sábado, 6 de junho de 2015

DE OLHO NA LÍNGUA - Prof. Antônio da Costa (Do Jornal Correio da Semana - Sobral-Ce - 06.06.15)

SEMINOVOS

A leitora Diana trabalha numa agência de publicidade, onde surgiu uma discussão sobre o uso do hífen na palavra seminovos. “Verifiquei na Gramática e cheguei à conclusão que é sem hífen. Mas como já li em muitos anúncios a palavra hifenizada, prefiro consultara um especialista”.

Prezada Diana - O prefixo “semi” só pode ter hífen antes de palavras começadas por h, r, s e vogais: semi-internato, semi-aberto, etc. Antes das demais letras ele jamais vai ser hifenizado: semidireto, seminu, semicírculo, seminovo. Esse nem ao menos é um daqueles casos discutíveis ou duvidosos; ao contrário, é daqueles básicos e elementares.
Se você tem uma boa Gramática, deve acreditar nela. Seminovo não tem hífen mesmo! Quer conferir, vá as revendas de carros da cidade. É uma gracinha!

“TREIS” E “HUM” NO CHEQUE
Um leitor quer saber se pode escrever “treis” e “hum” em cheque. O professor explica que pode, mas é um atentado à Ortografia. “Caro professor - Eu gostaria de saber se é permitido a grafia do número 3 com ´treis´ em cheque”.

Meu carro Rodrigues - Você pode escrever no cheque do jeito que quiser, desde que o Caixa aceite. Isso não depende das regras de Ortografia. Se você escrever tres, treis, trez, trêz ou treiz, todas estão erradas quanto à norma é três, mas podem valer (quem sabe?) no mundo bancário.

Da mesma forma, “hum” é uma aberração ortográfica, mas é recomendável em cheques e títulos de crédito manuscritos, para evitar a fácil adulteração para “cem”. (Agora, usar em texto digitado, é uma burrice oceânica).

“Seicentos” está errado, mas a maioria dos Caixas paga um cheque escrito assim. Porque não lhes cabe ficar corrigindo a grafia errada dos outros. Espero que você perceba, portanto, que o “permitido” na sua pergunta nada tem a ver com a norma ortográfica vigente.

IMPRENSA ESCRITA, IMPRENSA FALADA, IMPRENSA TELEVISADA (OU TELEVISIONADA)
Embora já bastante vulgarizadas e acolhidas em dicionários, estas expressões pecam pela impropriedade de adjetivação. Diga-se apenas imprensa (com referência a jornais, livros e revistas), rádio, televisão. Para designar o conjunto dos processos escritos e eletrônicos de divulgação de informações, prefira-se meios de comunicação ou veículos de informação.

JORGE OU GEORGE
Ana, estudante de letras, relata que houve uma grande discussão na aula de Português sobre qual seria a forma correta: se Jorge ou George. Apesar da explicação do professor, continuou com dúvidas e gostaria de saber qual é a forma correta.

Minha cara Ana, - Não entendo qual é o problema. O nome em português é Jorge; em inglês é George. Muita gente dá a seus filhos nomes estrangeiros: Ronald, William, Philip, Jean, Elizabeth etc. Outros preferem usar seus equivalentes em português: Ronaldo, Guilherme, Filipe, João etc.


(*) Professor Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, servidor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral. Escreve esta Coluna toda terça-feira. Contatos: (088) 9409-9922 e (088) 9762-2542.


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