo projeto, a
política nacional define juventude rural como jovens da agricultura familiar
entre 15 e 29 anos e sucessão rural como a continuidade intergeracional nas
propriedades rurais.
Para
identificar o público-alvo, serão usados o Cadastro Único para Programas
Sociais (CadÚnico) e o Cadastro Nacional Agricultura Familiar.
Entre
outros pontos, a proposta
estabelece diretrizes como o acesso à renda, ao desenvolvimento técnico e ao
fortalecimento das redes juvenis, além de objetivos como a
oferta de serviços públicos, acesso à terra, geração de trabalho e renda, e
participação social.
Entre
os eixos de atuação estão o acesso à terra e ao crédito rural adequado;
parcerias com instituições de ensino, pesquisa e entidades do Sistema S; acesso
à educação no campo, com adoção da pedagogia da alternância; apoio à criação de
cooperativas e associações de jovens agricultores; garantia de presença da
juventude rural nos espaços de negociação e debate e nas instâncias de controle
e representação social e popular responsáveis pela política criada.
Pela proposta, os
jovens agricultores, serão incluídos no grupo prioritário do qual as escolas
deverão comprar alimentos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
A
compra preferencial também será incluída na lei do Programa de Aquisição de
Alimentos (PAA) para programas de assistência alimentar a pessoas de baixa
renda.
Pelas
regras do programa, 30% dos gêneros alimentícios devem ser adquiridos da
agricultura familiar. Com o texto, será dada
preferência para alimentos vendidos por mulheres e jovens rurais da agricultura
familiar em percentuais a serem definidos em regulamento.
Além
disso, o projeto incluiu no Estatuto da Juventude, o incentivo a medidas a
favor desses jovens, como o fomento a atividades econômicas no campo vinculadas
aos setores da cultura e do turismo; e a promoção de programas que favoreçam a
formação e a profissionalização de agentes culturais no campo.
Comitê
Gestor
A execução do plano
nacional de Juventude e Sucessão Rural será feita em cooperação entre a União,
entes federados e sociedade civil, por meio de um Comitê Gestor deliberativo,
cuja participação será não remunerada.
Para o
financiamento das ações, além de recursos previstos no orçamento da União, o texto autoriza a criação de linhas de crédito
específicas com instrumentos mitigadores de riscos, dentro de
programas, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf), o Programa Nacional de Crédito Fundiário – Fundo de Terras e da
Reforma Agrária e de fundos constitucionais de financiamento, como os fundos do
Norte, Centro-Oeste e Nordeste.
“Para a
execução do Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural poderão ser firmados
convênios, acordos de cooperação, ajustes ou outros instrumentos congêneres com
órgãos e entidades da administração pública federal, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, com consórcios públicos, organizações da sociedade
civil e entidades privadas”, diz o texto.
BNB
Nesta
segunda-feira (26), os deputados
aprovaram ainda a autorização para que o Banco do Nordeste do Brasil (BNB)
possa constituir subsidiárias integrais ou controladas para
cumprir atividades de seu objeto social ou atividades correlatas. A propostas
também segue para o senado.
Segundo
o projeto, a realização desses negócios jurídicos poderá ocorrer sob qualquer
forma de aquisição de ações ou de participações societárias.
O projeto, de
autoria do governo federal, visa igualar as condições de concorrência do BNB
com outros bancos públicos e com instituições privadas, nacionais e
internacionais,
propiciando mais dinamismo e competitividade ao banco, “com potencial de maior
geração de resultados para o BNB e consequente impacto positivo ao Tesouro
Nacional”.
(Ag.
Brasil)
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