Se também forem incluídas as formas de violência sexual "sem
contato", como o abuso online ou verbal, o número de menores e mulheres
afetadas aumenta para 650 milhões no mundo, ou uma a cada cinco. As
adolescentes de 14 a 17 anos são as mais afetadas.
Apesar de o maior número de vítimas serem do sexo feminino, este tipo de
crime também atinge rapazes e homens. Estima-se que entre 240 milhões e 310
milhões, ou aproximadamente um em cada 11, foram estuprados ou alvos de
violência sexual durante a infância.
Este número sobe para 410 milhões ou 530 milhões se forem considerados
também os casos "sem contato".
"A violência sexual contra crianças é uma mancha em nossa
consciência moral. Ela inflige traumas profundos e duradouros, muitas vezes por
alguém que a criança conhece e em quem confia, em lugares onde ela deveria se
sentir segura", declarou a diretora-geral do Unicef, Catherine Russell.
A África Subsaariana é a região com o maior número de vítimas, com 79
milhões de meninas e mulheres afetadas, seguida pela Ásia Oriental e pelo
Sudeste Asiático, com 75 milhões, e pelas Ásias Central e Meridional, com 73
milhões.
Europa e América do Norte registram 68 milhões de vítimas; América
Latina e Caribe, 45 milhões; norte da África e Ásia Ocidental, 29 milhões; e
Oceania, 6 milhões.
Em ambientes de fragilidade, principalmente envolvendo refugiados que
fogem de crises políticas ou de segurança, as meninas correm um risco ainda
maior. A incidência de violação e agressão sexual ocorridas durante a infância
fica levemente acima de uma a cada quatro.
"Nós testemunhamos atos de violência sexual horríveis em zonas de
conflito, onde o estupro e a violência de gênero são frequentemente utilizadas
como armas de guerra", acrescentou Russell.
Para o Unicef, os dados destacam a necessidade urgente de intensificar a
ação global para combater a violência sexual contra crianças, começando pela
mudança das normas sociais e culturais que permitem a ocorrência da violência
sexual e pelo compromisso de fornecer a cada criança informações precisas,
acessíveis e adequadas à idade que lhe permite reconhecer e denunciar.
Além disso, deve também ser garantido que todas as vítimas tenham acesso
a serviços que apoiem a justiça e a cura e reduzam o risco de mais sofrimento,
e as leis para as proteger devem ser reforçadas. (JB/Ansa)
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