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A proposta que prevê a regulamentação da terceirização no país
pode abrir de vez as portas à mão de obra terceirizada em empresas públicas e
sociedades de economia mista da União, estados, municípios, e no Distrito
Federal, como Petrobras, Correios, Caixa e Banco do Brasil.
Entretanto, especialistas recomendam que os
interessados por uma vaga no funcionalismo não abandonem os livros, já que a
terceirização não atinge a administração direta. E não faltam oportunidades.
Estão abertos em todo o país 189 certames para provimento de 23.383 vagas para
cargos de todos os níveis de formação, com salários de até R$ 23,9 mil.
O atraso
da aprovação da Lei Orçamentária Anual, no Congresso, e o ambiente de economia
recessiva não preocupavam a estudante Tatiane Barrozo, 32 anos. “Sei que a
máquina pública necessita repor o quadro de pessoal em função de
aposentadorias”, explicou. Contudo, a aprovação do PL 4.330/04 pelos deputados
federais tem tirado o sono dela. “Hoje, me sinto desmotivada. Sei que não tem
nada definido, mas temo que uma eventual sanção da presidente Dilma Rousseff
reduza o número de contratações e a frequência de lançamento de novos editais,
ou pior: que seja o fim dos concursos”, critica.
Para o
advogado especialista em concursos públicos Max Kolbe, do escritório Kolbe
Advogados Associados, a proposta vai escancarar a participação de terceirizados
em empresas públicas. “Sem norma, a utilização dessa mão de obra já é uma
realidade. Com lei, o cenário será agravado”, avaliou. Ele, contudo, acredita
que a Constituição prevalecerá. “O artigo 37 é muito claro. A ocupação de um
cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso”, acrescenta.
Para o
juiz e professor da Universidade de Brasília (UnB) Paulo Henrique Blair de
Oliveira, não há possibilidades do projeto atingir os concursos públicos. “O
texto é um Projeto de Lei, e não uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC).
Deve ser interpretado dentro dos limites da constituição, e não fazer com que a
constituição caiba no projeto”, avalia. “Não é possível que, em virtude de
norma legal seja permitida que, por exemplo, hospitais tenham todos seus
serviços médicos terceirizados. Acho muito improvável que a Suprema Corte tenha
entendimento favorável ao PL”, acrescenta.
O
presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac),
Marco Antônio Araújo, acredita que até professores poderiam ser empregados na
educação pública. “A matéria permite empresas quarteirizem a mão de obra. Não
seria uma surpresa saber da contratação de docentes em universidades públicas”,
analisa ele, que não descarta a possibilidade de uma redução do número de
vagas, apesar de considerar a hipótese remota. “É possível que esse efeito
ocorra apenas no próximo ano”, diz.
Oportunidades - Perderão
a chance de conquistar uma vaga no serviço público aqueles que abrirem mãos dos
estudos. O momento é de manter o foco, estudar matérias básicas e realizar
provas de seleções passadas. Para o Judiciário, estão abertas 228 vagas para
juiz substituto do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). No Executivo
Federal, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) oferece
242 oportunidades para níveis médio e superior em diversos cargos no Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet), com salários de R$ 2,9 mil a R$ 6,3 mil.
(Correio Braziliense)
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