quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Médica desbanca mitos sobre saúde feminina; veja oito

A médica canadense-americana Jen Gunter virou uma caçadora de mitos sobre a saúde da mulher. Na visão dela, centenas de anos de desinformação serviram para que homens controlassem e oprimissem as mulheres.

"Se o objetivo é oprimir as mulheres, fazendo com que sempre tenham que se preocupar com seus corpos — que são normais —, a desinformação é uma ferramenta muito eficaz", afirma. Agora, para ela, uma indústria inteira de "bem-estar" perpetua esses mitos e cria novos para vender seus produtos.

Seu objetivo, como ela diz no início do livro que lança agora em inglês, The Vagina Bible (A Bíblia da Vagina, em tradução livre), é empoderar todas as mulheres com informações precisas sobre a vagina e a vulva.

"Pensei: 'Meu Deus, se é difícil para mim, que sou médica, como o resto das pessoas faz para encontrar informações?'" São 400 páginas respondendo a dúvidas das mais simples (o que é vagina?, o que é vulva?) às mais complexas (qual é a verdade sobre a vacina de HPV?).

Gunter ficou famosa nos Estados Unidos por ter brigado publicamente com a atriz Gwyneth Paltrow, ganhadora do Oscar por Shakespeare Apaixonado que virou uma espécie de "guru" com um blog sobre saúde e bem-estar e uma empresa que vale milhões de dólares.

O site da atriz já foi multado por divulgar informações sem base científica — algo que foi repetidamente apontado por Gunter, que já desmentiu que sutiãs causariam câncer (não causam!), que vaporizadores vaginais limpariam o útero (não limpam!; a ideia de que o útero é sujo é "um mito patriarcal", escreveu), entre outros.

Em 2017, Gunter escreveu um texto dizendo que o site da atriz se alimentava da indústria do medo, gerando dúvidas e ideias erradas nas mulheres. O conselho editorial do blog da atriz respondeu chamando Gunter de "estranhamente segura" para fazer as afirmações que fazia. 

Gunter respondeu: "Eu não sou 'estranhamente segura' sobre saúde vaginal. Eu sou adequadamente segura porque sou uma especialista. Eu fiz 4 anos de medicina, 5 anos de residência em ginecologia e obstetrícia, um ano de pesquisa em doenças infecciosas" e seguiu citando todo seu currículo. "Uma mulher sem treinamento médico algum que diz para as mulheres andarem por aí com ovos vaginais é a que é 'estranhamente segura'."

Na entrevista abaixo, ela fala sobre as causas e interesses por trás dos mitos sobre saúde feminina espalhados em sites e redes sociais e tira dúvidas sobre a saúde da mulher.

BBC News Brasil — No seu livro, você afirma que as mulheres sofreram com 'centenas de anos de desinformação'. A que tipo de desinformação você se refere?
Jen Gunter —Em muitas culturas, não se pode nem falar o nome das partes dos corpos das mulheres. Não se pode dizer "vagina", "vulva" e "clitóris". Se não se pode falar o nome da parte, passa-se a impressão de que isso é vergonhoso e que tem alguma coisa de sujo. Se não pudermos falar sobre o corpo, como encontrar informações corretas sobre ele? O corpo das mulheres não foi estudado da mesma maneira que o corpo dos homens foi. Não estudamos a saúde feminina da mesma maneira que estudamos a saúde masculina. E as mulheres foram excluídas da medicina e da ciência. Foi só recentemente que passamos a escutar suas vozes.

Para médica americana, o fato de que mulheres em diferentes culturas não podem falar "vagina", "vulva" ou "clitóris" faz com que sintam vergonha, algo que não deveriam sentir

E agora, além disso, temos a indústria de "wellness" [bem-estar], que é um marketing enganoso. Isso sempre existiu, mas agora aparece no nosso feed no Instagram, no Facebook, Twitter. Além disso, vemos as mesmas manchetes incorretas sendo repetidas várias vezes. E todos nós confundimos repetição com precisão. Quando as pessoas leem esses mitos, se espalhando cada vez mais rapidamente, essa informação "pega" mais.

BBC News Brasil — Como e por que você começou a desbancar mitos?
Gunter —Como médica, eu me importo com a informação que meus pacientes trazem para o consultório. Foi um grande fator. Mas foi também porque eu tive filhos com condições sérias de saúde e comecei a pesquisar coisas online e achei muito lixo. Pensei: "Meu Deus, se é difícil para mim, que sou médica, como todo o resto das pessoas faz para encontrar informações?" Então, comecei a pensar sobre as informações que minhas pacientes traziam sob outra perspectiva.

