Autor de best-sellers infanto-juvenis
como "A Droga da Obediência" e especialista em letramento e técnicas
de leitura, Pedro Bandeira comparou as profissões de professor e médico, em
palestra no sábado (5) na 17ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro.
A uma plateia cheia de fãs e professores, ele sugeriu que os docentes se
atentem às diferenças entre os alunos.
"Cada aluno é diferente do outro.
Você tem que ter a habilidade de cuidar de diferentes", disse ele, que
comparou: "Quem precisa mais de médico? É quem está mais doente. Quem
precisa mais de você? É o seu pior aluno. O seu bom aluno não precisa de você,
ele anda sozinho. Mas se você não cuida do seu mau aluno, ele vai embora".
O autor deu dicas a professores que
querem estimular a leitura, afirmando que alunos que têm mais dificuldades de
ler podem ser incentivados, inicialmente, com trechos menores e textos
ritmados. Bandeira criticou os professores que cobram que todos os alunos
comecem por livros do mesmo tamanho e entendam de forma igual.
"Não existe isso. É a mesma coisa
que o médico receitar o mesmo remédio para todos os pacientes", afirmou
ele, que reforçou a necessidade de cuidar dos alunos com dificuldades de
aprendizado: "Nossa política sempre foi essa, a de excluir. o mau aluno
não interessa, eu expulso da classe. Sempre foi assim. Mas no hospital vou
expulsar quem está pior?"
Outro ponto criticado pelo autor foi a
preocupação com as notas. Mais uma vez comparando com o universo da medicina,
ele disse que as notas são os exames de laboratório que só interessam ao
médico, já que o importante é que o paciente saia curado e que o aluno aprenda.
"A nota não é importante. A nota é
para você, a prova é para você, assim como o exame de laboratório é para o
médico", disse ele, que ironizou: "Se você for procurar um emprego,
não vão perguntar qual foi sua nota de ciências na 3ª série. O que importa é o
que você é hoje". (Ag. Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário