sexta-feira, 11 de outubro de 2019

ARTIGOS: O homem na busca da paz (Eudes de Sousa*)


O Homem surgiu na Terra há cerca de três milhões de anos, segundos os dados cientifico mais recentes. Portanto, há três milhões de anos mais ou menos, um ser bestial abandonou as densas florestas e entrou na planície. Logo, descobriu o fogo e inventou a linguagem, em busca de uma felicidade.

Os que pensaram na Mesopotâmia do século 2000 antes de Cristo criaram o Código da Hamurabi, que até hoje serve de consulta para os Direitos humanos. Criaram na Índia, Os Vedas; o livro exemplo de uma alta filosofia que é substância de séculos de sentimentos nobres e puros de um povo. Quinhentos anos depois na Grécia, Homero inicia a poderosa cultura grega. Os homens daquela época, que herdaram mil anos de fortes raízes culturais, tiveram como única instituição sua própria mente, sua própria consciência e seus defeitos como seres humanos, a caminho de uma paz.

O homem, então, estava preocupado suas bases para viver sobre a terra como criatura que tem fé e religiosidade de realizar em nós o divino.. As doutrinas de Lao-Tse e de Confúcio começaram a circular na China há 600 anos antes de Cristo. Lao-Tse manda amar os inimigos, Confúcio manda não fazer aos outros, o que não queremos que os outros nos façam.
Nessa mesma época, Píndaro cantava as suas primeiras Odes que enobreceriam a sensibilidade do mundo. Os filósofos surgem como deus; entre eles, Heráclito, Pitágoras, Demócrito, Sócrates, Platão, Aristóteles, e para dizer mais: os historiadores, Heródoto e Tucídides, diziam, lutamos por uma pátria de paz.

E fez-se na história uma aliança consumada pelo pensamento, não, porém, pelos homens; a aliança do Antigo e Novo Testamento. Assim, como se aliaram o confucionismo e o Budismo, Sito ismo e o Laotsetismo, assim, como se aliaram a metafísica e a ciência.

Pois bem, quando, nos séculos anteriores ao nosso tempo, se falava dos poetas, Ovídio, Virgílio, Horácio e outros, e se faz como mesmo critério, de um Castro Alves, um Gonçalves Dias, um Valery, Baudelaire, Marllamé, Drumomd, Manuel Bandeira, Ferreira Gullar, João Cabral de Melo Neto e tantos outros, que cantam a história nas letras e as letras na história em busca da paz.

Assim, acreditamos que o ideal do ser humano, tal como nos ensinaram os gregos e depois tratou de nos inculcar o idealismo alemão, a formação de uma consciência. E onde está e essa consciência pela paz? Nós humanos que lutamos pelos Direitos Humanos, vimos tantas coisas ruins, que chegamos a duvidar do homem enquanto civilizado. Mas foi Nietzeche quem afirmou que o homem só é louco quando encontra outro louco. Dai se pode derivar que o homem é mau quando encontra outro homem mau. A sociedade está integrada por seres semelhantes; loucos, bens, maus, uns do tipo que forma um todo social.

Assim, chegamos ao princípio deste século XXI, novamente, deixando atrás toda essa gama fulgurante de um modo, com promessas de uma paz, mas tudo parece aterrissar a humanidade, apesar dos esforços de muito como Albert Camus, Jean-Paul Sartre, Prêmios Nobres da literatura e outros narraram, em sua criticas, os seus gritos contra avalanche brutal da miséria do homem confinado na marginalidade social, econômica e política.

Bergson nos fala da intuição e do instinto sobre a consciência, Jaspers prepara com Heidegger, o caminho para existencialismo humanista, por que assim, pode se resolver em poucos anos as feridas incuráveis de todo um universo.

Aliás, os pensadores dialogam com as ideias de Hegel. Bastante conhecida, como o Max vê na base do capital a raiz do véu místico que, como na teologia, que envolve as relações sociais capitalistas e que, como tal, aquela do desencantamento weberiano, que dizem respeito aos destinos da humanidade.

De maneira geral, nossa época cultua a indiferença à Religião, traduzindo-se numa atuação humana que acredita ter a resposta para todas as perguntas. A principal consequência desta crença é falta de ética, que são tantos erros históricos, que lavra toda Europa, do Oriente Médio, que não consegue se curar do mal de tantas guerras, que penetra em todas as raízes, de todas as gerações, motivadas pela barbária do capitalismo norte-americano, que fere a civilidade, como virtude do homem pela paz.

Agora, surgiram novos conflitos, com o homem bomba de hidrogênio, na Coreia do Norte, junto, ao Irã, Palestina, Israel, e a pensando no fracasso da paz, com seus exibicionismos atômicos, que parecem terem sido criados para aniquilar seres humanos, obrigando-os a uma morte sem dignidade.

Esse último aspecto, tendo-se em conta um olhar sobre um mundo que não para. Os Prêmios Nobres da Paz, como Nelson Mandela protagonista da luta contra o apartheid sul-africano, Madala Yousazai, portadora de uma luta educacional e moral indiscutível e tantos outros, que são contra o jogo insano de roleta-russa da violência e dos colapsos devastadores do meio ambiente. Mas vale ressaltar: a música e a poesia na estética dos grandes compositores vêm humanizando os efeitos do capitalismo. O humanismo fazendo parte do cardápio da pós-modernidade, sem o comunismo e sem o socialismo.

Neste painel humano, vive-se a era da lógica e do calculo, que ganharam uma dimensão formidável com o desenvolvimento das ciências e das tecnologias da informação. Mas ainda a tempo de se aprender com a Hermenêutica Diltheyano. Como um passo na determinação do estatuto do homem. Enfim, com o São Francisco, que nos afirma que é dando e recebendo, recebendo e dando. Ou seja, é compreendendo, que podemos esculpir uma nova estatua da paz, para humanidade, pela qual passamos. Por isso, bastará beber à água boa, na cabeceira pura da sensibilidade.







                     
Jornalista, Historiador e Crítico Literário



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