terça-feira, 29 de novembro de 2011

Calazar: Em vez do cão, o mosquito

Apesar de existirem regiões endêmicas na cidade, segundo  me falou Dr. Raimundo Vieira Neto (Zoonoses), constata-se a falta de mais informações e orientações corretas sobre a doença, sobre números oficiais de casos, evolução ou regressão da situação. Alerta: o repasse disso de forma incorreta pode gerar a adoção de medidas desnecessárias, como sacrifício indevido de animais, por exemplo, e o pânico. Campanhas educativas já! Seria o mínimo que autoridades sanitárias já deveriam estar fazendo.

Calazar - O que é? - Segundo Dr. Drauzio Varella, Leishmaniose visceral, ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi. Embora alguns canídeos (raposas, cães), roedores, edentados (tamanduás, preguiças) e equídeos possam ser reservatório do protozoário e fonte de infecção para os vetores, nos centros urbanos a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande número de cachorros, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem. A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado.

Sintomas
- NO CÃO: Os sinais mais comuns da doença são problemas de pele e pelo (dermatite seborréica, falta de pelo ao redor dos olhos, feridas na ponta das orelhas e na ponta do focinho), crescimento exagerado das unhas, emagrecimento, apatia, febre, sangramento nasal ou oral, problemas nos olhos, pode haver aumento do abdômen por causa do aumento de órgãos (baço e fígado) e problemas renais.
- NO HOMEM: Febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarréia, sangramentos na boca e nos intestinos. Vale salientar que mais da metade dos cães portadores não apresenta sinais.

EM VEZ DO CÃO,O MOSQUITO.
Observa-se que tem sido pouco o avanço nas pesquisas sobre a doença e parece ainda faltar estrutura nos órgãos de saúde para combater o causador. Provavelmente por isso o extermínio de cães positivos (infectados) tem sido a forma mais usada ou a única, muitas vezes, de combater o calazar. Mas será que se exterminassem todos os cães o problema acabaria? Provavelmente não, conforme alguns especialistas. Eles argumentam que já existem referências de que roedores também podem, assim como o cão, servir de hospedeiros. Se for verdade, isso apenas reforça a afirmação de que não é o cão que transmite a doença para outros cães e para o homem. É, sim, o mosquito. Só que pouco, ou quase nada, é feito para tirá-lo de circulação. Então sobra pros cãezinhos, vítimas que vêm sendo mortos em massa, algumas vezes indevidamente. E os mosquitos, como vilões, permanecem vivíssimos e fazendo novas vítimas – caninas e humanas. Tem lógica isso?




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