BBC News Brasil — Você também brigou publicamente com a atriz Gwyneth Paltrow. O que motivou essa desavença?
Gunter —Um dia me mandaram um artigo [do site de Paltrow] sobre vaporizadores vaginais. Eu pensei: "Isso é a coisa mais estúpida do mundo". Então, eu escrevi sobre isso e viralizou. 

Depois teve o texto dizendo que sutiãs causam câncer de mama. Não causam. E o que dizia para mulheres colocarem ovos vaginais. Não façam isso! Eu comecei a desmentir essas coisas, e a Gwyneth me achou "estranhamente segura" por fazer essas afirmações, sendo médica e tal. E no final o site foi multado. Mas disseram que estavam apenas "conversando". 

É muito perigoso passar informações assim e depois dizer "não estávamos transmitindo informações" ou dizendo o que as pessoas devem fazer. Não queria transmitir informações ou dizer o que as pessoas devem fazer, mas escreveu um artigo sobre ovos vaginais e está vendendo ovos vaginais. Eu acho que a maioria das pessoas diria que isso é dizer o que os outros devem fazer.

BBC News Brasil — A quem interessa espalhar essas informações falsas sobre a saúde da mulher?
Gunter —Bom, primeiro, a quem quer vender um produto. Quando se tem suplementos não confiáveis e quer vendê-los, ou quando se quer que mulheres insiram "ovos de energia" em suas vaginas, é preciso querer desinformá-las. Quando se quer vender absorventes internos caros que supostamente são orgânicos, sem benefícios para a saúde, é preciso espalhar desinformação para que mulheres escolham os produtos mais caros.

Mas essa desinformação também é muito danosa quando falamos sobre escolhas contraceptivas e direitos ao aborto. Vemos mulheres com medo de certos métodos contraceptivos por causa de mitos, ou vemos mulheres que não foram educadas adequadamente sobre contracepção por causa de desinformação, tomando decisões erradas porque não têm informação suficiente. E vemos governos tirando direitos reprodutivos das mulheres.

E também há muitas semelhanças entre as imprecisões científicas e as notícias falsas na política. Algumas vezes, as pessoas compartilham desinformação por falta de conhecimento, mesmo. É preciso ter mais educação sobre saúde e ciência. A mesma coisa ocorre com ciência climática ou conteúdo antivacina. Se você examinar as pessoas que são contra vacinação, a minoria acredita em teorias da conspiração e a maioria foi contaminada com desinformação online.

BBC News Brasil — No seu livro você menciona o patriarcado como grande motor da desinformação nesses casos. O que o patriarcado e o machismo têm a ver com os mitos que lemos por aí sobre a saúde das mulheres?
Gunter —Tudo vem disso. Se o objetivo é oprimir as mulheres, fazendo com que sempre tenham que se preocupar com seus corpos — que são normais —, a desinformação é uma ferramenta muito eficaz. Se o objetivo é manter as mulheres na pobreza, sem dar a elas seus direitos e informações de reprodução, sem permitir que decidam sobre seus próprios corpos, essa é uma boa maneira de fazer isso.

O mito básico, a crença básica e central do patriarcado é que os corpos femininos são sujos. Quando as meninas começam a menstruar, elas são sujas, envergonhadas em muitas culturas e comunidades. É assim que as pessoas são controladas.

Quando se quer controlar metade da população, e existe um sinal claro de que são diferentes, de que estão sangrando, esse é um instrumento eficaz. Dizer: "Ah, esse sangue é nojento e anormal, tem alguma coisa errada com você". E mulheres viraram commodities. Elas precisam ser virgens até o casamento e precisam produzir tantas crianças quanto possível e, quando ficarem velhas, devem se calar e ir embora. É assim que somos tratadas.

BBC News Brasil — E quais são as consequências, para as mulheres, de acreditar nesses mitos?
Gunter —Elas acabam tomando decisões sobre a saúde que podem ser ruins para elas. Acabam não fazendo sexo como querem na cama porque não sabem dizer: "Ei, só 30% das mulheres chegam ao orgasmo com penetração, quero estímulo na área do meu clitóris". 100% das mulheres deveriam tomar a vacina da HPV, mas não tomam por causa de desinformação e de medo. É uma decisão médica ruim, porque expõe as mulheres a câncer do colo do útero. Há consequências sérias.

