O produto para o tratamento é o Kymriah
(tisagenlecleucel), da empresa Novartis Biociências, e será utilizado para terapia
avançada de câncer hematológico, que é originado nas células sanguíneas.
No tratamento, as células T do paciente, que
funcionam como "soldados" do sistema imunológico, são extraídas do
sangue. São modificadas geneticamente para reconhecer o câncer e, depois,
destruí-lo. Elas são redesenhadas em laboratório e depois devolvidas à corrente
sanguínea. Em resumo: as próprias
células do paciente são "treinadas" para combater o câncer.
O Kymriah é indicado para o tratamento de
pacientes pediátricos e adultos jovens (até 25 anos de idade) com Leucemia
Linfoblástica Aguda (LLA) de células B e para pacientes adultos com Linfoma
Difuso de Grandes Células B.
O mesmo produto já havia sido aprovado por
outras agências reguladoras: Food and Drug Administration (FDA), nos Estados
Unidos; a European Medicines Agency (EMA), na Europa; e a Pharmaceuticals and Medical Devices Agency (PMDA),
no Japão
Entenda como funciona a técnica
A estratégia da CART-Cell consiste em
habilitar linfócitos T, células de defesa do corpo, com receptores capazes de
reconhecer o tumor. O ataque é contínuo e específico e, na maioria das vezes,
basta uma única dose (veja em detalhes no infográfico abaixo).
Aprovada em 2017 pela FDA,
mas em estudos experimentais há mais de uma década, a terapia genética CAR-T
Cell contra o câncer apresentou
resultados positivos em análise de caso de dois pacientes, publicada no
início de fevereiro pela revista "Nature".
Os pesquisadores, entre eles Carl H. June,
que está há anos na vanguarda das pesquisas sobre o tratamento, assinam a
pesquisa e apontam: "as células CAR-T permaneceram detectáveis por mais
de dez anos após a infusão, com remissão sustentada em ambos os
pacientes". O tratamento, portanto, continuou funcionando e o câncer não
retornou nos dois casos estudados.
História de Olson
Em 2010, a leucemia de Doug Olson passou a
ser tratada com a ajuda da terapia genética experimental — ele é um dos
pacientes do estudo publicado pela "Nature". Mais de uma década
depois, não há nenhum sinal de câncer em seu corpo.
"Estou muito bem agora. Ainda sou muito
ativo. Eu estava correndo meias maratonas até 2018", disse Olson, de 75
anos, que mora em Pleasanton, na Califórnia. "Isso
é uma cura. E eles não usam a palavra levianamente."
Os médicos de Olson, que são os autores do
estudo, dizem que os dois casos demonstraram que a terapia ataca o câncer
imediatamente, mas também pode permanecer dentro do corpo por anos e manter a
doença sob controle.
Com base nesses resultados de uma década,
"nós podemos concluir que as células CAR-T podem realmente curar pacientes
com leucemia", disse June.
(G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário