A Agência Nacional de Águas (ANA)
lançou hoje (20) a Rede Nacional de Monitoramento de Qualidade das Águas
(RNQA), que vai monitorar, avaliar, padronizar e disponibilizar informações
sobre a qualidade das águas superficiais e gerar conhecimento para subsidiar a
gestão dos recursos hídricos do Brasil. O lançamento faz parte das comemorações
pelo Dia Mundial da Água, no dia 22 de março.
A
ANA investiu mais de R$ 9,5 milhões nos equipamentos para monitoramento de
qualidade das águas, em 15 estados e no Distrito Federal, aqueles que já operam
o sistema. Os demais estados serão contemplados nas próximas etapas de
implantação da rede. “Estamos fazendo um esforço junto aos estados, fornecendo
capacitação e recursos materiais, como barcos, automóveis e sistemas de operação,
de tal maneira que os estados possam também avançar na gestão da qualidade das
águas, para que possamos oferecer segurança hídrica para todos os brasileiros”,
disse o diretor presidente da ANA, Vicente Andreu Guillo.
Ele
explica que a adesão à rede depende de dois critérios, a criticidade e a
vontade e capacidade dos estados. “Vamos abrir esta oportunidade para todos os
estados. Porém, se identificarmos que uma região crítica está fora dessa
primeira etapa, ali vamos fazer uma atuação praticamente direta”.
Segundo
Guillo,70% da água do Brasil é boa, considerando a particularidade das bacias
hidrográficas: “Isso, porém, não nos tranquiliza, porque o Brasil é um dos
países mais urbanizados do mundo. Mais de 85% da população brasileira mora em
cidades, e obviamente esse desenvolvimento sem tratamento de esgoto, sem
ampliação da oferta, acaba criando problemas. Então, a rede estará focada
naquelas regiões em que este problema está presente, principalmente nas grandes
cidades.”
O
diretor presidente da ANA diz que, em termos gerais, de 70% a 80% do consumo de
água, em área urbana, se transforma em esgoto - uma conta feita a partir de
informações das empresas de saneamento. “Do esgoto produzido, algo em torno de
60% são coletados, e 30% desses são tratados. Então, temos apenas 18% do esgoto
produzido no Brasil com alguma forma de tratamento, e isso mostra a importância
da rede”, disse, usando como exemplo a cidade de São Paulo. “Se os rios Tietê,
Tamanduateí e Pinheiros não estivessem poluídos da maneira como estão, e isso
foi um processo histórico de mais de 200 anos, sem dúvida nenhuma, o problema
de disponibilidade de captação de água para São Paulo estaria muito
minimizado”.
Para
o presidente do Conselho Mundial da Água, o brasileiro Benedito Braga, a agência
acerta em comemorar o Dia Mundial da Água lançando esse programa. “Hoje em dia,
fala-se muito sobre governança, sobre a participação pública. Esse tema do
monitoramento é um que, desde que eu entrei no curso primário, todo mundo
reclama que não tem dados. A maioria dos conflitos que ocorrem são cognitivos,
porque não sabemos direito com o que estamos lidando, e esses dados são
fundamentais. Então, essa iniciativa de promover o bom monitoramento é
extremamente louvável”.
Hoje,
a ANA tem acordos de cooperação técnica com os 26 estados e o Distrito Federal
para a implementação do Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas,
cujo eixo principal é a rede de monitoramento. A meta da RNQA é que até
dezembro de 2020 todos os estados e o DF contem com um total de 4.452 pontos de
monitoramento. (Ag. Brasil)
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