Utilizando
como base uma comparação entre as médias dos anos 1970 e de 2020-2024, a
análise mostra a velocidade e a escala com que os dias extremamente quentes
estão aumentando. Esses dias são aqueles em que se registram temperaturas acima
de 35ºCelsius (ºC). No Brasil, a média de dias extremamente quentes
passou de 4,9 ao ano na década de 1970 para 26,6 na década de 2020. A análise
aponta, também, para o aumento das ondas de calor. Nesse caso, trata-se de
períodos de 3 dias ou mais em que a temperatura máxima está mais de 10% maior
do que a média local.
As
crianças e os adolescentes são os que sentem, por mais tempo e com maior
intensidade, impactos de ondas de calor, enchentes, secas, fumaças e outros
eventos climáticos extremos. O estresse térmico no corpo, causado pela
exposição ao calor extremo, ameaça a saúde e o bem-estar de crianças e mulheres
grávidas. Níveis excessivos de estresse térmico, também, contribuem para a
desnutrição infantil e doenças não transmissíveis que tornam as crianças mais
vulneráveis a infecções que se espalham em altas temperaturas, como malária e
dengue.
“Os
perigos relacionados ao clima para a saúde infantil são multiplicados pela
maneira como afetam a segurança alimentar e hídrica, a exposição à contaminação
do ar, do solo, e da água, e a infraestrutura, pois interrompem os serviços
para crianças, incluindo educação, e impulsionam deslocamentos. Além disso,
esses impactos são mais graves a depender das vulnerabilidades e desigualdades
enfrentadas pelas crianças, de acordo com sua situação socioeconômica, gênero,
raça, estado de saúde e local em que vive”, explica Danilo Moura, Especialista
em Mudanças Climáticas do Unicef no Brasil.
Diante
desse cenário, o órgão pede que candidatos e candidatas às prefeituras se
comprometam a preparar as cidades para enfrentar e lidar com as mudanças
climáticas, com foco especial nas necessidades e vulnerabilidades de meninas e
meninos.
“Isso
inclui implementar ações para enfrentar as mudanças climáticas e adaptar
serviços públicos, infraestrutura e comunidades para resistirem a seus efeitos,
inclusive a eventos climáticos extremos, priorizando as necessidades e
vulnerabilidades específicas de meninas e meninos. Uma ação importante é
incorporar o Protocolo Nacional para Proteção Integral de Crianças e
Adolescentes em Situação de Desastres aos planos do município”, aponta Danilo.
O
tema é uma das cinco prioridades propostas pelo Unicef na agenda Cidade de
Direitos – Cinco prioridades para crianças e adolescentes nas Eleições 2024,
voltada a candidatos e candidatas de todo o país.
(Ag. Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário