

“Não estamos deixando ninguém para trás. As pessoas que não têm CPF ainda vão continuar a ser atendidas”, disse. “Não há sistema nacional de saúde público que tenha o volume, a diversidade e a complexidade dos dados que tem o SUS”, completou.
Higienização
Para tornar a unificação possível, a
pasta iniciou uma espécie de limpeza da base de cadastros de usuários do SUS,
conhecida como CadSUS. Desde então, os registros passaram de 340 milhões para
286,8 milhões de cadastros ativos.
Desse total, 246 milhões já estão vinculadas ao CPF, enquanto 40,8 milhões permanecem sem CPF, em fase de análise para inativação. O processo de higienização, de acordo com o ministério, alcança ainda cadastros inconsistentes ou duplicados.
“Estamos dando um passo muito decisivo para uma revolução tecnológica no Sistema Único de Saúde. Não é simples o que estamos fazendo”, avaliou Padilha, ao citar que o sistema nacional de saúde pública inglês, ao criar seu cartão de unificação, demorou 10 anos para conseguir implementar a ação.
Integração
A estimativa do governo é que 11 milhões
de registros sejam inativados todos os meses, totalizando 111 milhões até abril
de 2026. A
meta é que, ao final da ação, a base de cadastros de usuários do SUS seja
equivalente ao total de CPFs ativos na Receita Federal: 228,9 milhões.
O avanço,
segundo o ministério, foi possível graças à interoperabilidade do CadSUS e da
base de dados da Receita Federal, utilizando o CPF como identificador único do
cidadão e viabilizando acesso a dados como histórico de vacinas e medicamentos
garantidos no programa Farmácia Popular.
Usuários sem CPF
Em nota, a pasta informou ter estabelecido um cadastro temporário para cidadãos atendidos no SUS sem CPF, válido por um ano. A medida, de acordo com o comunicado, atende a situações em que a pessoa não consegue informar o CPF no momento do atendimento, como em casos de emergência.
“Após a alta ou regularização, é necessária a prova de vida e a inclusão do CPF”, destacou o ministério.
Populações que
não utilizam CPF, como estrangeiros, indígenas e ribeirinhos, permanecem
identificadas pelo Cadastro Nacional de Saúde, nomenclatura que vai substituir
a expressão Cartão Nacional de Saúde “para reforçar que se trata de um registro
secundário e complementar”, reforçou a pasta.
Bases de dados
O ministério
informou que vai readequar todos os sistemas de informação do SUS para que
passem a utilizar o CPF do paciente – a começar pelos mais utilizados por
estados e municípios, como a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), o Sistema
de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o prontuário eletrônico da atenção
primária.
O calendário,
segundo Padilha, será pactuado com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde
(Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). O
prazo para conclusão é dezembro de 2026.
Ainda de acordo com a pasta, o CadSUS será integrado à Infraestrutura Nacional de Dados (IND), coordenada pelo MGI. “A medida permitirá receber informações de outros ministérios e órgão, como IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] e CadÚnico [Cadastro Único], e compartilhar dados de saúde de forma segura, sem transferência integral da base”.
“A ação vai melhorar o monitoramento, combater o desperdício e fortalecer a gestão pública”, concluiu o ministério na nota.
(Ag. Brasil)
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