BBC News Brasil — Você falou há pouco que "não estudamos a saúde feminina da mesma maneira que estudamos a saúde masculina". Como isso influencia o que sabemos sobre a saúde e o corpo feminino?
Gunter —Para muitos medicamentos e condições médicas, os testes são feitos normalmente em homens saudáveis ou em homens, no geral. E há razões para tanto, que poderiam ter sido aceitáveis quando não tínhamos informações. As mulheres têm ciclos, nossos hormônios são diferentes em diferentes horas do dia. E algumas dessas coisas podem afetar condições médicas.

Eu entendo biologicamente como estudos iniciais podem ser feitos em homens, mas isso não significa que seja aceitável parar aí. Pessoas de diferentes contextos raciais podem reagir de forma diferente a medicações diferentes. Sabemos que a idade pode ter um impacto. Tem muita exclusão de todos que não são homens brancos entre as idades de 18 e 35, a população jovem 'ideal' para estudos.

Nós temos que pedir mais. Temos que dizer: não se pode estudar coisas que afetem só uma pequena população, porque até estudarmos todo mundo, não vamos saber, não temos como saber, que pode haver diferenças de impacto para diferentes idades e que mulheres podem reagir a medicamentos de forma diferente, de acordo com a idade, situação de menopausa e época do mês.

BBC News Brasil — Com tantas notícias falsas sobre política, mas também sobre saúde, as pessoas podem ficar ansiosas, sem saber como se informar. Afinal, como devemos navegar esse ambiente repleto de informações nem sempre confiáveis?
Gunter —Primeiro, não confie em celebridades nunca. A não ser que te digam para parar de fumar, o que é ótimo. Eu queria poder dizer que se pode confiar em médicos, mas isso nem sempre é possível. Com sorte, é possível achar um médico em quem confiar. Mas médicos podem ser uma fonte de desinformação, também. E a internet também. Existem bons médicos, médicos predatórios ou médicos que realmente não sabem. Existem bons sites na internet e sites predatórios, e também existem sites cujos autores estão só confusos e repassando informações incorretas sem saber.

Acho que a vacina para isso são fatos. Quanto mais soubermos sobre o nosso corpo, mais poderemos receber informações e dizer: "Isso é lixo, eu não deveria acreditar nisso". Fatos ajudam. Também temos de ensinar as pessoas como pesquisar informações sobre saúde. É muito importante, temos que aumentar a educação sobre saúde. Temos de ensinar as pessoas como identificar viés em sites.

Toda vez que recebemos uma informação médica, devemos refletir: "Por que essa pessoa quer que eu acredite nisso? Qual é seu interesse nisso? É um jornalista, é alguém vendendo um produto, é alguém que é contra vacinas?"

Oito dúvidas sobre a saúde feminina
As cinco primeiras dúvidas foram esclarecidas por Gunter durante a entrevista; as dúvidas de 6 a 8 foram respondidas em seu livro.

1) O ponto G existe?
Jen Gunter —O "ponto G", no estudo original de Ernst Gräfenberg, descrevia de forma bastante precisa o que hoje sabemos ser o clitóris, uma grande estrutura com tecido erétil que é muito perto da uretra. Então, ele estava descrevendo algo que hoje sabemos: que parte do clitóris é muito próxima da uretra, e que muitas mulheres devem ter essa parte sensível dependendo do tipo de estimulação e do momento.

Em alguns dias pode ser ótimo, em outros, não. Diferentes coisas podem afetar o que sentimos como prazeroso. Mas, de alguma maneira, essa ideia foi transcrita pelo patriarcado como um ponto que você pode tocar e levar a mulher à loucura. Não, não é isso, não é um botão que você aperta. É parte de um todo, parte do tecido erétil, e é preciso estimular aquilo com esforço, assim como acontece em outras partes, e não é só um local, uma glândula específica.
Estudo original sobre o "ponto G" descrevia tecido erétil perto 
da uretra que hoje sabemos ser parte do clitóris

Acho que isso se tornou um "telefone sem fio". E mulheres dizem: "Não consigo ter um orgasmo com meu parceiro tocando só essa parte". Sim, porque não há um botão secreto. É mais que isso. E então nós vemos pessoas oferecendo "injeções para o ponto G", baseado na ideia de que você pode estimular os nervos dessa área, mas não pode. Aquele estudo originalmente correto foi traduzido para o público incorretamente. Seja porque os homens querem acreditar que podem levar as mulheres à loucura só com um toque, ou por causa da crença patriarcal de que o pênis é a melhor forma de as mulheres chegarem ao orgasmo. 

