segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Governo “exporta” programas sociais


Segundo a ONG Transparência Internacional, o Brasil evoluiu ligeiramente, de 3,7 para 3,8, na comparação com o ano passado. Entretanto, a nota ainda é baixa na escala que vai de 0 (muito corrupto) a 10 (muito limpo). O País ficou na 73ª colocação entre os 182 países pesquisados. Dessa forma, é inegável que também esteja inserido na lista dos que exportam corrupção. Infelizmente, o que também não é explorado é o que há de positivo, o que aqui é produzido, e bem produzido, e até copiado por outras nações. Por exemplo, os programas sociais. 

A estimativa é que 65 países já tenham se inspirado em ideias brasileiras, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. Na minha avaliação, tais programas deveriam ser sazonais e emergenciais, desde que o governo se empenhasse mais em criar postos de trabalho para os desempregados do país. Aplicados em caráter permanente facultam àqueles que já não são muito chegados ao trabalho a se contentarem com a minguada quantia do Bolsa Família, por exemplo. Por sua vez, muitos dependentes do trabalhador (filhos, genros,etc.) que recebe esse benefício, também evitam trabalhar e passam a sobreviver da ‘esmola governamental” que, conforme o baião Vozes da Seca, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, “humilha ou vicia o cidadão”.


Segundo o jornal Estado de de São Paulo, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, lançou na última semana seu mais novo programa social, o Misión Hijos de Venezuela, em que famílias pobres irão receber o equivalente a US$ 100 mensais para manter até três filhos na escola. A semelhança com o Bolsa Família brasileiro não é apenas coincidência. Chávez, assim como outros presidentes dos dois lados do oceano Atlântico, tem contado com o apoio do governo brasileiro para criar suas próprias versões dos programas sociais criados no Brasil.

Prestes a enfrentar sua terceira tentativa de reeleição, possivelmente a mais dura delas, Chávez aposta justamente nesses programas com viés popular para atrair de volta parte da população pobre que se afastou de seu projeto bolivariano. Além da Misión Hijos de Venezuela, Chávez implantou uma versão local do Minha Casa, Minha Vida, o Gran Misión Viviendas, sua tentativa de resolver o crônico problema de moradias no país, especialmente na capital, Caracas.

Essa cópia detalhada do projeto brasileiro vai da urbanização das favelas até a forma dos contratos de financiamento, e conta com uma ajuda de peso: a ex-presidente da Caixa Econômica Federal Maria Fernanda Coelho vai ao país uma vez por mês dar assessoria técnica aos venezuelanos. Ela atende a um pedido do próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar de recente, o Minha Casa, Minha Vida já entrou na pauta de cooperação externa do Brasil. Hoje há seis países africanos e latino-americanos que recebem ajuda brasileira para implantá-lo. Um deles é a Nicarágua, onde Daniel Ortega também enfrentou uma dura reeleição este ano. Seu chanceler, Samuel Santos, esteve no Brasil em julho tratando justamente dos projetos de cooperação. (Com informações da Ag. Estado)

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