Apesar de existirem regiões
endêmicas na cidade, segundo me falou Dr. Raimundo Vieira Neto (Zoonoses), constata-se a falta de mais informações e orientações corretas
sobre a doença, sobre números oficiais de casos, evolução ou regressão da
situação. Alerta: o repasse disso de forma incorreta pode gerar a adoção de
medidas desnecessárias, como sacrifício indevido de animais, por exemplo, e o
pânico. Campanhas educativas já! Seria o mínimo que autoridades sanitárias já
deveriam estar fazendo.
Calazar - O que é? - Segundo Dr. Drauzio Varella,
Leishmaniose visceral, ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha
ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do
hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi. Embora alguns canídeos (raposas,
cães), roedores, edentados (tamanduás, preguiças) e equídeos possam ser
reservatório do protozoário e fonte de infecção para os vetores, nos centros
urbanos a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande
número de cachorros, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico
semelhante ao do homem. A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente
de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as
pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito
fêmea infectado.
Sintomas
- NO CÃO: Os sinais mais comuns da
doença são problemas de pele e pelo (dermatite seborréica, falta de pelo ao
redor dos olhos, feridas na ponta das orelhas e na ponta do focinho),
crescimento exagerado das unhas, emagrecimento, apatia, febre, sangramento
nasal ou oral, problemas nos olhos, pode haver aumento do abdômen por causa do
aumento de órgãos (baço e fígado) e problemas renais.
- NO HOMEM: Febre
intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento,
anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea,
problemas respiratórios, diarréia, sangramentos na boca e nos intestinos. Vale
salientar que mais da metade dos cães portadores não apresenta sinais.
EM VEZ DO CÃO,O MOSQUITO.
Observa-se que tem sido pouco o
avanço nas pesquisas sobre a doença e parece ainda faltar estrutura nos órgãos
de saúde para combater o causador. Provavelmente por isso o extermínio de cães
positivos (infectados) tem sido a forma mais usada ou a única, muitas vezes, de
combater o calazar. Mas será que se exterminassem todos os cães o problema
acabaria? Provavelmente não, conforme alguns especialistas. Eles argumentam que
já existem referências de que roedores também podem, assim como o cão, servir
de hospedeiros. Se for verdade, isso apenas reforça a afirmação de que não é o
cão que transmite a doença para outros cães e para o homem. É, sim, o mosquito.
Só que pouco, ou quase nada, é feito para tirá-lo de circulação. Então sobra
pros cãezinhos, vítimas que vêm sendo mortos em massa, algumas vezes
indevidamente. E os mosquitos, como vilões, permanecem vivíssimos e fazendo
novas vítimas – caninas e humanas. Tem lógica isso?
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