"Quando o vírus da herpes infecta uma célula ele cresce
dentro dela e a faz explodir, infectando as células ao redor. Por isso a
ferida, são as células morrendo na sua pele", explica Richard Marais, do
Cancer Research UK.
"Eles
modificaram o vírus de três maneiras. Primeiro, fizeram com que parasse de
causar herpes. Segundo, fizeram com que crescesse apenas nas células
cancerígenas. Por último, fizeram ele ser atraente para o sistema imunológico.
Por isso, quando injetado em um tumor, ele mata o tumor e ativa o sistema
imunológico, que caça outros tumores para matá-los", conclui. Para ele, a
técnica poderá ser usada, no futuro, para combater outros tipos de câncer.
Tratamentos semelhantes de imunoterapia para melanoma já estão
disponíveis nos Estados Unidos e na Europa, mas os pesquisadores acreditam que
o vírus modificado, conhecido como T-Vec, poderia se somar a isso. Seria também
o primeiro tratamento para melanoma que usa um vírus.
O
estudo é o maior teste aleatório de um vírus anticâncer e envolveu 436
pacientes de 64 centros nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e África do Sul
que tinham melanomas malignos inoperáveis.
"Há
um crescente entusiasmo com o uso de tratamentos virais como T-Vec para o
câncer, porque eles podem lançar um ataque duplo nos tumores - matando células
cancerígenas diretamente e colocando o sistema imunológico contra elas",
diz o coordenador dos testes no Reino Unido, Kevin Harrington, do Instituto de
Pesquisa do Câncer, em Londres.
"E, como o tratamento viral pode ter como alvo células
cancerígenas especificamente, há uma tendência a ter menos efeitos colaterais
que a quimioterapia tradicional ou algumas das novas imunoterapias."
Mais pesquisa - "Estudos
anteriores mostraram que o T-Vec poderia beneficiar algumas pessoas com câncer
de pele avançado, mas este é o primeiro estudo a provar um aumento de
sobrevivência", disse Hayley Frend, gerente de ciência da informação do
Cancer Research UK.
"O
próximo passo vai ser entender por que apenas alguns pacientes respondem ao
tratamento com T-Vec, para ajudar a identificar quais pacientes poderiam se
beneficiar disso", diz.
De
acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), embora o câncer de pele seja
o mais frequente no Brasil (25% dos casos), o melanoma - que é mais grave,
devido à possibilidade de metástase - representa 4% dos tumores malignos de
pele. Os riscos de desenvolver câncer de pele aumentam com a exposição a raios
UV. (BBC)
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