
Apesar de os nomes não terem sido
divulgados, nos bastidores dos Três Poderes comenta-se que o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
estão na relação de Janot. A informação aprofundou ainda mais a crise política
entre o Congresso e o Executivo. Os dois peemedebistas foram avisados por
interlocutores palacianos de que estariam na mira do procurador-geral.
Janot também pediu ao tribunal o arquivamento de
sete casos analisados pelo Ministério Público. As petições do procurador-geral
chegaram ao gabinete do ministro relator da Lava-Jato no STF, Teori Zavascki,
que deve despachar favoravelmente pela abertura dos 28 inquéritos e pelo
arquivamento das outras sete apurações.
Pessoas sem foro privilegiado estão entre os
investigados porque os casos têm estrita conexão com políticos, situação que
impede dividir as apurações em duas. Teori pretende tirar os sigilo dos
procedimentos, mas analisará cada caso separadamente. A ideia é abrir ao público
o conteúdo dos pedidos do Ministério Público e a decisão do ministro, mas
manter em segredo solicitações de quebra de sigilo fiscal, bancário, telefônico
e de comunicações pela internet, além da íntegra dos depoimentos em delação
premiada.
Apresentada
a acusação, o ministro vai fazer um voto e levá-lo a julgamento na 2ª Turma do
STF. Se, eventualmente, for uma denúncia contra Eduardo Cunha e Renan
Calheiros, que são presidentes das Mesas no Congresso, o recebimento da
acusação será julgado pelo plenário da Corte. A provável inclusão de Renan e de
Cunha na lista causou mais tensão na base aliada de Dilma Rousseff. O aviso foi
creditado ao vice-presidente da República, Michel Temer, por aliados da
petista. Pessoas próximas ao vice-presidente negaram. Os peemedebistas
atribuíram a versão a ministros petistas com gabinete no palácio.
Esse
foi mais um sintoma do caldeirão em que Brasília se transformou até o momento
em que Janot entregou, por volta das 20h, os pedidos de investigação no STF.
Tanto Renan quanto Cunha negam qualquer informação preliminar sobre a lista.
“Não fui avisado por ninguém. Isso é uma mentira”, revoltou-se Cunha. “Não
tenho nenhuma informação sobre isso”, esquivou-se Renan. (Correio Braziliense)
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