O seminário é organizado pela Associação
Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) com o objetivo de discutir o papel do
jornalismo no combate à veiculação de informações falsas em ambientes como o
das redes sociais, por exemplo.
“Estamos chegando às eleições, com voto
livre, inclusive da desinformação. As fake news poluem o
ambiente democrático, com o candidato revelando sua ira contra o outro, em vez
de suas próprias qualidades”, disse Fux. Segundo ele, há inclusive a
“possibilidade de anulação do pleito, se o resultado das eleições forem fruto
dessas notícias falsas”.
Punição - Para evitar esse tipo de situação, o TSE vai
atuar “mais preventivamente do que punitivamente”, disse o presidente do
tribunal, após ressaltar que o TSE terá uma atuação relevante no sentido de
punir quem divulgar esse tipo de notícia.
“Notícia, se muito dramática e emocionante,
muito provavelmente será falsa. É preciso a checagem profunda antes do
compartilhamento que acaba difundindo a fake news”, completou.
Fux disse ter elaborado, com a ajuda de
entidades ligadas a marqueteiros, um documento que possibilitará uma
colaboração conjunta, também com partidos políticos e órgãos de inteligência,
para evitar esse tipo de problema. “No combate às fake news, precisamos de mais
certeza e de mais imprensa”, concluiu.
Segundo o presidente da Abratel, Márcio
Novaes, o WhatsApp poderá ser o
principal divulgador de fake news nessas eleições,
e que as notícias falsas já têm causado prejuízos à sociedade. Nesse sentido,
avalia ser indiscutível que o papel desempenhado pela radiodifusão continuará
sendo de grande relevância.
Para o representante do setor de
radiodifusão, antes de tudo é preciso compreender que a melhor forma de se
combater as fake news “é fazendo um jornalismo de
verdade”. “Fofocas existiram sempre, mas precisamos estar atentos a esse mal”,
disse.
Princípio do
jornalismo - “Antes de tudo, notícia chamada de falsa não
poderia ser chamada de notícia porque a verdade é o princípio do jornalismo.
Nós contamos com leis que protegem quem informa e nós contamos com leis que
protegem quem é informado. Temos o sagrado direito de acesso à informação;
temos os crimes de injúria e difamação. Os jornais estão embaixo desse
guarda-chuva e seguem o que diz a lei. Como julgar empresas que não têm a
obrigação de seguir essa legislação?”, questionou Novaes ao cobrar a
responsabilização “na mesma medida” daqueles que divulgam fake news.
Em seu discurso, o presidente do Senado,
Eunício Oliveira, disse ser “missão incontestável” do parlamento definir marcos
legais capazes de reduzir a manipulação de informações.
“As fake têm relação direta com o pleito
eleitoral e com o resultado das urnas. Essas informações circulam mais
intensamente no período eleitoral. Notícias fantasiosas repercutem com força
extraordinária, podendo promover devastação ilegal de candidaturas”, disse o
senador.
Ele, no entanto, alertou sobre o risco de o
combate às fake news resultar em censura prévia de
jornalistas. “Não se pode, sob o pretexto de combater as fake news, colocar em
risco a liberdade de expressão”. (Ag. Brasil)
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