Mulheres que mantêm relações com mulheres dizem: "Que é isso? O pênis não é nem um pouco necessário para uma ótima experiência sexual". Falando com pessoas que não têm pênis, chegamos a conclusões diferentes.

2) A comida que ingerimos influencia nossa saúde vaginal?
Comer é algo bom para a saúde como um todo. Com uma dieta saudável e balanceada, tem-se um corpo mais saudável no geral. Mas não deve-se pensar na comida como algo para partes específicas do corpo, não é assim que funciona. E não se pode mudar o cheiro da vagina. O maior mito é que o consumo de açúcar pode causar infecções fúngicas. Essa é uma desinformação completa porque não se pode modificar o nível de açúcar da vagina com comida. Não é assim que o açúcar chega à vagina.

E em alguns períodos do mês, a vagina pode ter até mais açúcar que o nível do seu sangue. E o açúcar na vagina também alimenta as bactérias que fazem bem. É uma completa falta de informação sobre todo o ecossistema da vagina. Há pessoas que pensam que comer iogurte ou colocar iogurte na vagina pode curar a candidíase. Não é verdade, porque não tem o tipo certo de lactobacilos. Você pode comer iogurte, é ótimo, é uma boa fonte de cálcio, e mulheres precisam de cálcio nas suas dietas, mas não vai ajudar sua vagina.

3) Como devemos limpar a vulva e a vagina?
Limpar a vagina e limpar a vulva são duas coisas diferentes. A vulva é a pele da parte de fora, onde as roupas encostam na pele [formada pelos lábios maiores e menores e o clitóris, entre outros órgãos femininos externos], e a vagina é a parte de dentro [o canal que liga a vulva ao colo do útero]. A vagina nunca precisa de limpeza. Deixe ela em paz. Não encoste nela. É como um forno que se limpa sozinho. Duchas, sprays, lenços dentro da vagina, tudo isso é danoso. Nunca os use. Você mata as bactérias e pode danificar a camada de muco protetor que fica dentro da vagina. O corrimento existe para proteção. As células que estão lá flutuando na sua vagina que saem e que são parte do corrimento são parte um mecanismo de proteção, também. Elas só saem quando têm que sair. Então você está atrapalhando todos esses mecanismos de proteção naturais, as bactérias do bem, o muco, e pode até estar danificando as células e fazendo com que seja mais fácil para as bactérias entrarem.

A vulva é só pele, como em qualquer outra parte. Não é mais suja que outras partes. Quando você se limpa, seu objetivo é tirar o sebo, secreções das glândulas sebáceas, e bactérias, se houver. Não necessita produtos de limpeza agressivos. Para muitas pessoas, água é o suficiente. Mas para as pessoas que acham que precisam de algo mais, um produto de limpeza pode ser melhor. Um produto de limpeza usa enzimas e químicos para tirar a sujeira e os detritos da pele sem tirar o manto ácido da pele, substância que protege nossa pele. É uma camada de proteção. E quando tiramos essa camada, a pele fica seca. É o que o sabão faz. O sabão também pode aumentar o pH da sua pele. O pH da vulva é de mais ou menos 5.3, então deve-se usar um produto que tenha mais ou menos o mesmo pH da vulva — é a coisa mais segura a se fazer. Eu só uso um sabonete facial porque eles são mais baratos e muitos produtos femininos não foram testados e muitos têm fragrância, e não se deve usar fragrância. E eu não quero apoiar uma empresa que também vende duchas.
Estudos mostram que pílula não causa ganho de peso

4) Os pelos protegem a vagina? Devemos removê-los?
Pelos púbicos são normais. Não é anormal tê-los. E acreditamos que o que fazem é providenciar uma barreira mecânica para a pele bloqueando sujeira e detritos, e que também provavelmente mantêm a a umidade da pele naquela área porque o teor de umidade da vulva é maior que o do resto do corpo. E também pode ter um papel no prazer sexual, porque cada folícula de pelo é ligada a um nervo — é por isso que dói quando você depila. Então mexer nos pelos púbicos pode aumentar as sensações no seu corpo na atividade sexual. Os riscos diretos de remover pelos púbicos são ferimentos, o que não é incomum — vemos feridas, infecções, pelos encravados. E alguns estudos sugerem que a remoção de pelos púbicos pode aumentar a chance de transmitir ou adquirir doenças sexualmente transmissíveis virais, herpes e HPV. Quando você remove um pelo ou passa uma lâmina, você cria um microtrauma na pele. É por isso que não passamos mais a lâmina antes de cirurgias, porque isso pode causar um microtrauma na pele e aumentar as possibilidades de adquirir infecções na cirurgia.

