O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), pediu
diálogo do Ministério da Saúde (MS) com estados e municípios. Ele também cobrou
mais iniciativa da gestão junto ao Instituto Butantã, responsável pela produção
de soros e vacinas.
“É uma instituição brasileira, uma das
maiores fornecedoras de vacinas deste país. Se vai
ser a vacina deles que ficará pronta primeiro, que a gente
possa utilizar”, disse o petista, pedindo que Pazuello “coordene esse
processo”.
De acordo com o governador do Piauí, Wellington
Dias (PT), atual presidente do Consórcio Nordeste e coordenador da temática de
vacina do Fórum Nacional de Governadores, a informação da gestão Bolsonaro é de
que a Anvisa irá
aprovar imunizantes dentro de 72 horas. Na sequência, caso
sejam autorizadas, as vacinas entrarão no portfólio de vacinação do Brasil.
O prazo é previsto na Lei nº 14.006/2020, que
prevê autorização especial e célere da autarquia para imunizantes avalizados
por outros países, por isso a cobrança dos governos estaduais em relação a esse
intervalo de tempo.
“Tem uma data? Ainda não. Mas há, com essa
aprovação de hoje, uma novidade positiva também: o Brasil tem um plano
estratégico de vacinação nacional. O
governo nacional anunciou que já está contratando toda a
logística, com aeronaves, para distribuição aos estados, garantia de compra de
seringas, de EPIs, agulhas, tudo que é necessário”, disse Dias.
Segundo o mandatário, o governo assegura que todas
as 27 unidades da Federação serão atendidas nesses quesitos. “Ou seja, não
haverá essa coisa de um estado estar vacinando e outro não. Será uma regra para
o país inteiro. Isso é muito positivo. Não tem sentido o estado A estar
vacinando e outros recebendo pressão sem terem direito à vacina”, disse o
governador do Piauí.
A declaração de Dias é uma referência indireta à
iniciativa do governador de São Paulo, João Dória (PSDB), que largou na frente
ao anunciar, nos últimos dias, a vacinação para grupos de risco no estado a
partir de 25 de janeiro. A ideia é aplicar a Coronavac, gestada pela chinesa
Sinovac. A substância deverá ser produzida pelo Instituto Butantan e aplicada
na população caso tenha os resultados finais chancelados, o que ainda não
ocorreu. A antecipação do anúncio gerou protestos e irritou outros
governadores.
No âmbito federal, o governo Bolsonaro segue sem
um cronograma
consolidado de vacinação. A gestão sinalizou, até agora,
apenas um prognóstico. A ideia é dividir o processo de imunização em quatro
etapas, começando pelos segmentos mais vulneráveis à covid-19. Pelas projeções
da gestão, o contingente a ser vacinado em 2021 é de 109,5 milhões de brasileiros.
“O que o Brasil espera neste exato momento é
uma posição
clara do governo federal, tendo em vista que cabe ao governo
federal, sim, coordenar toda essa estratégia a nível nacional. Nós precisamos
de calendário, de data”, pressionou Fátima Bezerra.
Municípios
Também nesta terça-feira, no embalo da pressão
multilateral sobre o governo Bolsonaro, a Confederação Nacional de
Municípios (CNM) publicou nota pedindo que a gestão providencie a
compra de vacinas reconhecidamente eficazes e seguras. A
entidade pressiona ainda para que o governo se responsabilize em distribuir
para todos os estados “de forma urgente e equânime”, em um processo coordenado
pelo Ministério da Saúde por meio do Plano Nacional de Imunização (PNI).
O grupo evoca o art. 16 da Lei 8.080/1990 para
afirmar que é dever da União "coordenar e participar da execução
das ações de vigilância epidemiológica". “Causa-nos
preocupação, portanto, a ausência de um plano nacional em todas as suas
dimensões que possibilite a organização dos governos estaduais e locais para o
atendimento, considerando ainda a troca de governantes em boa parte dos
municípios brasileiros”, diz a nota. (Brasil de Fato)
Nenhum comentário:
Postar um comentário