“Viva” os brasileiros!
Embora
todo mundo use “Viva” como se fosse uma interjeição, trata-se de um verbo,
sujeito, portanto, a variações. Salve! é que é interjeição e não varia nunca.
Se o sujeito do verbo viver, em frases assim, estiver no plural, o verbo deverá naturalmente acompanhá-lo. Portanto: Vivam os brasileiros! Viva eu! Viva ela! Vivam as férias! Vivamos nós, brasileiros! Vivam os políticos brasileiros!
Nacionalidade
(Brasileiro ou brasileira?)
No
preenchimento de formulários pessoais, após o item nacionalidade, escreve-se
brasileiro (se a pessoa for homem) e brasileira (se a pessoa for mulher). Claro
está que se a nacionalidade for outra, outro deve ser o nome pátrio. Há
pessoas, todavia, que escrevem brasileira concordando com a palavra
nacionalidade, fazendo referência à pessoa do sexo masculino. Ex.: João Carlos,
nacionalidade brasileira.
Se a concordância tivesse que ser com o gênero da palavra ou da expressão que configurasse cada item, então, após estado civil, a mulher deveria escrever: solteiro? Ou o que é pior: casado? “Em gramática isso é a concordância irregular, que se denomina silepse de gênero.
Chocalhar ou
Chacoalhar?
Chocalhar vem de chocalho. Quem diz “chacoalhar” (Ou: Dar uma chacoalhada) está usando uma forma variante coloquial. A forma original é chocalhar (Agitar, sacudir, aborrecer). Deriva-se de chocalho e significa também “tocar chocalho”.
“Não como peixe
que tem espinho”
Diga-se:
“Não como peixe que tem espinha”. Muita gente boa confunde espinha com espinho.
Vamos à diferença:
ESPINHA
é o nome dado a certas hipófises ou eminências ósseas muito salientes. Peça
óssea do corpo dos peixes que se formam no intervalo das massas musculares e
que não possui homólogos entre os vertebrados terrestres.
ESPINHO - Estrutura vegetal pontiaguda que difere do acúleo por estar firmemente preso à planta; estrutura aculiforme que recobre o corpo dos animais como o ouriço e o porco-espinho.
Circuito /
Gratuito / Fluido
Pronunciam-se com acento no “u” do ditongo: Circúito, gratúito, flúido (o substantivo). É verdade que apresentadores e repórteres de televisão continuam dizendo “circuíto”, “gratuíto” e “fluído”, mas creia: são apenas os despreparados. Sugiro a esses apresentadores e repórteres que sejam coerentes, pronunciem também: descuído, fortuíto, intuíto e outras besteiras.
Subsídio /
Subsidiar / Subsistência / Subsistir
Pronuncia-se “subssídio/subssidiar, subssistência/subssistir. O “s” depois do “b” dessas palavras tem som sibilante como na palavra “selva”. Muita gente pronuncia essas palavras como se o “s” tivesse som de “z”. Convém advertir que são PRONÚNCIAS ERRADAS: subzídio, subzidiar, subzistência e subzistir.
Reverter o quadro
A frase em epígrafe está na moda. Médicos, economistas, tecnocratas de todas as áreas e principalmente cronistas esportivos estão a inventar uma língua própria: A asinina. Entre tantas asnices que se notam em linguagem desses profissionais, salienta-se o emprego do verbo “reverter” por “inverter”: É preciso reverter o quadro da economia brasileira (Em vez de: É preciso inverter o quadro da economia brasileira); O prefeito não soube reverter o escândalo a seu favor (Em vez de: O prefeito não soube inverter...); A reversão desse quadro é difícil (Em vez de: A inversão desse quadro é difícil).
(*)
Professor Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em
Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
Contatos: (088) 99373-7724.
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