“A tontura ou a falta de equilíbrio e de
orientação espacial pode ser uma coisa séria. Então é sempre importante
averiguar o que está acontecendo porque existem muitos fatores responsáveis
pela tontura. Por exemplo, uma tontura aguda, com uma vertigem, onde tudo roda,
com náuseas, vômitos e em que não se consegue parar em pé pode ser um sintoma
de AVC”, disse Jeanne Oiticica, do Departamento de Otoneurologia da associação,
em entrevista à Agência Brasil. “A tontura precisa ser investigada sempre para
a gente entender [o que a está provocando] já que ela é um aviso que o corpo
está dando de que as coisas não estão equilibradas”.
Ansiedade
A tontura também pode estar relacionada à
ansiedade, problema que se agravou durante a pandemia do novo coronavírus. “Os
problemas podem ser o mais diversos possíveis. Pode, por exemplo, ser um
problema hormonal, metabólico, soltura dos cristais dentro do ouvido ou
ansiedade, estresse, depressão”, disse Jeanne.
Dados da OMS sinalizam que, no primeiro ano
da pandemia, a ansiedade e a depressão cresceram 25% em todo o mundo. “A
campanha de 2022 [da associação] aborda a relação e a influência da ansiedade
com a tontura. Diante do período de isolamento social e o convívio diário com a
pandemia, as dificuldades emocionais se agravaram e percebemos que quadros de
pacientes com ansiedade e tontura se tornaram mais frequentes em consultório
nos últimos dois anos”, disse em nota Guilherme Paiva Gabriel,
otorrinolaringologista da ABORL-CCF e coordenador da Campanha da Tontura.
Jeanne alerta que a própria covid-19 pode
provocar tonturas. “A própria contaminação pela covid-19 também favorece o
aparecimento da tontura porque ela é uma doença trombótica, inflamatória e que
pode acometer diversos sistemas. Da mesma forma que teve paciente que perdeu o
olfato, teve paciente que ficou tonto ou que adquiriu o zumbido depois da covid-19”,
disse ela.
Limitações
Presente em 42% da população adulta de São
Paulo, segundo estudo publicado pela Revista Brasileira de
Otorrinolaringologia, a tontura, por muitas vezes, não costuma ser um motivo
para pacientes buscarem auxílio médico. Mas, em alguns casos, ela pode trazer
limitações e impactar na qualidade de vida. Por isso, quando os episódios forem
frequentes, a pessoa deve sempre procurar um otorrinolaringologista.
“Toda vez que o paciente tem tontura, isso
indica assimetria do sistema. O sistema de equilíbrio é como os dois pratos de
uma balança. Eles devem estar alinhados, na mesma altura. Se um prato está mais
para baixo e, o outro, mais pra cima, isso gera tontura. Então é importante
avaliar”, disse Jeanne. “Às vezes você se levanta rapidamente e deu uma
tonturinha, coisa de segundos. Isso passou e nunca mais aconteceu. Mas se é uma
coisa que se repete, esse é um sinal que o corpo está dando de que a pessoa
precisa procurar ajuda”. (Ag. Brasil)
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