Mas as pessoas são adultas e devem tomar decisões sobre seus próprios corpos. É uma decisão cosmética, não médica, de remover pelos púbicos, e há riscos. Mas as pessoas têm seu próprio cálculo de risco e benefício. Eu pinto o meu cabelo, posso irritar meu couro cabeludo. Mas sou uma adulta e posso tomar uma decisão adulta.

O que é danoso é como a sociedade impõe a depilação a meninas, que começam a tirar os pelos quando têm 13 ou 14 anos, sem experimentar uma vida com pelos púbicos. Então elas não sabem se isso é melhor para elas sexualmente ou não. Elas acham que é anormal tem pelos púbicos e que devem removê-los. E há uma diferença entre remover os pelos e saber que essa é uma decisão cosmética.

Eu sou a favor de que as pessoas façam as modificações que queiram no corpo, mas elas devem ser bem informadas, saber os fatos.

5) A pílula faz as mulheres engordarem?
Isso já foi bastante estudado. Não há conexão entre as duas coisas. E os estudos foram feitos por médicos levando em consideração as preocupações das mulheres. Um estudo em que comparam mulheres tomando a pílula e mulheres com o DIU de cobre, ou seja, sem hormônios, mostrou que elas ganharam peso da mesma forma. Então isso nos mostra que uma mudança no modo contraceptivo é associada a uma mudança nos padrões de alimentação, mas não há relação com a pílula, não é uma coisa hormonal.

As dúvidas a seguir foram esclarecidas a partir de informações do livro de Gunter:

6) As mulheres devem tomar vacina contra a HPV?
Sim. O HPV (vírus que infecta a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões) é causa do câncer de colo de útero e outros tipos de câncer, então a vacina ajuda a prevenir isso. 
Idealmente, a vacina é ministrada entre as idades de 9 e 12 anos. "As vacinas são altamente efetivas", diz Gunter no livro, "e muito seguras". Mais de 200 milhões de doses foram dadas no mundo inteiro. As doenças atribuídas à vacina "nunca apareceram em estudos de longo prazo". "Isso não significa que as meninas não tiveram sintomas, significa que sua condição médica não é resultado da vacina."

Ela desmente preocupações por causa de boatos espalhados online sobre a suposta presença de mercúrio na vacina (algumas vacinas contém etilmercúrio, que é comprovadamente seguro, mas a vacina de HPV não contém o composto) e alumínio ("isso já foi extensivamente estudado há quase 100 anos, e a dose nas vacinas é sabidamente segura").

7) Como uma mulher sabe se está com infecção urinária?
Essas dicas valem para mulheres que têm de 2 a 3 infecções urinárias por ano. Mulheres com 4 ou mais episódios anuais têm as chamdas infecções urinárias recorrentes, e a situação pode ser diferente. Há uma boa probabilidade de infecção urinária quando existe um aumento da frequência das idas ao banheiro, ardência ao urinar e nenhuma mudança no escorrimento. Algumas mulheres sentem dor na bexiga e ficam com sangue na urina. Nem todas as mulheres têm sintomas clássicos, então o diagnóstico é difícil. O tratamento é com antibióticos.

8) É normal sentir dor durante o sexo?
Segundo o The Vagina Bible, 30% das mulheres sentem dor com penetração vaginal. É uma condição médica — não é normal sentir dor no sexo. Muitas das causas têm tratamento. Nem toda condição tem cura, mas melhorar a dor é quase sempre possível. Primeiro, a mulher que sente dor durante o sexo deve contar isso para seu médico, que deve buscar as causas para essa dor. Há dez causas comuns para a dor durante o sexo, e é possível sofrer de mais de uma (estrógeno baixo, contracepção hormonal, infecção vaginal, espasmos dos músculos do assoalho pélvico, vestibulite vulvar, alterações na pele da vulva, cicatrizes, endometriose, inflamação na bexiga e problemas mecânicos ou técnicos).

(Fonte: BBC)

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