“À cavalo” ou “A cavalo”?
A forma correta é: a cavalo. Esse “a” não deve ser craseado, pois seria isso um erro
grotesco. Antes de palavras do gênero masculino não se usa crase. Existem
exceções: sapato à Luís XV; Escrever à Machado de Assis (à moda, à maneira como
o grande escritor escrevia).
História
ou estória?
A grafia correta é história, seja ficção
ou a história real. O gramático Francisco Silveira Bueno, em seu Dicionário Escolar
(FENAME), diz textualmente que “store” é inútil, imitação do Inglês.
Acender
X Ascender
É muito comum a confusão que os leigos fazem com essas duas palavras. Acender significa atear fogo, queimar, fazer arder. O segundo termo - ascender (com s) - significa subir, elevar-se. Ex.: Paulo, funcionário muito dedicado ao trabalho, ascendeu rapidamente na empresa, isto é, ocupou cargos elevados.
Devem
haver três semanas
Solecismo crasso. O auxiliar do verbo haver, impessoal, fica invariável. Logo, deve dizer-se: Deve haver três semanas.
Ele
fez eu tropeçar
O correto será: Ele fez-me tropeçar. Toda vez que o pronome for complemento de um verbo e, ao mesmo tempo, sujeitou de outro (no caso, “eu” é complemento de “fez” e sujeito de “tropeçar”) deve estar no caso oblíquo. E assim diremos: Mandou-me passear (e não: Mandou eu passear).
Ela mesmo
Erro flagrante. Sendo “mesmo” e “próprio” demonstrativos de identidade, concordam com o termo a que se referem. Ex.: Ela mesma se castigou; Eles mesmos... Nós próprios.
Ele tinha pego o ladrão
O único particípio do verbo pegar é pegado. Logo, diga se: Ele tinha pegado o ladrão.
A gente estava muito ocupada
Na linguagem
comum, “a gente” costuma empregar-se em lugar de “eu”. Neste caso, a
concordância com “a gente” (separado) deve ser feita por silepse. Isto é: deverá
dar-se com a ideia oculta que está por trás de “a gente”, saber se é pessoa do
sexo masculino ou do sexo feminino. Ex.: A gente estava muito ocupada ou
ocupado. Depende do sexo do falante. Não devemos dizer como estão fazendo
atualmente: A gente queremos; A gente fizemos.
Expressar-se assim é cometer erro crasso de concordância. A Banda Ultraje a Rigor tem uma música cujo título é “A gente somos inútil”, mas isso é uma sátira, uma gozação que os compositores fizeram.
Doente grave
É muito comum ouvir-se a frase: O doente estava muito grave. A impropriedade da expressão ressalta logo. Não é o doente que está grave, é a doença que é grave. Diga corretamente: O doente está mal.
Dizer para ele
Este solecismo muito em voga deve ser intransigentemente evitado. Diga corretamente: Dizer-lhe. É verdade que se pode empregar a expressão “Dizer para ele vir” ou, mais elegantemente: “Dizer que ele venha”.
Diminuitivo
Esse barbarismo deve ser corrigido para diminutivo, pois é a forma correta. Porque deriva do latim “diminutivus”.
Duvidar que
Este verbo também admite a regência “de que”. Ex.: Duvido que (ou, de que) isso se tenha passado.
(*) Professor Antônio da Costa é graduado em Letras
Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade
Estadual Vale do Acaraú (UVA). Contatos: (088) 99373-7724.
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