PERIGO DE MORTE /
PERIGO DE VIDA
Salvo melhor aviso, parece-nos que são boas as duas maneiras de dizer, embora a primeira aparente foros de melhor fidalguia, clássica ou popular, por causa da velha expressão “estar em perigo de vida”, ao passo que a segunda soa a alguns afrancesada (danger et mort).
Perigo de vida explica-se pelo verbo “perigar”, hoje pouco usado. Ex.: Se a vida nos periga, estamos em perigo de vida. Por outro lado, não repugna dizer perigo de incêndio, de explosão, de guerra, de naufrágio, de infecção, etc., e por estas formas, estereotipadas ou quase, se pode justificar perigo de morte.
Parece que perigo de vida é, como já dissemos, substantivação do caso de periga a vida; e que, no perigo de morte, este de morte corresponde, não ao verbo perigar, mas ao adjetivo mortal.
Compare-se com ódio de morte e ódio mortal. Mortal significado relativo à morte, que “produz ou pode produzir a morte”. Portanto, se o perigo é mortal, é perigo de morte. Para concluir: perigo de vida porque (como a vida é a maior dádiva de Deus), estamos correndo perigo de perdê-la. E perigo de morte, porque a morte é perigosa. Do mesmo modo podemos usar as formas: risco de vida e risco de morte.
BEM ASSIM COMO!?
Não. Apenas “bem
como” ou, então, “assim como”. Ex.: A chuva, bem como (ou assim como) as más
condições do nosso automóvel não impediu que viajássemos; A chuva, bem como (ou
assim como) o rigoroso frio não conseguiu deter-me em casa. “Bem assim como” é
invenção, ou melhor, puro desperdício. Bem, assim como existem os avaros por
que não haverá de existir os pródigos?
“UM TERÇO DOS BENS CABE À VIÚVA” OU “UM TERÇO DOS BENS CABEM A VIÚVA”?
A primeira. Quando
o sujeito é constituído de número fracionário, a concordância se faz
normalmente. Assim: Um terço dos de bens de Aristóteles Onassis pertence à
viúva; Somente um quarto deste mundo se compõe de terra firme; Dois terços dos
bens de Aristóteles Onassis pertencem (ou cabem) à viúva; Três quartos do globo
se compõem de água; No sistema politico alemão, um terço dos
senadores é nomeado; dois terços são eleitos pelo Povo.
“ENTRE EU E TU” OU “ENTRE MIM E TI”?
Devemos dizer: Entre mim e ti. “Entre”, neste caso, é uma preposição e, antes dos pronomes “eu” e “tu”, não se usa preposição. Assim como não se diz: “ele pensou em eu e tu” e, sim, “ele pensou em mim e ti”. Também não se deve dizer “ele estava entre eu e tu” e, sim, “ele estava entre mim e ti”.
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