O candidato do PT à
Presidência da República, Fernando Haddad, reagiu nesta quarta-feira à decisão
do rival Jair Bolsonaro (PSL) de não participar do debate da TV Bandeirantes,
nesta semana. Ao ser informado que o adversário alegou restrições médicas a
situações de stress, Haddad disse que aceita ir até uma enfermaria para
debater.
"Eu vou até a uma
enfermaria na boa, para fazer o debate", afirmou Haddad. "Ele falou
que não quer se estressar? Vou falar docemente, nem altero a voz. Faço o que
ele quiser para ele dizer o que pensa", afirmou Haddad, ao ser informado
do cancelamento do debate enquanto concedia entrevista à imprensa estrangeira.
"Os brasileiros precisam saber a verdade", emendou o ex-prefeito.
O candidato do PT também se
queixou de fake news lançadas contra sua campanha e afirmou já ter obtido na
Justiça o direito de retirar 33 vídeos do ar. Embora tenha ponderado que o peso
das notícias falsas tende a ser menor neste segundo turno, ele reforçou que é
necessário o debate direto entre candidatos.
"Essa turma da extrema
direita não tem pudores em jogar pesado, jogam com o que estiver na mão, passam
em cima da sua honra, da sua família", disse.
Haddad afirmou ainda que
visitará nesta quinta-feira, 11, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), para "conter as mentiras" que seu "adversário está
jogando na internet". E engatou: "Não precisamos mentir sobre
Bolsonaro, só mostrar como ele pensa."
Guedes - Haddad,
evitou comentar a investigação do Ministério Público Federal em Brasília contra
o guru de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes, por suposto envolvimento em
fraudes.
O ex-prefeito disse não ter
tomado conhecimento sobre os detalhes da denúncia e, portanto, disse preferir
não se pronunciar. "Não li a denúncia, então não posso me
manifestar", afirmou o ex-prefeito, voltando a detalhar o perfil que
espera para seu próprio ministro da Fazenda.
"O que eu posso assegurar
é que no Ministério da Fazenda do meu governo não será um banqueiro. Não tem
Paulo Guedes não tem banqueiro no meu governo", prosseguiu. "Na
Fazenda tem que ser alguém comprometido com produção e com geração de
emprego."
Questionado sobre seu próprio
perfil, Haddad disse que é conhecido "como uma pessoa de grande
moderação". "Sou amante da liberdade, mas passamos do limite da
desigualdade", afirmou. (JB/Estadão)
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