Uma pesquisa divulgada
nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, em 2016,
a taxa de analfabetismo no país caiu para 7,2%. Em
2015, 8% dos brasileiros com 15 anos ou mais não sabiam ler ou escrever no país.
O levantamento foi feito ao longo de 2016 por meio da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). Naquele ano, o
total de analfabetos foi estimado em 11,8 milhões de pessoas e "apresentou
relação direta com a idade, aumentando à medida que a idade avançava até
atingir 20,4% entre as pessoas de 60 anos ou mais".
O total de analfabetos mostra que o país ainda está
distante de cumprir a Meta 9 do Plano Nacional de Educação (PNE), instituído
pela Lei n. 13.005. O PNE estipulava a redução da taxa de analfabetismo para
6,5%, em 2015.
Taxa entre pretos ou
pardos - Além de notar que a taxa é maior
entre os mais idosos, a pesquisa também aponta que o número é superior entre as
pessoas pretas ou pardas. Se considerados apenas os autodeclarados brancos, a
taxa total de analfabetismo é de 4,2%, enquanto entre as que se declaravam
pretas ou pardas o índice foi de 9,9%. Em um recorte que considera as pessoas
com 60 anos ou mais, o percentual entre os dois grupos é de, respectivamente,
11,7% e e 30,7%.
"Essa relação foi constatada em todas as Grandes Regiões", analisa o
relatório do IBGE.
No país, a taxa de analfabetismo para os homens de 15
anos ou mais de idade foi 7,4% e para as mulheres, 7,0%.
Analfabetismo nas regiões - De acordo com o estudo, a região
Nordeste apresentou a maior taxa de analfabetismo (14,8%), o que representa
"em torno de quatro vezes mais do que as taxas estimadas para as regiões
Sudeste (3,8%) e Sul (3,6%). Na Região Norte essa taxa foi 8,5% e no
Centro-Oeste, 5,7%. Logo, a Meta 9 do PNE para 2015 só foi alcançada nas
Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste".
Nível de instrução e anos de estudo - De acordo com o IBGE, no Brasil,
51% da população de 25 anos ou mais de idade estavam concentradas nos níveis de
instrução até o ensino fundamental completo ou equivalente; 26,3% tinham o
ensino médio completo ou equivalente; e 15,3%, o superior completo.
"Considerando a cor ou raça, as diferenças no nível
de instrução se mostraram ainda maiores: enquanto 7,3% das pessoas brancas não
tinham instrução, 14,7% das pessoas pretas ou pardas estavam nesse grupo.
Situação inversa ocorreu no nível superior completo: 22,2% das pessoas brancas
o possuíam, ao passo que entre as pretas ou pardas a proporção era de
8,8%", aponta o relatório do IBGE.
Taxa de escolarização - A pesquisa também verificou o
percentual das pessoas que frequentavam a escola, um contingente que somava
56,5 milhões de pessoas. "Entre as crianças de 0 a 3 anos a taxa de
escolarização foi 30,4%, o equivalente a 3,1 milhões de estudantes, e entre as
crianças de 4 e 5 anos, faixa correspondente à pré-escola, a taxa foi de 90,2%,
totalizando 4,8 milhões de estudantes".
A meta 1 do PNE estabelecia a universalização, até o ano
de 2016, da educação infantil na pré-escola. Entretanto a PNAD constatou, em
2016, taxa de 90,2%.
Apesar de a meta não
ter sido atingida, houve um aumento significativo da presença de crianças de 4
a 5 anos na escola. Em 4 anos, o índice subiu de 78,1% para 90,2%. Veja a
seguir:
A PNAD também constatou que 5% dos estudantes
de 6 a 10 anos e 15,6% de 11 a 14 anos de idade estavam atrasados em relação à
etapa de ensino que deveriam estar frequentando, seja por reprovação, seja por
evasão.
A meta 2 prevê a universalização, até 2024, do ensino
fundamental de nove anos para as pessoas de 6 a 14 anos.
Rede de ensino - Do total de estudantes, 73,5% frequentavam escola pública, enquanto 26,5%,
escola privada. "Enquanto nos cursos até o ensino médio a rede pública corresponde
a mais de 70% dos estudantes, no ensino superior de graduação essa participação
se reduz a 25,7%, e na especialização, mestrado e doutorado equivale a
32,9%", aponta o relatório.
A pesquisa estimou que 24,8 milhões das pessoas de 14 a
29 anos de idade não frequentavam escola, cursos pré-vestibular, técnico de
nível médio ou de qualificação profissional, e, no caso dos mais velhos, não
haviam concluído uma graduação.
Ocupação e condição de estudo - O IBGE também analisou a situação
na ocupação e condição de estudo para pessoas de 14 a 29 anos. "No que diz
respeito à cor ou raça, a maior diferença entre os grupos foi estimada para as
pessoas que estavam não ocupadas e não estudavam: 16,6% para as pessoas brancas
e 23,3% para as pretas ou pardas", aponta o relatório do IBGE.
(Fonte G1/IBGE)
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