“Esqueceram-se de mim!”
Atualmente os professores dispõem de
mais recursos tecnológicos e físicos; por outro lado, inúmeros problemas tendem
a desestimular o exercício de tão nobre profissão. Além dos naturalmente
surgidos pela distância geracional, diferentes tipos de pessoas,
antes fora da escola, hoje têm acesso a ela, o que deveria ser excelente para
todos.
Afora isso, acumulam-se as dívidas
históricas em grande parte do país: má remuneração, condições de trabalho
inadequadas; menor índice de atenção e de concentração dos alunos devido a
tanta tecnologia; falta de segurança nas escolas; leis transformando quem
ensina em refém de quem não quer aprender; jornada de trabalho excessiva;
educação infantil (em princípio, da responsabilidade da família) transferida
para professores; falta de respeito de alunos por não receberem educação
no lar...
Também é notória a tentativa de amordaçamento de quem forma e liberta mentes. E, para piorar, alguns grupos escudados numa falsa liberdade de pensamento e de expressão tentam confundir mentes em formação. Tudo isso tem gerado o assustador número de professores doentes e/ou já afastados da escola pública. Resolver isso requer ação com “urgência urgentíssima”.
Outro fato me chama atenção no transcurso do Dia do Professor. Experimente parar um pouco e observar como é
prazeroso conseguir decifrar essas palavras, que, juntas, traduzem as
ideias o que tento repassar! Será que vem à sua mente dimensionar a
importância de tamanha façanha? Você ainda sabe recorda quem lhe possibilitou
isso?
Lamentavelmente não
é comum algum beneficiado lembrar-se de quem tornou realidade o sonho de ler e
escrever. E mais raro ainda é alguém demonstrar gratidão àqueles que prestaram
este impagável serviço. Que o digam quem não consegue ler, mas reconhece o
valor do que você acaba de tomar conhecimento através da leitura.
Se o caro leitor figura entre os que
conseguem ler esta mensagem, ótimo! Então, mostre agora que sua conquista foi
além da alfabetização e prove que seu sentimento de gratidão também foi
despertado. Seja exemplo, demonstrando isso através de uma visita a seus velhos
mestres ou agradeça através de um cartão ou de uma ligação telefônica, sendo
que a primeira opção é a mais eficaz e tocante.
Para corroborar com o que citei,
chamo sua atenção para esse desabafo que me induziu a uma reflexão mais
aprofundada e a convidar o leitor a fazer o mesmo.
Há alguns anos a conceituada mestra e
diretora de escola em Sobral, Professora Meire Pompeu, hoje falecida,
confidenciou-me: “Meus queridos ex-alunos esqueceram-se de mim. Eu gostaria
tanto de revê-los ou, pelo menos, de ouvir suas vozes!”.
Isso foi o bastante para eu deduzir
que, a exemplo da Profª. Meire, muitos outros que ensinam amargam o mesmo
desprezo e também são vitimas de igual ingratidão.
Diante disso,
proponho um simples, mas valioso, deverzinho de casa: Retroceda no tempo e
tente descobrir se o recado dessa educadora foi pra você. No caso de dona
Meire, agora só oração e enaltecer sua memória. Mas, com certeza, suas palavras
alertam para o apelo de alguém que um dia lhe repassou conhecimentos e hoje
está esquecido (a). Sendo verdade, redima-se, procure essa pessoa que suplica o
mínimo de atenção e agradeça-lhe de todo coração.
Vale lembrar que,
continuar reconhecendo e valorizando os antigos mestres é também homenagear e
valorizar alguns de seus discípulos, já que hoje são mestres também. Além
disso, dar-se-á a eles a esperança de que não serão esquecidos no futuro.
E não esqueça: saber
do sucesso dos ex-alunos e sentir a gratidão deles possivelmente será o melhor
presente que todo mestre gostaria de receber neste domingo - 15 DE
OUTUBRO: DIA DO PROFESSOR.
Que Santa Teresa de
Ávila, a Padroeira dos Professores, os proteja e estimule cada um de nós a
fazer sua parte. Eu fiz a minha. E você?
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