A Associação
Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) lançou hoje (5), em
São Paulo, a campanha de prevenção contra os acidentes ocorridos pelo contato
com a fiação da rede elétrica. Com o slogan “É aí que mora o perigo”, a
campanha abre a XII Semana Nacional de Segurança com Energia Elétrica. A peça
pretende conscientizar em torno de 120 milhões de pessoas sobre os riscos e
cuidados que se deve em relação aos fios de alta tensão e toda a estrutura que
envolve os cabos de distribuição de energia.
Para atingir os objetivos da
campanha, a Abradee pretende utilizar vários canais de comunicação, entre eles
as escolas onde os estudantes poderão ser os multiplicadores da conscientização
junto aos seus pais, informou o presidente da entidade, Nelson Fonseca Leite.
Entre as dicas a serem
repassadas para a população estão alertas como não empinar pipas próximos à
rede elétrica e “jamais usar fios metálicos ou cerol e, caso a pipa fique
presa, não tentar resgatá-la”.
Também recomenda que ao
instalar uma antena de TV, a mesma deve ser colocada em lugar afastado do fios,
ser instalada apenas com tempo sem chuva e se, eventualmente, o equipamento
encostar na fiação nunca se deve recuperá-la. Outra dica refere-se à poda de
árvores, que deve ser feita apenas por profissionais preparados e qualificados.
A recomendação é acionar a prefeitura.
A Abradee quer ainda chamar a
atenção para o ato de construir ou reformar, advertindo para a necessidade de
se manter distância segura da rede elétrica, em especial ao movimentar
materiais metálicos como barras de ferro e arames. A entidade adverte ainda contra
a ligação clandestina, os chamados “gatos”, destacando que “furtar energia é
muito perigoso, pois além de ser um crime, provoca acidentes e coloca vidas em
risco”.
Campanhas
- De acordo com Fonseca Leite, as sucessivas campanhas feitas desde 2006,
contribuíram para reduzir em 14% a média de mortes por ano, mas o número de
casos fatais ainda é alto. Em média são registrados 838 acidentes com 293
mortes. Ao longo do ano passado, 252 pessoas perderam a vida por se envolverem
em algum tipo de acidente do gênero, uma queda de 12 casos, em comparação com
2016.
A grande maioria dessas mortes
ocorreu pela proximidade de uma construção com a rede elétrica ou em uma ação
de manutenção predial, totalizando 29% dos casos fatais. Os dados da Abradee
mostram que no período entre 2009 e 2017, 736 pessoas morreram em alguma
situação do gênero.
“Os chamados puxadinhos
[extensão de casas] estão entre os exemplos de situações que mais têm provocado
acidentes [desse tipo]”, apontou o presidente da Abradee. Ele reconhece ser um
quadro mais comum nas periferias das cidades como consequência da crise
econômica, mas pondera que as ocorrências poderiam ser evitadas se a população
fosse melhor informada quanto à gravidade no manuseio ou no contato com a rede.
A segunda causa de morte sãos
as ligações clandestinas, responsáveis por 11% dos casos registrados em 2017.
Entre 2009 e 2017, foram contabilizadas 279 mortes desse tipo. Em terceiro
lugar, estão as vítimas que tiveram contato com a fiação quando instalavam
antena de TV, totalizando 136 casos, nos últimos nove anos, seguida da poda de
árvores (127) e por empinar pipa e ter encostado a linha do brinquedo na rede
(77).
Questionado sobre o impacto
causado pelos fenômenos climáticos como os vendavais que derrubam árvores sobre
a fiação, Fonseca Leite informou que tem sido uma preocupação das
concessionárias o desenvolvimento de projetos de infraestrutura que reforcem a
qualidade dos fios para prevenir acidentes. Ele recomenda que se alguém estiver
próximo a um fio solto caído sobre a via “não deve chegar perto”, pois o mesmo
pode estar energizado e, avisar, imediatamente, a companhia de energia da
cidade para que tome as providências.
A rede de distribuição atende
a 207,7 milhões de habitantes e chega a 82,5 milhões de unidades consumidoras
entre residências e prédios comerciais. Segundo a Abradee, anualmente, são
feitas 1,8 milhão de novas ligações. (Ag. Brasil)
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